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PODER CURADOR, RENOVADOR E SANTIFICADOR

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”. 1 João 1.7 (ARA)

 

 

 

 

 

 

Desde os seus primórdios, uma das marcas essenciais da Igreja de Cristo sempre foi – ao lado do ensino – a comunhão, a vida cristã em comum com os irmãos. Mas para termos comunhão verdadeira é preciso que andemos na luz de Cristo, vivendo segundo a revelação da Sua Santa Palavra, compreendendo profundamente o sacrifício que Ele fez por nós, para então podermos experimentar o poder curador, renovador e santificador de Seu sangue, que nos limpa de todo pecado, nos aproxima mais dos nossos semelhantes e de Deus, e nos prepara para um dia entrarmos na presença do Senhor Todo-Poderoso!

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GALARDÃO INEFÁVEL

“… Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem”. Hebreus 2.9 (ARA)

 

 

 

 

 

Jesus Cristo, Deus encarnado, por amor a nós que nada merecemos a não ser condenação, desceu do céu a Belém, ao Getsêmani, ao Gólgota e à sepultura, em estágios progressivos de humilhação. Mas Seu sofrimento e morte conduziu-O ao galardão inefável, sendo coroado de glória e de honra. O propósito gracioso do Pai ao permitir o martírio de Seu amado e único Filho era que Ele morresse pela humanidade coberta de culpa, como nosso representante e substituto, suportando na cruz o julgamento contra o pecado de todo homem, para que aqueles que nEle creem sejam salvos e recebam a vida eterna! 

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DEPRESSÃO

A depressão é o distúrbio psiquiátrico mais comum da atualidade, acometendo uma pessoa em cada 20. O deprimido reduz a sua visão da vida ao pessimismo e se torna autodepreciativo, o que faz da fluoxetina – comercializada desde 1986 com o nome comercial Prozac – o antidepressivo mais vendido de todos os tempos, sendo utilizado por milhões de pessoas em todo o planeta e levando a OMS colocá-la na Lista de Medicamentos Essenciais.

 

Abraham Lincoln certa vez disse: “A maioria das pessoas será feliz na medida em que decidir sê-lo”. Será isso verdade? É inevitável ter tristeza – até mesmo Jesus se entristecia – mas há uma grande diferença entre ficar eventualmente triste e viver em depressão, mergulhado em um estado de melancolia profunda e prolongada. E embora seja um fato difícil de aceitar, a depressão afetou até mesmo os profetas de Deus. Um grande exemplo disto é Elias, sem dúvida um profeta heroico – basta lembrar de tudo o que enfrentou na sua oposição firme a Acabe e a Jezabel, obedecendo às ordens de Deus. Era também um homem que se destacava pela humildade e pelo heroísmo, porém, destaca Tiago 5.17, “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos…”. Por isso, em determinado momento – paradoxalmente após a mais esmagadora vitória que obteve em toda a sua vida – sentiu-se desmotivado, desanimado, deprimido, no fundo do poço.

 

E mais, quando estudamos as Escrituras, verificamos que estes sentimentos não foram exclusivos de Elias, e que também outros homens de Deus considerados bem-sucedidos, estiveram – em determinados momentos das suas vidas – acometidos pelos mesmos sentimentos negativos. Mas Deus não esconde nem ignora a fraqueza e a fragilidade dos Seus servos. Certa vez Moisés ficou tão triste e desmotivado que pediu a Deus para tirar-lhe a vida (Êxodo 32.31); Jonas, após o grande reavivamento de Nínive, foi acometido pelo mesmo sentimento (Jonas 4.3); Davi, “o homem segundo o coração de Deus”, também passou por várias crises de depressão: por exemplo, quando pecou com Bate-Seba e tentou esconder seu erro, entrou em uma profunda depressão, relatada no Salmo 32.3-4; até mesmo Paulo, em certa fase do seu ministério na Ásia, ficou desesperado “… até da própria vida”, como ele próprio relata em 2 Coríntios 1.8.

 

Voltando a Elias, a Bíblia narra que o rei Acabe, dominado por sua perversa esposa Jezabel, contou-lhe como Elias havia exterminado os profetas de Baal, provocando a reação irada da rainha em 1 Reis 19.2: “Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias a dizer-lhe: Façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um deles.” Então o heroico profeta, dirigido e amparado pelo Deus Altíssimo, o último homem que imaginaríamos se dobrar ante aquela mulher ímpia, tomou uma atitude inconcebível, narrada nos versos 3 e 4: “Temendo, pois, Elias, levantou-se, e, para salvar sua vida, se foi, e chegou a Berseba, que pertence a Judá; e ali deixou o seu moço. Ele mesmo, porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais.”

 

Por que ele fez isso? Por medo de Jezabel? Não era ele um homem de Deus, que conhecia o Seu poder, que já havia orado a Ele e sido atendido de forma tão extraordinária em suas petições? Que mudança radical de atitude!  Constatamos, contudo, que se no capítulo 18 Elias era forte, corajoso, intrépido, um vitorioso guerreiro do Senhor, a seguir, no capítulo 19, no entanto, transformara-se em um ser débil, desencorajado, completamente tomado por um estado paralisante de pânico e terror.

