O FRUTO DO ESPÍRITO

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O FRUTO DO ESPÍRITO

O fruto do Espírito é um conjunto harmônico, indivisível e completo de virtudes produzidas pelo Espírito Santo na vida daqueles que foram feitos novas criaturas ao se converterem a Jesus, e se manifesta através de uma conduta de vida íntegra e em obediência à vontade de Deus por meio de um caráter santificado. A vida com Jesus é como uma árvore que cresce, amadurece e dá um fruto excelente e inigualável do qual cada virtude é como se fosse um gomo. À medida que crescemos nEle, com Ele e por Ele, o Espírito Santo vai transformando a nossa vida tornando-nos cristãos mais maduros, e só quando o fruto do Espírito estiver consistentemente manifesto em nossa vida é que estaremos vivendo da forma como Deus deseja. É por isso que Jesus nos recorda em Mateus 12.33 que “…uma árvore boa dá bom fruto; uma árvore ruim, dá fruto ruim, pois uma árvore é conhecida por seu fruto. E o apóstolo Paulo em Gálatas 5:22-23 especifica cada um dos gomos ou virtudes: “… o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio…”.

 

1. Amor

Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus, aprendemos em  1 João 4.7.

O amor é a principal das virtudes que compõem o fruto do Espírito. Não há quem não acredite que o amor é importante, mas geralmente pensamos que é simplesmente um sentimento. Na verdade, o amor é uma decisão e uma atitude, como Paulo mostra 1 Coríntios 13.4-7 de forma sublime: O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

Deus é a fonte de todo amor e nos ama de maneira tão incrível que sacrificou seu próprio Filho Jesus Cristo por nós pecadores. E Jesus é o exemplo máximo do que significa amar, pois cada atitude, cada gesto, cada ensinamento que nos deixou, seja em Sua vida, seja em Sua morte, revela o amor supremo que vem do Pai. Mas é o Espírito Santo que nos concede o poder de amar, vivendo em nosso coração e nos tornando mais assemelhados a Cristo, e assim aprendemos a amar com maior intensidade a Deus, ao nosso semelhante e a nós mesmos.

 

2. Alegria

Os meus lábios gritarão de alegria quando eu cantar louvores a ti, pois tu me redimiste, canta o Salmo 71.23.

A alegria santa é o centro do verdadeiro louvor a Deus e deve ser feito de todo o nosso coração porque, – a menos que nossas almas estejam totalmente envolvidas manifestando júbilo, alegria e gratidão, – se nossos louvores se limitarem a ser feitos com os lábios, de nada valem, serão como palavras vazias lançadas ao vento.

Em nossos louvores, a obra de Jesus na terra deve ser celebrada mesmo nas dificuldades que nos acometem, pois é na salvação e na redenção que Ele nos trouxe que encontramos a alegria sem fim.

A alegria produzida pelo Espírito Santo em nós faz com que nos regozijemos mesmo diante da dor, porque só então somos capazes de compreender “… que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, como Paulo ensina em Romanos 8.28.

 

3. Paz

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize, é a extraordinária bênção que Jesus nos concede em João 14.27, e que Filipenses 4.7 qualifica como “… a paz que excede todo entendimento”.

Portanto, o resultado final da obra do Espírito Santo em nossas vidas é uma paz profunda e duradoura. Diferentemente da paz do mundo, cuja definição costuma ser apenas a ausência de conflito, a paz de Cristo é uma confiança irrestrita que nos envolve totalmente em qualquer circunstância e com ela em nossos corações nada temos a temer, nem no presente nem no futuro. O pecado, o temor, a insegurança, a dúvida e muitas outras forças do mal estão permanentemente guerreando em nós. A paz de Deus penetra em nossos corações a fim de derrotar essas forças inimigas e oferecer consolo e harmonia em lugar de conflito, e Jesus declara que nos dará essa paz se simplesmente estivermos dispostos a aceitá-la!

 

4. Paciência

Paulo nos exorta em Romanos 12.12, “… regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes…”. Se colocamos nossa alegria na esperança da vida por vir e suportamos nossas aflições com paciência, sempre dirigindo nossos corações e mentes ao alto, onde Cristo vive, estaremos gerando em nós mesmos paciência na adversidade, numa elevada associação entre a alegria que nasce da esperança e a paciência que brota da provação.

Mas para que tenhamos força para tomar estas atitudes, precisamos estar constantemente em oração, invocando continuamente a Deus para que Ele não permita que sejamos vencidos. Assim, a paciência vem quando compreendemos que Deus tem o controle de tudo e está sempre pronto a nos ajudar, e por isso basta confiar nEle e esperar.

 

5. Amabilidade

Em 2 Timóteo 2.24 Paulo ensina que “… é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente…”.

Como mestre, Timóteo ajudava aqueles que estavam confusos a respeito da verdade, esclarecendo-os. O conselho de Paulo a seu discípulo e a todo aquele que proclama a Palavra de Deus é ser amável e gentil, paciente e cortês ao explicar a verdade. O bom ensino nunca provoca lutas ou argumentos tolos, pois Deus está sempre aperfeiçoando o relacionamento de Seus filhos com as outras pessoas, ajudando-os a demonstrar empatia, delicadeza, complacência e tolerância.

 

6. Bondade

Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou, afavelmente nos exorta Paulo em Efésios 4.32.

Muitas vezes podemos entristecer o Espírito Santo pela forma como vivemos e agimos. A Palavra de Deus nos alerta contra o uso de linguagem vulgar, rude, amarga, grosseira, cheia de palavras torpes e atitudes impróprias dirigidas aos outros. Ao contrário, devemos perdoar aos outros assim como Deus nos perdoa, por isso é necessário constantemente nos perguntarmos: será que estamos agradando a Deus com nossas atitudes, palavras e ações? Precisamos agir com amor e bondade com nossos irmãos em Cristo, da mesma forma como Deus fez ao enviar Seu Filho Amado para morrer por nossos pecados.

