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SUCESSO x VIDA ABUNDANTE

Desde que começou a se entender como gente, sentia no íntimo a necessidade de Deus. E então passou a buscá-Lo. Sem direção, sem rumo, tal como tantos outros perdidos, acabou tomando contato com vários tipos de religiões, filosofias e seitas, sem se fixar em nenhuma. À medida que ia se aprofundando, conhecendo mais cada uma delas, acabava percebendo as discrepâncias, os erros crassos, as incongruências, e ficava inconformado, desapontado, acabando por afastar-se daquele meio.

 

Até que um dia, timidamente, no início até com um pouco de desconfiança, decidiu conhecer consistentemente as Escrituras Sagradas, e então as dúvidas em seu coração definitivamente se dissiparam: finalmente sentiu que tinha encontrado a verdade, e a verdade o libertou de toda a angústia produzida pela busca infrutífera, pelas falsas doutrinas, pelos desapontamentos causados por falsos mestres, por mentirosos aproveitadores, por pessoas que, depois descobriu, estavam a serviço do maligno. Pôde então ser alegremente engolfado, envolvido, permeado pela maravilhosa bênção prometida por Jesus em João 8.32: “…e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”

 

A conversão a Cristo foi um primeiro passo dado com profunda convicção. Mas tratava-se apenas do começo de uma longa jornada de caráter espiritual rumo ao alto. Ele ainda não compreendia que Cristo estava colocando-o num caminho não apenas de vida nova, mas também de vida abundante, outra de Suas maravilhosas promessas, esta contida em João 10.10.

 

Até mesmo os primeiros discípulos do Mestre de início não compreenderam o tipo de abundância que o Messias estava trazendo. Apegados à expectativa meramente terreal de um rei que estaria vindo para dar-lhes aquilo pelo que ansiavam, ou seja, liberdade política, riqueza e poder, não conseguiam compreender o caráter superior, sublime, extraordinário da riqueza que Ele prometia.

 

Jesus jamais prometeu algo parecido com sucesso profissional ou mundano de qualquer tipo, segurança financeira ou conforto pessoal. Ao contrário, convidou e ao mesmo tempo alertou em Lucas 9.23-25: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; quem perder a sua vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se, ou a causar dano a si mesmo?”

 

Contudo, Jesus em momento algum pregou contra a riqueza – até porque as promessas de Deus a Israel incluíam muitas vezes também a abundância material – embora o Senhor em Mateus 19.23 tenha dito: “Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus”.

 

Mas o que Ele queria mostrar é que a preocupação com o que é material não pode ser uma prioridade para um discípulo Seu, porque não tem qualquer relação com o Reino de Deus. A riqueza material – vista pela perspectiva da eternidade – torna-se insignificante, desprezível, enquanto que as coisas do espírito, os relacionamentos e a vida abundante, agigantam-se.

 

Voltando ao recém-convertido – agora nascido para uma nova vida por obra do Espírito Santo – como todo o recém-nascido precisava do alimento adequado para crescer, fortalecer-se, maturar, tornar-se adulto na fé. Mas ainda restava outro desafio imenso a ser vencido: seu envolvimento com os padrões e conceitos do mundo, que se centrava principalmente na luta pelo sucesso profissional.

 

A luta que praticava era ética, honesta e limpa, mas o obrigava a defrontar-se com muitas mazelas do mundo: falcatruas, esquemas políticos de corrupção, maus profissionais. Apesar disso, idealista como era, já de algum tempo achava que sua profissão era, acima de tudo, um instrumento para beneficiar pessoas, na medida em que poderia – ao contrário da maioria de seus colegas, que visavam quase que exclusivamente o lucro financeiro – dar uma contribuição importante para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. E, como costumava dizer a seus alunos e colaboradores, o resultado financeiro era apenas a consequência de um trabalho profissional bem feito.

