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DEUS NOS FEZ

Nos dois primeiros capítulos da Bíblia, o livro de Gênesis narra a história da criação, iniciando com esta afirmativa explícita, categórica: “No princípio, Deus criou os céus e a terra…”. Esse texto fundamental estabelece Deus como Aquele que concebeu tudo o que existe a partir do nada, como o iniciador único e incausado de toda a existência do universo e de toda a vida que nele há.

 

Ao criar tudo a partir do nada, o poder incomensurável de Deus é afirmado como absoluto e irrestrito, assim implicando que toda a existência é inteiramente contingente e dependente de Sua vontade, e que o Seu poder criativo absoluto sublinha a onipotência, soberania e transcendência divinas, posicionando o Criador como fundamentalmente distinto e superior à Sua criação.

 

Esta crença fundamental estabelece uma base sólida para a adoração, a obediência e a compreensão de uma criação divina que se espalha pela terra tem um propósito, uma vez que não havia uma necessidade intrínseca de que algo existisse além da vontade perfeita, soberana e deliberada de Deus.

 

Tomás de Aquino, o célebre frade italiano que viveu no século XIII da nossa era, cujo pensamento teológico e filosófico inspirou gerações de pensadores, defendia a tese de que a existência de um “ser necessário”, que é Deus, cuja não-existência é impossível, estabelece a causa última e o fundamento de toda a existência, o que é compatível com um universo eterno. Ao estabelecer uma causa incausada para a continuidade da existência do universo, ao invés de seu início temporal, é criada uma base racional para a afirmação de que Deus nos fez, como afirma Gênesis 1.27 ao dizer que “Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus…”, sugerindo que na própria existência do universo, e do ser humano nele, fica estabelecida uma explicação última, clara e evidente que aponta para um Criador Divino.

 

Outro argumento fundamental para a compreensão de Deus como o Supremo Criador de tudo, é o do Design Inteligente, baseado na observação da ordem, complexidade e aparente propósito da criação, o que só seria possível se por traz de tudo existisse um Criador Inteligente, como é o caso, por exemplo, do DNA e do extraordinário ajuste de todos os componentes do universo para a existência da vida. O Design Inteligente frequentemente se concentra no que é chamado de complexidade irredutível ou complexidade especificada em nível micro, como é o caso do DNA, ou macro, por exemplo, as condições atmosféricas, que não poderiam ter surgido por meio de seleção natural gradual e não direcionada.

 

A Palavra de Deus é peremptória e afirma sem titubeio a crença de que Deus nos fez, como afirma o Salmo 100.3 ao assegurar que “… o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio”,  e isto traz consigo implicações profundas para a compreensão do propósito divino. Adicionalmente o profeta Isaías 44:2 registra que “Assim diz o SENHOR, que te criou, e te formou desde o ventre, e que te ajuda. Não temas…”, e o profeta Jeremias 1.5 reitera que “Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci…”. Lucas, médico e autor inspirado do Livro de Atos 17.26,28 atesta que “… de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; (…) pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração”.

 

São afirmativas que não permitem dúvidas, fortalecendo o princípio de que a humanidade foi criada à imagem de Deus, isto é, cada ser humano possui o privilégio e a inigualável dignidade de ter sido concebido à semelhança do Criador, e, portanto, dotado de uma alma imortal, inteligência, razão e livre-arbítrio, o que a capacita a compreender a ordem da criação e a buscar a verdade, a bondade, a pureza e tudo o que é belo, pois nela está impressa a própria imagem do Seu Criador.

 

O conceito de ter sido feito à imagem de Deus confere ao ser humano uma dignidade inerente, inalienável, é um direito adquirido quando Deus o criou, e é muito superior a qualquer valor que possa ser adquirido por mérito ou status social, configurando-se em uma poderosa base teológica para os direitos humanos universais, a santidade da vida e os imperativos éticos quanto ao tratamento de todos os indivíduos, da concepção à morte. Implica que a vida humana é sagrada e possui valor intrínseco simplesmente em função de sua origem divina, implicando nas questões de justiça, compaixão e valor intrínseco de cada vida.

