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Soli Deo Gloria

Foram séculos de desmandos e distorções crescentes sofridos pela Igreja Cristã desde o início de sua existência, a tal ponto que no século XVI a Reforma tornara-se uma necessidade premente.

 

Com a Reforma, a Igreja Protestante retomou os caminhos da sã doutrina cristã, mas passados quase 480 anos, já era notório que vinha se afastando dos princípios teológicos estabelecidos pelos reformadores. Então, em abril de 1996, 120 ministros e lideres evangélicos, inconformados com a decadência do protestantismo, se reuniram em Cambridge, Massachusetts, e elaboraram a Declaração de Cambridge, visando reestabelecer as verdades do cristianismo através da edificação dos cinco pilares que são o sustentáculo da Reforma: a verdadeira religião, a autêntica expressão de fé cristã só é manifestada quando a Bíblia ocupa a posição central, Sola Scriptura; a fé é o único instrumento de apropriação da salvação, Sola Fide; a graça de Deus é a base em que se apoia a nossa salvação Sola Gratia; Jesus Cristo é exaltado como nosso exclusivo e suficiente Salvador, Mediador, Senhor e Redentor Solus Cristus; e toda a glória é dada somente a Deus, por isso o último pilar é Soli Deo Gloria, somente a Deus a glória, que abrange todos os demais pilares.

 

O Deus Todo-Poderoso, Criador de tudo o que existe, não divide Sua glória com ninguém, porque só Ele é digno de ser honrado, adorado, glorificado, exaltado, é o único que detém os méritos da nossa salvação que planejou antes dos tempos eternos, e que consumará na segunda vinda de Cristo, por isso qualquer glória humana é vazia, é mera vanglória, idolatria que Deus abomina.

 

Nada fere mais o coração de Deus do que o culto à personalidade humana, quando um simples mortal assume determinado posto religioso elevado do ponto de vista secular e é exaltado, endeusado, passando a receber indevidamente a honra, a glória e o louvor que só a Deus são devidos.

 

Davi, extasiado, medita sobre a glória de Deus na revelação natural, louvando no Salmo 19.1-5: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. Aí, pôs uma tenda para o sol, o qual, como noivo que sai dos seus aposentos, se regozija como herói, a percorrer o seu caminho”.

 

As extraordinárias demonstrações do poder e da capacidade criativa do nosso Deus nos envolvem todo o tempo, e só os néscios conseguem ignorá-las. A afirmação de que o universo surgiu por acaso é de uma estupidez exemplar, desmentida pela concepção perfeita da Criação, prova de que um Supremo Criador interveio e a tudo mantém pessoalmente, por e para a Sua glória eterna.

 

Mas o que é a glória de Deus? É a irradiação da Sua excelência incomparável que transcende o entendimento humano, que quando flui integra toda a infinitude e toda a magnitude, e exterioriza a beleza e a grandeza de todas as multiformes e gloriosas perfeições do Senhor. É a santidade de Deus manifestada, é o valor infinito de Deus revelado quando a Sua santidade enche a terra para que a vejamos, e é descrita na visão de Deus em Isaías 6.3: E (os serafins) clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.

 

O teólogo e pastor John Piper diz que “Devemos constantemente nos lembrar de que estamos falando de uma glória que está além de qualquer comparação na criação. ‘A glória de Deus’ é como designamos a beleza e a grandeza infinita da Pessoa que existia antes de qualquer coisa. Essa beleza e grandeza existem sem origem, sem comparação, sem analogia, sem serem julgadas por qualquer critério externo. A glória de Deus é definitiva, é o padrão absolutamente original de grandeza e beleza. Nós fomos feitos para encontrar o nosso mais profundo prazer em admirar o infinitamente admirável – a glória de Deus. Essa glória não é a projeção psicológica do desejo humano insatisfeito sobre a realidade. Pelo contrário, o desejo inconsolável do ser humano é a evidência de que fomos feitos para a glória de Deus”.

