O AMOR VERDADEIRO

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O AMOR VERDADEIRO

O amor é a mais elevada qualidade cristã, e é tão essencial para o ser humano que se ele soubesse amar verdadeiramente, o mundo seria transformado. Assim, não é de surpreender que na Bíblia os termos amor e amar sejam citados quase 400 vezes. Mas o que é o verdadeiro amor? Sabemos que o amor conhecido pelo mundo, proclamado pela mídia, declarado em prosa e verso pelos poetas, é o amor ilusão, sim, pois o verdadeiro amor só pode ser encontrado em Jesus, que deu Sua própria vida por amor a nós, tão pecadores. Na contramão do amor divino, no entanto, o amor no mundo parece cada vez menor e mais raro, como vemos todos os dias pela tão grande onda de violência, destruição e desrespeito à vida humana e à Criação de Deus.

 

Deus é amor em Sua própria natureza; Seu amor incondicional faz sacrifícios que não são baseados em sentimentos, porque o amor verdadeiro não é uma intensa afeição causada por laços pessoais ou familiares. Para entendermos o que é amor verdadeiro, e para podermos realmente amar aos outros, precisamos conhecer a Deus, a fonte única de todo o amor, e só podemos fazer isso através de um relacionamento pessoal com Ele através da fé em Jesus Cristo, que foi o grande sacrifício do amor de Deus para conosco.

 

Como é o amor de Deus? É um amor diferente de tudo o que conhecemos: indescritível, infinito, total, inigualável, perfeito, incompreensível. Um amor que não se sente, mas que se vive, do qual se faz parte integral, que não admite racionalizações como o amor que encontrado no mundo, um amor sobre o qual não é possível tecer conceitos, definições ou avaliações, que vai muito além de qualquer sentimento ou compreensão humana. O amor de Deus não é algo que está fora de nós mas também não está no nosso interior; é como se fôssemos um todo de amor, com cada poro do nosso ser exalando este amor, mergulhados em uma espécie de atmosfera gloriosa que quase conseguimos tocar, e tudo à nossa volta é amor, em cima, embaixo, por todos os lados. O amor de Deus é um amor que resiste a qualquer tentativa de ser expresso por meio de palavras, pois está muito além de tudo o que a nossa limitada capacidade humana possa idealizar.

 

Estamos no Pai, e Ele é amor, o amor mais incrível, inexplicável e grandioso que se possa conceber, porque não está sujeito a variações, apesar das tantas transgressões que continuadamente cometemos. Quando estivermos com Cristo na vida eterna, com certeza teremos a oportunidade de vivenciar tal amor em toda a sua plenitude maravilhosa, esboçada por Paulo em 1 Coríntios 2.9, ao afirmar que “… Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”.

 

Por ora apenas conseguimos imaginar, mas enquanto este abençoado dia não chega, é sábio, viável e inteligente experimentar, aqui mesmo na terra, os pálidos reflexos desse amor maravilhoso e obstinado que Deus nutre por nós, e que nos está prometido no porvir, com toda a sua glória deslumbrante!

 

E como podemos usufruir deste amor que está à nossa disposição? Em Sua Palavra, Deus, por meio do profeta Sofonias 3.17, nos ensina que “O SENHOR, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo”.

 

Como é reconfortante saber que Deus está entre nós, envolvendo-nos em Seus braços com um amor infindo, incomparável, que só Ele tem em Si, e cuja existência é ignorada por muitos, que só conhecem o amor limitado, egocêntrico e fugaz que domina as imperfeitas relações humanas! Mas para desfrutar do abençoado e abençoador amor de Deus, basta apenas obedecermos ao que Davi ensina no Salmo 37.5: “Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará”.

 

Seu amor é tão incrivelmente imenso e gracioso que O faz desejar a salvação de seres tão sem merecimento como nós, e para isso enviou Seu único filho para nos salvar, mesmo conhecendo toda a nossa maldade e ignorância, e Sua presença é tudo o que precisamos para sermos banhados pela paz e a esperança que provém exclusivamente dEle. Apesar de sermos tão desprovidos de qualquer virtude, Ele tem prazer em nossa companhia e alegra-Se conosco quando nos voltamos para Ele em atitude de obediência, tal como um pai humano vê em seu pequeno e imaturo filho qualidades que merecem ser reconhecidas.

 

Mas isso não é tudo com o que Deus nos abençoa: imutável em Seu Ser Divino, Ele ama nos amar e nunca cessa de amar, por isso Seu amor por nós permanece inalterado e inalterável para todo o sempre, o que Lhe proporciona alegria no coração, porque Ele Se alegra com os que O amam, por serem aqueles que amam Seu Filho e a Ele entregaram suas vidas.

 

Há um princípio na vida que é o do reconhecimento: a cada privilégio que recebemos corresponde uma responsabilidade de retribuição, e a cada bênção, a máxima gratidão que possamos manifestar. Assim sendo, que hoje e sempre tudo o que pensemos, digamos ou façamos seja exclusivamente para a glória, o louvor e a honra do Pai, para que possamos ser então envolvidos, permeados, inundados por Seu amor bendito, e que esse amor, por sua vez, flua por meio de nós para todos os que nos cercam, familiares, amigos, vizinhos, conhecidos e desconhecidos!