É um enorme privilégio, uma grande bênção de Deus podermos fazer o bem, sermos bondosos, graciosos para com o próximo! Quando entendemos todo o bem que Deus faz por nós, é inevitável nos sentirmos na obrigação de retribuir fazendo coisas boas para as outras pessoas.

 

7. Fidelidade

Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que habitem comigo; o que anda em reto caminho, esse me servirá, diz Davi no Salmo 101.6, porque ele havia decidido cercar-se de conselheiros fiéis, justos, honestos e verdadeiros, como modelo de bom rei.

Nossos amigos, colegas, companheiros e sócios têm uma profunda influência em nossa vida, por isso devemos nos assegurar de termos ao nosso lado aqueles que são fiéis a Deus e à Sua Palavra.

Fidelidade é a virtude essencial de uma pessoa de confiança, que não volta atrás naquilo que prometeu, e Deus nos ajuda a sermos fiéis a Ele e aos outros se crermos nEle e vivermos de acordo com Seus ensinamentos, porque Ele é a suprema fidelidade e a eterna misericórdia, como Jeremias reconhece e proclama em Lamentações 3.22-23: As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.

 

8. Mansidão

Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma, persuade-nos Jesus em Mateus 11.29 com Seu exemplo perfeito, sublime, maravilhoso de brandura.

A mansidão é o oposto da agressividade, da raiva, da violência, da ausência de serenidade. Sermos mansos no trato de uns para com os outros revela o agir do Espírito Santo em nós, e nos faz sermos imitadores do nosso Senhor, como Paulo expressa na segunda carta aos Coríntios 10.1: E eu mesmo, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde; mas, quando ausente, ousado para convosco…”.

Jesus, como exemplo máximo de mansidão, tratava a todas as pessoas com amor, nunca procurava se vingar nem respondia com maldade a quem o ofendia, perdoando e orando por Seus inimigos, como nós devemos igualmente fazer.

Uma das maiores demonstrações da mansidão de Jesus é encontrada no momento de seu maior sofrimento, como o profeta Isaías 53.7, 800 anos antes do Salvador nascer, já antevia prodigiosamente, descrevendo: Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.

 

 9. Domínio próprio

O sábio rei Salomão em Provérbios 29.11 ensina uma verdade eterna: “O insensato expande toda a sua ira, mas o sábio afinal lha reprime”, ou como diz a versão bíblica NVI: O tolo dá vazão à sua ira, mas o sábio domina-se.

Alguém disse certa vez: “Existem homens que podem comandar exércitos, mas não conseguem comandar a si mesmos; existem homens que com suas palavras inflamadas podem cativar multidões, mas não conseguem se controlar frente a provocações ou insultos. O maior sinal de nobreza é o domínio próprio, ele é maior sinal de realeza do que uma coroa de ouro.”

Domínio próprio é sinal de força, e Deus nos ajudará a agir com sabedoria se O buscarmos, mesmo em situações difíceis, auxiliando-nos a ter controle sobre as nossas vidas, sobre o que fazemos, e como agimos e reagimos, uma vez que não somos mais escravos do pecado.

A virtude do domínio próprio pode ser percebida na relação que alguém tem consigo mesmo. No sentido original, o termo grego descreve a capacidade de uma pessoa de conter-se a si mesma, de manter o controle em qualquer situação. Tenhamos sempre em mente: se exercemos o domínio próprio, estaremos submetendo todas as nossas vontades à vontade soberana e perfeita de Cristo Jesus e não nos deixando dominar por nossas más tendências.

Paulo ensinou a importância do domínio próprio lembrando que qualquer atleta que queira ganhar uma corrida deve treinar até controlar totalmente o seu corpo, diz ele aos seus leitores. E enfatiza em 1 Coríntios 9.25 que o prêmio não é uma coroa perecível mas sim aquela que dura para sempre: “Todo atleta em tudo se domina; aqueles para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível”.

Na lista que o apóstolo Pedro faz das virtudes do cristão, em sua segunda carta, capítulo primeiro, versos 5 e 6 exorta: “Associai… com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança…”.

E não há dúvida de que se deixarmos nossas emoções governarem nossas atitudes, o resultado final jamais será aquele que gostaríamos que fosse e, principalmente aquele que Deus deseja. Nunca foi tão necessário ter domínio próprio em todas os aspectos da vida como nos dias de hoje, e é essencial que os cristãos sejam exemplo em uma época em que a violência, o egoísmo, a incredulidade e a vida indisciplinada predominam. Durante séculos os cristãos têm pregado que Cristo é a verdadeira âncora para evitar o naufrágio mundial, e se nós, que temos o Espírito Santo falhamos e caímos, que esperança restará para o mundo?

 

Amado Senhor, dá-nos sabedoria, discernimento, força e a firme disposição de nos santificarmos, não importa o custo, porque desejamos nos assemelhar mais a Cristo e expressarmos em nossa vida o fruto do Espírito Santo como Tu desejas. Que a cada novo dia, Senhor, estejamos crescendo principalmente em amor, mas também em alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio, para sermos mais dignos de pertencer à Tua família celeste, e sermos servos bons e fiéis Teus. Ajuda-nos, Pai, santifica-nos, permite que nos acheguemos mais a Ti em humilde adoração, e ampara-nos em nossa caminhada. No nome santo de Jesus oramos agradecidos. Amém.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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