 

Enquanto isso, o Espírito Santo ia encaminhando-o, tutorando-o, e de uma forma muito natural, fê-lo descobrir que o nutrimento essencial, indispensável e completo para aquele que nasce de novo é a Palavra de Deus. Seu coração então passou a ter a convicção inamovível e plena de que sem ela seria impossível crescer no espírito, mas que com ela, seu crescimento como cristão era certo. E passou a buscá-la com consistência, e com a consciência cada vez maior da extraordinária significação que ela tinha para a sua vida.

 

O evangelista norte-americano Fred Bosworth certa vez disse: “Os cristãos, em sua maioria, alimentam o corpo com três refeições quentes por dia, e seu espírito, com um único lanche frio por semana, e depois se perguntam por que estão tão fracos na fé.”

 

Alimentamo-nos diariamente para manter a vida e a saúde de nossos corpos. Não é possível comer no domingo, prosseguir durante a semana com as atividades diárias, e nos alimentarmos apenas no domingo seguinte. Do mesmo modo como nos alimentamos cotidianamente do alimento físico para viver com saúde na terra, precisamos nos alimentar diariamente do verdadeiro alimento espiritual para viver em Cristo, para fortalecer a nossa fé, e o alimento do renascido, pelo resto da sua vida, é a Sua Verdade Eterna.

 

Ora, assim como toda criança recém-nascida precisa ser alimentada com leite humano, todo cristão recém-nascido precisa ser alimentado com o leite genuíno da Palavra de Deus, pois aperfeiçoar-se espiritualmente é um processo natural na vida do eleito, como exorta o apóstolo Pedro em sua primeira carta, capítulo 2, versículo 2: “… desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele seja vos dado crescimento para salvação…”.

 

E assim o Espírito Santo toca o coração – não só do bebê espiritual, mas também do cristão maduro – para que passem a sentir que precisam crescer na fé, porque nosso Deus – como Pai infinitamente amoroso que é – deseja que cada um de Seus filhos cresça da mesma forma que Seu filho Jesus encarnado cresceu, “… em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens”, como registrou Lucas 2.52.

 

E o apóstolo João registra em seu Evangelho, no capítulo 5, verso 39, o que Jesus disse aos judeus numa festa em Jerusalém: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim;” e Paulo complementa em 2 Timóteo 3.16-17:  Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra.”

 

A Bíblia é a inesgotável, indispensável e completa fonte divina de alimento cotidiano do verdadeiro cristão, o guia inigualável que provê o conhecimento do Senhor, a orientação, a consolação, a força do alto, a compreensão da vontade soberana de Deus, as promessas alentadoras, a sabedoria e muito mais, de forma copiosa, integrada e inerrante.

 

O Salmo 119 é um exemplo disso, comunicando a certeza de que a Palavra de Deus contém tudo o que o homem precisa saber. Os versos 1 e 2 falam de verdadeira felicidade: “Bem-aventurados os irrepreensíveis  no seu caminho, que andam na lei do Senhor. Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições, e o buscam de todo o coração”; o verso 9 trata da busca da santidade: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra”; o 18 ora pelo discernimento divino: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei”; a passagem que vai do verso 57 ao 64 afirma que não poderemos conhecer a Deus sem conhecer a Sua Palavra; do verso 105 ao 112, o salmista se compromete a sempre seguir a Palavra de Deus, e no 165 traz uma promessa inefável e benfazeja: “Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles não há tropeço.”

 

Ah, e o ex-recém-convertido? Pode ser encontrado saboreando – sem cessar e sem saciar-se – o manjar espiritual inigualável, a Palavra que liberta e que dá vida, que fortalece e ensina, que é bússola apontando para a Vida Eterna, e lâmpada para os pés de quem vive neste mundo de trevas.

 

Paralelamente ao crescimento espiritual, o desencanto pelo envolvimento profissional diário com aquele mundo obscuro foi se acentuando pouco a pouco ao longo dos anos, até que o Senhor colocou no seu coração, de forma inequívoca, que desejava que ele se dedicasse exclusivamente à Sua obra. Que não é obra feita por mãos humanas, mas onde Ele amorosamente deseja que as mãos dos Seus filhos sejam empregadas, sob Sua condução, para servi-Lo.