 

A crença de que Deus nos fez, conduz à ideia de que verdades e obrigações morais objetivas são explicadas ou até exigidas por um fundamento religioso fundado na existência e no caráter de Deus. Assim sendo, a liberdade humana é um poder concedido por Deus para que sejamos como Ele nos criou para ser, para só então podermos almejar uma união eterna com Ele, desde que tenhamos atitudes que estejam em harmonia com o Seu plano para nós, contrastando fortemente com uma visão de liberdade que nos permita fazer qualquer escolha que nos pareça a melhor, porém sem obediência aos Seus preceitos e vontade soberana.

 

Por isso a moralidade cristã enfatiza que todo ato moral é composto de três elementos: o ato objetivo (o que fazemos), a intenção subjetiva (porque fazemos), e as circunstâncias concretas em que realizamos o ato, e para que o nosso ato seja bom, tanto o objetivo quanto a intenção devem ser igualmente bons. Por isso, uma ação nossa só é moralmente correta quando Deus a comanda, dirige e inspira, pois os Seus mandamentos existem para o nosso bem, e a liberdade humana envolve nosso alinhamento com o Seu plano perfeito para cada um de nós.

 

Portanto, do ponto de vista teológico, a moralidade cristã e a Lei de Deus não são restrições arbitrárias, mas nos foram concedidas especificamente para a nossa felicidade, e o objetivo último da liberdade humana é a livre decisão de dizer sim a Deus, o que nos conduz a uma união eterna com Ele, pois a realização e a felicidade humanas só podem ser alcançadas quando se alinham com o propósito divinamente ordenado para o qual fomos concebidos pelo Criador.

 

Assim, fica claro que a Palavra de Deus nos foi concedida para a nossa felicidade, pois o objetivo último da liberdade humana é a união eterna com Ele, e se Deus nos fez, nosso propósito na vida não é meramente algo inventado por nós, mas sim um fundamento eterno inerente à nossa relação com nosso Criador, e a nossa felicidade só é alcançada quando nos alinhamos com este propósito divinamente ordenado. É uma perspectiva que oferece um sentido abrangente e completo para o próprio significado da vida, fornecendo respostas a questões existenciais que ligam o ato da criação divina diretamente ao destino humano, ao bem-estar e a existência pessoal com sentido, mostrando que a verdadeira felicidade só é encontrada no cumprimento do propósito para o qual fomos criados por Deus.

 

Que o Senhor nos capacite a proclamar, onde quer que estejamos, a quem quer que nos ouça, em toda e qualquer circunstância, sem cessar, com nossos corações regozijantes, como arautos da Sua glória eterna, que:

DEUS NOS FEZ com corações para amar e não para odiar,

Com braços para envolver afetuosamente e não para sufocar,

Com mãos para acariciar e apoiar e não para agredir,

Com voz para bendizer e não para amaldiçoar,

Com mentes para arquitetar o bem e não para produzir o mal,

Com pés para caminhar nas sendas da paz e não da guerra,

Com almas para louvar e não para amaldiçoar,

Com um espírito para nos aproximarmos dEle e não do maligno.

 

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DEUS NOS FEZ

Por que Deus nos fez, qual a razão de nos ter criado? Paulo, em Efésios 1.4-5 (NVI) responde: Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade…”. 

 

Além disso, Deus nos criou para a Sua glória eterna, como deixa claro ao ordenar em Isaías 43.6-7: “Trazei meus filhos de longe e minhas filhas, das extremidades da terra, a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória, e que formei, e fiz”. O Senhor então criou-nos assemelhados a Ele, – obviamente não exatamente como Ele, porque Deus não está limitado a um corpo físico e às insuficiências humanas, – mas fez-nos com todo o nosso ser refletindo Sua imagem e caráter, como decide segundo Gênesis 1.26: “… Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança…”.

 

Tudo foi criado por Deus, como Paulo ensinou aos atenienses em Atos 17.24-26, revelando-lhes a grandeza incomparável do Seu poder que torna compreensível a qualquer um a importância fundamental de depositar toda a nossa fé nEle: O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação…”.

 

E é o mesmo apóstolo que em Colossenses 1.15-16 fala aos fiéis de Colossos sobre a divina proeminência de Cristo, mostrando-lhes que Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.