 

O amor de Deus não é egoísta, limitado ou estático, e se estende em todas as direções, atraindo todos a Ele para receberem Sua afeição incomparável. Esta é a característica essencial do amor divino, que assim estabelece o modelo para qualquer relação de verdadeiro amor humano. Por isso, quem ama alguém profunda e realmente, dispõe-se a pagar qualquer preço para lhe dar amor, e foi isso que Deus fez: entregou a vida de Seu único Filho para nos salvar, como João 3.16 registrou para a eternidade: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Abençoadas palavras, que vêm sendo repetidas com extrema reverência ao longo dos séculos, resumindo a própria essência do Evangelho. Elas afirmam de maneira clara que toda a fonte da salvação encontra-se em Deus, que enviou Seu filho para sacrificar-se por nós porque nos ama incondicionalmente.

 

Assim como João 3.16 é a essência do Evangelho, a essência de Deus é o amor que O faz agir, não em Seu próprio favor, mas para beneficiar-nos; não para atender a algum desejo Seu de poder, mas para compartilhar o Seu poder conosco. Ele é o Pai Amoroso que almeja que Seus filhos perdidos regressem ao lar, desejando ardentemente tê-Los consigo, e para isto os conquista por meio de um amor apaixonado.

 

Deus não ama o pecado humano, nem o sistema maligno que domina o mundo, mas de forma incrível ama cada criatura Sua e não quer que nenhuma se perca, por isso Seu tão grande, inclusivo, incondicional e incompreensível amor é dedicado a toda a humanidade, indistintamente aos que O ignoram e aos que confiam nEle; aos justos e aos injustos; aos mansos e aos pecadores rebeldes; aos bons e aos maus.

 

Amados por Deus, nada nem ninguém jamais será capaz de separar-nos do amor de Cristo. Ao contrário, as provações, as lutas, as perseguições, angústias e tribulações, têm o poder de aproximar-nos ainda mais dEle, como Paulo em Romanos 8.37-39 ao assegurar que “… somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

 

O amor é o princípio ativo de todas as coisas neste universo criado por Deus em que nós vivemos. Como podemos então amar durante nossa vida como Deus deseja que amemos? A resposta está na passagem de Lucas 6.27-36, em que Jesus ensina a amar os inimigos: “Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam. Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica; dá a todo o que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres em demanda. Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles. Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os pecadores amam aos que os amam. Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os pecadores fazem isso. E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, qual é a vossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto. Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai”.

 

Ser cristão nunca foi fácil, e o famoso escritor cristão C. S. Lewis em seu livro Cristianismo Puro e Simples, recomenda uma maneira prática de agir que talvez nos ajude a obedecer a Jesus: “A regra para todos nós é perfeitamente simples. Não perca tempo se preocupando se você ‘ama’ o seu vizinho; aja como se o amasse. Assim que passamos a agir desse modo, encontramos um dos grandes segredos da vida. Ao se comportar como se amasse uma pessoa, em pouco tempo você passa a amá-la. Ao machucar uma pessoa de quem você não goste, você passará a antipatizá-la ainda mais. Ao fazer-lhe algum bem, você passará a antipatizá-la menos.”

 

No tão conhecido, amado e citado capítulo 13 de 1 Coríntios, por muitos considerada a passagem mais maravilhosa do Novo Testamento e conhecido como o Capítulo do Amor, é um hino ao amor que trata da natureza do amor cristão e da supremacia do amor sobre tudo na vida cristã, onde Paulo assim declara poeticamente: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade;  tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino. Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor”.

 

Nossas lutas nesta curta vida são constantes, as batalhas são árduas, mas a vitória completa e gloriosa para quem está em Cristo é certa, por conta do amor sem limites com que sempre nos amou e sempre nos amará, como demonstrou de forma cabal sacrificando-Se por nós na cruz do Calvário. Com esta certeza, mesmo que tudo e todos tentem nos afastar de Deus, nada nem ninguém terá êxito! Ainda que os próprios anjos ou os poderes malignos, ou qualquer dimensão de tempo ou de espaço, ou não importa qual outra coisa ou ser no universo tentem separar-nos da graça divina, todos serão completamente frustrados, porque Aquele que começou a boa obra em nós dará continuidade a ela ao longo de toda a nossa vida, e a concluirá até o momento de nos encontrarmos face a face com Cristo Jesus, através de quem finalmente entraremos no pleno gozo do supremo e verdadeiro amor!

 

Pai de Amor, nós Te louvamos e agradecemos pelo tão grande amor que nos devotas, que atingiu o ápice quando levou-Te a sacrificar Teu único e precioso Filho por criaturas desprezíveis como nós. Agora queremos responder a este maravilhoso amor, aprendendo a amar-Te verdadeiramente, entregando nossa vida completamente a Ti, servindo-Te em tudo o que desejares que humildemente sejamos usados para a Tua glória eterna e para a honra de Teu nome, mas também obedecendo-Te ao amar nosso próximo como a nós mesmos. Ajuda-nos, Pai. Assim oramos em nome de Jesus. Amém.

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