Mãe Crente

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Mãe Crente

Por Juarez Marcondes Filho

Elegemos Eunice, mãe de Timóteo, como símbolo da mãe crente. É notável que seu nome sempre esteja ligado à fé. Em Atos 16.1, Lucas nos apresenta o jovem discípulo Timóteo, afirmando que ele era filho de uma judia crente, ou seja, Eunice havia se convertido à fé em Cristo. Agora, é Paulo que tece elogios à verdadeira fé que habitava o coração de Eunice (II Timóteo 1.5). Ser crente significa crer em Cristo e implica no exercício da fé, ou seja, é preciso que a fé seja demonstrável na prática.
A mãe crente teme a Deus. Sua compreensão é que a fé não se esgota nas práticas religiosas, no atendimento aos ritos, nas práticas eclesiásticas, mas na integridade da vida, tendo como percepção fundamental a presença de Deus. A Escritura afirma: “perto está o Senhor” (Filipenses 4.5); não podemos nos esconder da sua face (Salmo 139). No entanto, nossa vida, muitas vezes, revela grande irreverência e falta de respeito a Deus, que sempre está perto.
O temor de Deus se traduz no fato de que o ponto de partida de nossas vidas é o Senhor, e, não o que dita a moda, o que pensa a sociedade, o que sugere a cultura. Pensando em nossos lares e na educação dos nossos filhos, precisamos tomar uma decisão em princípio: se vamos nos orientar pela segurança dos princípios divinos ou pela inconstância dos valores do mundo.
A mãe crente transmite os valores da fé aos filhos. No caso de Eunice, isto já havia se consagrado numa prática de geração em geração. Ela havia recebido de Loide, sua mãe, e agora, era sua vez de passar para Timóteo.
É comum pensarmos que as coisas da fé devem ser tratadas com os pastores e os líderes da Igreja. Não são poucos os pais que transferem à Igreja o dever de falar das coisas de Deus aos seus filhos. Mas se uma parceria muito clara não for estabelecida entre a família e a Igreja sempre teremos muita dificuldade em alcançar as novas gerações. E mais: nada substitui a força de um lar no ensino de valores duráveis.
Certamente, foi em casa que Timóteo conheceu a Cristo como seu único e suficiente Salvador. Foi lá, também, que ele aprendeu a amar a Deus sobre todas as coisas (Deuteronômio 6.5-7) e a importância de viver pela Palavra de Deus (II Timóteo 3.14-17). Por mais eficiente que seja o ministério da Igreja, reside sobre o lar uma responsabilidade maior nesta matéria.
A mãe crente perpetua sua fé na vida dos filhos. Qual é o resultado do trabalho de uma mãe? A casa em ordem? A roupa lavada? A comida na mesa? Ora, todas estas coisas tem o seu lugar, no entanto, são periféricas na avaliação de desempenho; são, no máximo, meios. O produto final é o caráter dos filhos.
Em Filipenses 2.19-23 vemos quem é Timóteo: um homem que tinha como prioridade o Reino de Deus; sua preocupação primordial sempre foi o interesse de Cristo (v. 21). Também, revelou na sua vida o atendimento às necessidades dos outros, sem se importar muito consigo mesmo (v. 20). Ainda, soube superar as provas (v. 22), que vieram por meio de perseguições e de vitória sobre questões de ordem moral.
Ora, Eunice não pode fazer o que Timóteo fez, mas o que ele fez foi uma extensão da vida, da fé e do ministério de sua mãe. E como se pode medir, o resultado foi muito promissor.

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