 

Fomos, portanto, criados por Ele e para Ele, com o Senhor do universo mantendo um relacionamento de amor, respeito e confiança conosco que deveria durar para sempre, não fora a desobediência humana, a verdadeira e injustificada traição praticada contra o Criador, o primeiro e fatal pecado que provocou o rompimento da maravilhosa comunhão que existia.

 

Então Deus percebeu que, a depender do homem, o perfeito relacionamento divino que havia planejado jamais seria retomado, pois tudo na Sua criatura estava pervertido, como Paulo em Romanos 3.10-12 lamenta, milênios depois:  Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.

 

Por isso o Senhor enviou Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, para vir ao mundo como Salvador e Redentor da humanidade caída e ser sacrificado na cruz, o único justo em lugar dos injustos, o único sem pecado ao invés dos pecadores, para que estes voltassem a glorificá-Lo como Deus, pois “… tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato, como Romanos 1.21 registra.

 

E como devemos glorificá-Lo?  Servi-Lo de todo o nosso coração está no cerne da glorificação do Senhor, atendendo ao que Deuteronômio 13.4 prescreve para os que são Seus: “Andareis após o Senhor, vosso Deus, e a ele temereis; guardareis os seus mandamentos, ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos achegareis”.

 

E como fazê-lo? O salmista no Salmo 100.2 ensina: “Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico”. Glorificar a Deus é, portanto, servi-Lo, reconhecer quem Ele é, e louvá-Lo e adorá-Lo para todo o sempre.

 

Para isto é forçoso rogarmos ao Senhor como o salmista o faz no Salmo 119.135: “Faze resplandecer o rosto sobre o teu servo e ensina-me os teus decretos”.

 

Então o outro salmista no Salmo 135.14 traz uma graciosa esperança para os que Lhe são servos fiéis: “Pois o Senhor julga ao seu povo  e se compadece dos seus servos”.

 

Jesus Cristo é o nosso modelo de servo e no Seu Reino grandeza é manifesta pelo serviço, por isso ensina aos Seus discípulos em Mateus 20.26-28: “… quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.

 

Eu revelei no mundo a tua natureza gloriosa, terminando assim o trabalho que me deste para fazer, disse Jesus em João 17.4, porque ele havia glorificado o Pai por meio de Sua vida impecável, dos milagres que realizou, pelo terrível sofrimento que padeceu na cruz, mas, acima de tudo por Sua ressurreição.

 

E ainda é o Senhor Jesus que faz esta promessa abençoadora em João 12.26: “E, se alguém me servir, o Pai o honrará”. A única forma de servir a Cristo é segui-Lo, obedecendo aos Seus ensinos e sendo moralmente assemelhados a Ele, e o serviço que ora executamos por Sua graça e misericórdia, num dia futuro receberá a aprovação de Deus, glória incomparável destinada àqueles que neste mundo sofrem por Ele.

 

A conversão mudou radicalmente a nossa maneira de ser, a nossa condição perante o Pai, e Paulo em Romanos 6.22 traça este caminho maravilhoso para nós: “Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna”, e em Romanos 14.18 complementa afirmando que “Aquele que deste modo serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens”.

 

E, por fim Apocalipse 11.18 relata que finalmente é chegada a hora da manifestação da ira de Deus contra as nações incrédulas, mas também é então que o Senhor recompensará Seus servos, os profetas e o Seu povo: “Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os profetas,  aos santos e aos que temem o teu nome,  tanto aos pequenos como aos grandes,  e para destruíres os que destroem a terra”.

 

Por isso tudo podemos com profunda gratidão afirmar que,

 

“Deus nos fez com corações para amar e não para odiar,

Com braços para envolver e não para sufocar,

Com mãos para acarinhar e não para agredir,

Com voz para bendizer e não para praguejar,

Com mentes para planejar o bem e não o mal,

Com pés para caminhar nas sendas da paz e não da guerra,

Com almas para louvar e não para amaldiçoar,

Com espíritos para nos aproximarmos dEle e não do maligno,

Com todo o nosso ser prostrado aos Seus pés, servindo-O,

Em perpétua contrição rogando pelo Seu perdão, graça e misericórdia,

Glorificando-O incessantemente nesta vida e por toda a eternidade!

Amém!”

 

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