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GRAÇA

Embora as Escrituras não registrem que alguma vez Jesus tenha pronunciado a palavra graça, Ele não apenas a ensinou, mas principalmente a viveu plena e intensamente, comprovando por suas atitudes ser o homem mais gracioso que já habitou a terra, jamais manifestando amargura ou ressentimento contra Seus opositores e algozes, apesar de, como Filho de Deus, ser dotado de um poder extraordinário que poderia ter usado a qualquer momento que desejasse.

 

Mas quanta graça a todo tempo Ele manifestou! Eis alguns exemplos que encontramos na Bíblia: quando seu amigo Lázaro morreu, suas irmãs Marta e Maria O culparam por não ter chegado antes, mas Ele, que por certo já sabia que iria ressuscitá-lo, não retrucou a acusação, simplesmente a recebeu com graça; pregado na cruz, em meio a indescritíveis sofrimentos, em momento algum irou-se contra Seus inimigos, apenas orou ao Pai, com graça, pedindo que os perdoasse porque eles não sabiam o que estavam fazendo; ao lado da mulher apanhada em flagrante adultério, prestes a ser apedrejada como mandava a lei, colocou os fariseus cheios de justiça própria contra a parede, desafiando-os com graça a que aquele que estivesse sem pecado atirasse a primeira pedra!

 

A boa notícia é que nós também podemos aprender a ser graciosos como Jesus, até mesmo nas pequenas coisas que enfrentamos no dia a dia, basta observarmos a maneira com Ele nos trata quando agimos mal e somos então disciplinados, por vezes até de forma dura, mas nunca somos abandonados, e como Seus filhos nunca deixamos de ser objetos da Sua graça infinda, maravilhosa e imerecida.

 

O pastor Donald Barnhouse, citado por Charles Swindoll em seu livro O Despertar da Graça, certa vez afirmou que “o amor que vai para cima é adoração, o amor que vai para fora é afeição, mas o amor que se curva é graça”. Portanto, manifestar graça é gentil, amorosa e respeitosamente oferecer favor ou bondade a uma pessoa que nunca fez nem poderá fazer algo para ser merecedor daquilo que está recebendo. Portanto, a graça é sempre absolutamente imerecida e só é exercida a favor do beneficiado em razão da bondade que move o coração do doador. Além disso, ela é totalmente gratuita, e tentar pagar por ela seria cometer uma ofensa inaceitável contra o doador, assim o beneficiário jamais será cobrado por ela, o que contradiz frontalmente o dito que “na vida não existe almoços grátis”.

 

Acima de tudo, Deus honra nossas atitudes graciosas porque então estaremos agindo como Jesus agia, ao intentarmos, – mesmo que precariamente, – retribuir a tanta graça que temos recebido. E embora a maior de todas as graças seja a salvação, devemos incluir também a vida, por mais desafios que enfrentemos, porque cada um deles tem em si mesmo um bom propósito de Deus; a natureza maravilhosa que nos cerca; a música que enleva a nossa alma; as diversas expressões de artes plásticas e de artes visuais de qualidade cuja observação nos sensibiliza e alegra; as boas amizades que enriquecem o nosso viver; o perdão que damos e o que recebemos, colocando as coisas da existência na correta perspectiva principalmente do ponto de vista divino, mas também humano, ao eliminar conflitos deletérios.

 

Outro aspecto construtivo de sermos graciosos a todo tempo é que a busca pela graça nos torna mais tolerantes, mais misericordiosos e menos críticos e julgadores, na medida em que atendemos ao repto que Paulo coloca em Colossenses 3.1: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus”.

 

Paulo na carta aos Efésios 2.1-9 nos lembra de como era terrível a nossa vida sem Cristo, em meio a pecados e transgressões, e de como ela foi transformada pela graça de Deus: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos -, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”.

 

Apesar de sabermos, por termos comprovado inúmeras vezes que Deus é intrinsecamente gracioso para conosco apesar de nós, muitas vezes não replicamos essa atitude misericordiosa para com o nosso próximo. No entanto, Ele, em Sua graça suprema nos oferece o dom gratuito do perdão, que nós só precisamos aceitar para seguir em frente seguindo a Jesus, o único que pode nos conduzir daqui ao céu, como Romanos 5.20-21 nos ensina: “… mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor”.

 

Contudo, devemos considerar também que, ao usarmos de graça para com outrem precisamos ser cautelosos, pois algumas pessoas podem interpretar equivocadamente a nossa atitude perdoadora, e tentem tirar proveito próprio das circunstâncias, podendo chegar ao extremo de julgar que podem continuar pecando indefinidamente, sem saber que a única esperança de sobrevivência eterna que lhes resta é a salvação pela graça de Deus.

 

Como Martinho Lutero certa vez afirmou: “Ninguém pode ser bom e fazer o bem a não ser que a graça de Deus primeiramente o torne bom; ninguém se torna bom pelas obras, mas as boas obras são feitas somente por aquele que é bom. Os frutos não fazem a árvore, mas a árvore é que gera os fruto … portanto, todas as obras, independentemente de quão boas todas elas sejam e de quão bela possa ser a sua aparência, são em vão se não fluírem a partir da graça”.