 

Elias naquela circunstância – após a retumbante vitória sobre o mal que dominava Israel, porém tendo recebido a ameaça da rainha – já não conseguia mais refletir de modo claro e realista, sua visão estava deturpada pelo medo e ele não distinguia que a ameaça que sofria não vinha do seu Deus Todo-Poderoso, mas sim de um ser humano carnal, ímpio, diabólico. Se tivesse feito uma avaliação correta do contexto que vivia, e tido a mesma fé que em outros momentos demonstrara, perceberia que Deus é quem estava no controle e não Jezabel, e por isso continuaria confiando nEle como fizera durante tanto tempo.

 

Além do mais, Elias tomou a pior decisão que poderia ter tomado naquela situação: afastou-se de um amigo que poderia ajudá-lo, quando no versículo 3 “… deixou seu moço.” Pessoas desencorajadas, deprimidas, são solitárias e via de regra buscam o isolamento. Elias, naquele momento deveria ter ficado junto a alguém que lhe trouxesse coragem, confiança, força e objetividade para enfrentar a conjuntura. Alguém que lhe lembrasse: “Elias, o nosso Deus é muito mais poderoso que Jezabel. E Ele está contigo!”

 

Mas Elias tinha sido também colhido pela contracorrente da grande vitória obtida, o que muitas vezes acontece conosco, pois nesses momentos ficamos muitas vezes vulneráveis, especialmente se a vitória resulta de uma experiência com Deus. Somos lembrados então de Paulo em 2 Coríntios 12.10, quando pronunciou o famoso paradoxo: … quando sou fraco, então, é que sou forte. Parafraseando o apóstolo, podemos dizer que, quando nos sentimos fortes é quando somos verdadeiramente fracos, pois muitas vezes sentirmo-nos fortes dá-nos uma perigosa sensação de autossuficiência que nos leva a esquecer de Deus – e ao invés de sermos maioria tendo Ele ao nosso lado, não importa a quantidade, a qualidade ou o tamanho do oponente – enganosamente imaginamos que tudo podemos por nós mesmos, dando assim um decisivo passo rumo à derrota.

 

Elias estava também a esta altura exausto fisicamente e esgotado emocionalmente, após ter vivido por vários anos no limite das suas condições, caçado pelo rei como insurgente, procurado como o inimigo público número um do seu reino, o que certamente enfraqueceu em muito a sua vida espiritual.

 

Então o profeta afundou-se na autocomiseração, desejando a morte, e foi quando Deus agiu poderosa e misericordiosamente, sem sermão, sem acusações, sem repreensões, apenas permitindo que Elias tivesse um período de descanso, refrigério e recuperação. Mas o Senhor ainda fez mais, e falou a Elias com sabedoria, perguntando em 1 Reis 19.9: “…Que fazes aqui, Elias?“. Então o profeta, como resposta, choramingou no verso 10: “… Tenho sido zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida.” Então Deus, nos versos 11 e 12 pacientemente lhe responde, orientando-o para que mantivesse os olhos nEle, lembrando-o de que estava ali por sua causa, para encorajá-lo e protegê-lo. Deus não estava no vento, nem no terremoto, nem no fogo, mas a Sua voz poderosa se fez ouvir como um sussurro, como uma brisa suave que teve o poder de retirar Elias do interior da caverna da desmotivação, da autopiedade e da depressão. Então, nos versos 15-18, o Senhor mostra a Elias que seu trabalho ainda não havia terminado, e que, apesar do seu cansaço e prostração, Deus ainda contava com ele.

 

E, maravilha das maravilhas, nos versos 19-21 a Palavra nos conta que Deus providenciou para Elias um amigo: “Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, (…) e seguiu a Elias, e o servia.” A compaixão de Deus não tem limites: o Senhor gentilmente o fez sair do fundo do poço onde o alimentara, dera-lhe descanso, refrigério e sábios conselhos, fazendo com que agora o profeta se sentisse novamente um participante útil dos Seus soberanos propósitos!

 

Deus não nos criou para vivermos como ermitões solitários em nossas cavernas, mas sim para que vivamos em comunhão uns com os outros como partes do Corpo de Cristo, sustentando-nos e encorajando-nos mutuamente. Fomos criados e chamados para fazer parte da vida dos irmãos em Cristo, do contrário tendemos a nos isolar, concentrando-nos em nós mesmos, pensando como nossa vida é difícil, e como os outros são injustos.

 

Elias nos mostra que devemos sempre olhar para o alto: buscando o Senhor que nos liberta da depressão, agradecendo a Ele por permitir que tenhamos descanso e refrigério, falando ao nosso coração, apesar da autopiedade que possamos estar sentindo, concedendo-nos a companhia de um amigo que nos compreenda e encoraje, e permitindo-nos discernir que o doador de tudo é muito mais importante do que as coisas doadas.

 

Senhor Deus de Elias, Deus nosso e Pai nosso, que permitas que nunca desviemos de Ti que és o foco de nossa vida. Que por mais que as circunstâncias que nos cercam sejam opressoras, que por mais que as trevas nos envolvam, jamais deixemos de confiar em Ti e no controle que Tens sobre a nossa existência. Que o nosso referencial de fé seja sempre Habacuque 3.17-19: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente.” Em nome de Jesus assim oramos e agradecemos. Amém.

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