 

Não estamos aqui sugerindo que todas as pessoas deixem seus trabalhos seculares para se dedicar exclusivamente à obra divina. Deus tem um plano para cada um, e nunca disse que não deveríamos trabalhar, pelo contrário, Jesus mesmo afirmou em João 6.17, “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”. O Pai trabalha na Sua obra e Jesus também, e muitos homens e mulheres são cooperadores na obra divina como servos abençoados e abençoadores.

 

Porém, a maioria de nós poderá e deverá, no seu trabalho secular, e por meio dele, colaborar igualmente na obra de Deus. Como? Oremos ao Senhor e Ele nos orientará. Como Paulo afirmou em 1 Coríntios 3.9, “Porque nós somos cooperadores de Deus; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós”. Porém não devemos nunca nos esquecer do que Jesus ensinou em Mateus 6.33: “… buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”, pois temos do Senhor a promessa para o Reino vindouro, firmada em Isaías 65.22 que “… os meus escolhidos desfrutarão de todo das obras das suas próprias mãos”.

 

O ex-converso hoje sabe que o verdadeiro sucesso – que o mundo não conhece e acha loucura – é seguir, sem se desviar, no caminho de Jesus, a vida abundante real e infinita a que, deslumbrado, agradecido e feliz foi conduzido pelo Senhor, fazendo agora suas as palavras de Jó 42.5: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem”.

 

Senhor nosso Deus, Pai amado, a Ti todo o louvor e toda a glória! Um dia Tu nos libertaste das garras do pecado, Tu nos resgataste das trevas, iniciando um bendito processo de metanoia que continua e que, por certo, já havias planejado antes mesmo dos tempos eternos para a Tua glória excelsa e por Tua vontade soberana. Como é maravilhoso, Senhor, poder observar retrospectivamente o Teu maravilhoso agir, amoroso, gracioso e misericordioso em nossa vida! E assim continuas nos conduzindo, guiando e guardando, na senda iluminada de Cristo Jesus, nosso Salvador, no nome santo de quem oramos contritos e agradecidos. Amém.

 

 

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PLENITUDE DO ESPÍRITO

“E agora Eu enviarei sobre vocês o Espírito Santo, tal como meu Pai prometeu. Não comecem ainda a falar aos outros – fiquem aqui na cidade até que o Espírito Santo venha e encha vocês de poder do céu”. Lucas 24.49 (Bíblia Viva)

 

 

 

 

Vida cristã é vida no Espírito, e até que Ele habite e tenha plenitude em nós, nossa vida é vazia e nosso agir é carnal, porque estaremos mais ligados às coisas do mundo que às do alto. Assim, só a partir do momento em que Ele vem a nós, fazendo de nosso corpo o Seu templo é que começa a Sua obra de santificação que nos aproxima mais de Cristo. Hoje examinemo-nos e confessemos nossos pecados a Deus, submetendo-nos inteiramente a Ele, rogando para que nos encha com Seu Santo Espírito, e agradeçamos-Lhe por ter nos dado Seu Filho para morrer por nós, e Seu Espírito para viver em nós.

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ORGULHO E DESTRUIÇÃO

“O seu orgulho o enganou. Você vive nas cavernas das rochas, lá no alto das montanhas, e por isso pensa assim: ‘Ninguém é capaz de me derrubar daqui.’ Ainda que você voe tão alto como a águia e faça o seu ninho entre as estrelas, eu o derrubarei dali.” Obadias 3-4 (NTLH)

 

 

Os edomitas sentiam-se orgulhosos de sua autossuficiência, acreditando exclusivamente no poder de seus sábios e guerreiros, e isto acabou resultando em uma grande tragédia para eles. Neste dia lembremos do exemplo fatídico da soberba Edom, e da advertência do sábio Salomão, que nos ensina em Provérbios 16.18 (NTLH) que “O orgulho leva a pessoa à destruição, e a vaidade faz cair na desgraça”. Humilde e sensatamente reconheçamos que somente em Deus encontramos perfeita segurança, como 1 Pedro 5.5 (ARA) assevera: “… Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça”!

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