 

Paulo em 1 Coríntios 10.31 nos exorta que quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus. A glória de Deus é o objetivo de todas as coisas, e a missão da Igreja de Cristo é declarar a glória de Deus a todas as nações, como o Salmo 96.3 exorta: “Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas”.

 

Calvino escreveu que “Deus nos prescreveu uma maneira pela qual Ele pode ser glorificado por nós, a saber, a piedade, que consiste na obediência à sua Palavra”. O alvo da piedade e de toda a vida cristã, segundo Calvino, é a glória de Deus que resplandece nos Seus atributos, na estrutura do mundo e na morte e ressurreição de Jesus Cristo, e nós fomos criados para que Deus seja glorificado em nós.

 

Paulo em Romanos 11.36 estabelece o padrão para vivermos para a glória de Deus: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”. Observemos que dEle indica que Deus é a fonte única de todas as coisas, como afirma João 1.3: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez”; por meio dEle mostra que Deus é o sustentador de tudo o que criou, como Paulo ensina em Colossenses 1.17: “Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste”; e para Ele  assinala que Deus é o alvo final de tudo, como Lucas 20.38 ressalta: “… porque para ele todos vivem”.

 

Catecismo Maior de Westminster diz que “o fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”, por isso a aspiração máxima de todo cristão é contemplar a glória de Deus, o que nos está prometido em várias passagens da Bíblia, como em Romanos 9.23, quando Paulo diz que Deus nos dará a “… conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão”.

 

Jesus, que em Sua pessoa e obra é a revelação superlativa da glória de Deus, em João 17.24 ora: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo”.

 

E a misericórdia divina que não encontra limites, vai ainda além, asseverando que não somente veremos a glória de Deus, mas que também participaremos dela, como em 1 Pedro 5.1: “Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda coparticipante da glória que há de ser revelada”. De semelhante maneira, Romanos 8.30 antecipa nosso radioso porvir quando assegura que “… aos que justificou, a esses também glorificou”.

 

Senhor nosso Deus e Pai, que estas extraordinárias promessas futuras que se cumprirão em nossa vida calem fundo em nossos corações e tenham um efeito poderoso e decisivo sobre os nossos valores, escolhas e atitudes hoje e a cada dia de nossa peregrinação rumo à eternidade, motivando-nos a buscar e a compartilhar sempre mais e mais da glória de Deus por meio de Cristo, ecoando 2 Coríntios 4.6: “Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo”. Amém.

 

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LIÇÕES DE JOSÉ

LIÇÕES DE JOSÉ

“Antes de morrer José disse a seus irmãos: “Estou à beira da morte. Mas Deus certamente virá em auxílio de vocês e os tirará desta terra, levando-os para a terra que prometeu com juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó”. Gênesis 50.24 (ARA)

 

 

 

 

 

Quando José encontrava-se próximo da morte, mais uma vez consolou seus familiares, e porque não esquecera das promessas de Deus, desejava que a família também se recordasse delas. Que hoje e em todos os dias de nossa peregrinação, lembremo-nos das lições que José nos deixa: Deus age de forma soberana em tudo, para a Sua glória e para o nosso bem; que ele, apesar das provações a que foi submetido, assim como Jesus, jamais viveu dias de amargura, confiando sempre na provisão divina e tranquilizando os que o rodeavam; por isso tudo, ao enfrentar a morte, estava em paz com Deus e com os homens!

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ÁGAPE

“Esta é a minha oração: que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção…”. Filipenses 1.9 (ARA)

 

 

 

 

Em nós cristãos há algo que deve de crescer de forma ilimitada: o amor. E o amor ao qual Paulo aqui se refere é o ágape, o amor que sempre caracterizou nosso Deus, que faz com que nos interessemos verdadeiramente por outrem para ajudá-lo, e por isso exige o conhecimento, a percepção necessária de suas carências e necessidades. Hoje estejamos inundados por este tipo de amor por nosso próximo, mas principalmente por Jesus Cristo, para podermos aprender mais dEle, do Seu amor incondicional e de Sua verdade, e assim sermos mais dóceis e obedientes à Sua vontade, como Ele é do Pai.

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