 

E por que agirmos sempre com graça com relação aos nossos semelhantes, indo na contramão das atitudes predominantes no mundo? Paulo dá a resposta cabal e irretorquível em Romanos 14.7-12: “Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos. Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus. Como está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a Deus. Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus”.

 

Todos os dias, a cada instante, é nossa a opção de quem seguir: se for a Cristo, o sol brilhará para nós, irresistível e caloroso, mas se for o pecado, as trevas nos engolfarão, nefastas e deletérias, como está claramente define o princípio geral traçado por Paulo em Romanos 6.16 (NTLH): “Pois vocês sabem muito bem que, quando se entregam a alguma pessoa para serem escravos dela, são, de fato, escravos dessa pessoa a quem vocês obedecem. Assim sendo, vocês podem obedecer ao pecado, que produz a morte, ou podem obedecer a Deus e ser aceitos por ele”.

 

E o que nos induz à escolha certa? A graça. Lembremos que antes de estarmos em Cristo não tínhamos escolha, e o pecado era a única alternativa que nos restava. Mas depois que entregamos ao Senhor Jesus o governo da nossa vida, a Sua graça nos libertou e nos motivou a seguir os Seus passos com inusitada alegria e confiança no porvir! É como escreveu de forma brilhante Charles Swindoll em O Despertar da Graça: “Quando a graça desperta, a esperança e a alegria dominam nossos dias”.

 

A graça se desenvolve em duas dimensões: a vertical, que referida ao nosso relacionamento com Deus nos anuncia a maravilhosa esperança de vida eterna apesar de nossa pecaminosidade, e a horizontal, que diz respeito à nossa relação com as pessoas, libertando-nos da necessidade de balizar nossa vida segundo as exigências e expectativas meramente humanas, assim silenciando a nossa eventual imaginária e indevida culpa.

 

Oremos rogando a Deus que nos cure de todos os nossos males, especialmente os de ordem espiritual, e também nos transforme profunda e consistentemente para sermos mais assemelhados a Cristo, e assim possamos expressar com gentileza e graça tudo o que dissermos ou escrevermos. Não é pecado discordarmos dos outros, e até mesmo proferirmos palavras de correção ou de reprovação, mas que o façamos de maneira educada e graciosa, nunca com rudeza, – que jamais é apropriada, – enquanto que a bondade sempre é. Como diz o velho ditado: “Grave na pedra todo o bem feito a você, os elogios, os benefícios, as palavras de carinho, simpatia e estímulo, porém escreva na areia as críticas, as injúrias, as ingratidões e as mentiras com as quais tentarem feri-lo ao longo da áspera estrada da vida”.

 

É com esse mesmo objetivo que sabiamente Paulo nos exorta e ensina a agirmos com graça em Efésios 4.29-32: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”.

 

Senhor Amado e Bendito, capacita-nos a ser, – por meio da nossa conduta e da nossa palavra, – incentivadores das atitudes positivas naqueles que nos cercam, ajudando-os a exercitar o tipo de graça que permite que cada um seja o que é e o que Tu desejas que seja. Que, obedientes a Ti, passemos a tratar ao nosso próximo como Tu desejas que o façamos, a nos dedicar, a honrar e a contribuir para satisfazer as necessidades uns dos outros, a praticar a hospitalidade, a nos regozijar com o sucesso alheio, a retribuir o mal que fazem contra nós com o bem que procede de Ti, sendo graciosos com o nosso todos como Tu és conosco, jamais nos comparando com os outros, assim evitando a inveja, as críticas e as competições e, sobretudo, que nunca tentemos controlar a ninguém, e muito menos procuremos manipulá-lo ou intimidá-lo. Ajuda-nos, ó Pai, a sermos exemplos de tolerância e graça a cada dia de nossas vidas. No nome de Jesus. Amém.

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Graça Mais Preciosa

“Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!” Lucas 10.17 (ARA)

Como discípulos de Jesus, que hoje nos inunde o coração a premissa essencial de que a nossa alegria não deve residir em qualquer tipo de poder, dom ou benesse que o Senhor eventualmente nos conceda, que de nada servirão se não forem utilizados unicamente para a Sua honra e glória. Incomparavelmente mais precioso que possuir todas as dádivas da graça é a própria graça de Deus, derramada sobre aqueles “cujos nomes estão inscritos no Livro da Vida do Cordeiro”, motivo da maior das alegrias que poderemos ter e da gratidão indizível a Cristo Jesus pela certeza inequívoca da nossa bendita salvação!

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Jardins do Senhor

“… a sua alma será como um jardim regado, e nunca mais desfalecerão.” Jeremias 31.12 (ARA)

Sob os cuidados do Pai, nossas almas são jardins regados e tratados pelo Supremo Paisagista, e assim não há risco de se transformarem em desertos, como estariam caso estivessem debaixo de nossa própria inepta responsabilidade. Hoje, ao entregarmo-nos inteiramente em Suas perfeitas, soberanas e onipotentes mãos, podemos ter a certeza de que, como jardins do Senhor, nossas almas – cultivadas pela Sua Palavra, cercadas pela Sua graça, limpas pela Sua disciplina, guardadas pelo Seu poder e visitadas pelo Seu amor – estarão prontas para produzir muitos frutos para a Sua glória! 

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