junho 2025

CRISTOCÊNTRICOS

A Bíblia, ao longo de suas páginas, nos mostra que existem no mundo três espécies de pessoas: a primeira delas é  o homem natural, aquele que ainda não recebeu a Cristo, e sobre quem Paulo em 1 Coríntios 2.14, diz: “ Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. “  O homem natural tem a vida controlada pelo próprio EU, que é o centro de sua vida, por isso suas ações e atitudes pecaminosas produzem sempre discórdias, conflitos e frustrações.

A segunda é o homem espiritual, aquele que conhece a Cristo e tem a sua vida dirigida pelo Espírito Santo. Em 1 Coríntios 2.15,16, Paulo faz a comparação: “Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.” O homem espiritual tem sua vida controlada por Cristo, e assim seu EU é periférico e dependente do Senhor, e suas ações e atitudes são então ditadas por Ele, o que resulta em plena harmonia e compatibilidade com a vontade do Senhor.

É, portanto, cristocêntrico, porque tem Jesus como centro e foco de sua existência, segue os ensinamentos e práticas da fé cristã, é dirigido pelo Espírito Santo, procura conduzir outros a Cristo, possui vida efetiva de oração, conhece a Palavra de Deus, confia em Deus, obedece a Deus, e vive expressando amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.

A terceira espécie de pessoa é o homem carnal, aquele que já recebeu a Cristo, mas vive em derrota, porque confia em seus próprios esforços para viver a vida cristã. Paulo se refere a ele em 1 Coríntios 3.1-3, dizendo: “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?^”

 O homem carnal também tem a vida controlada pelo seu próprio eu. Desta forma, o eu é o centro de sua vida, Cristo está destronado, e suas ações e atitudes, controladas pelo eu, não têm sintonia com o plano de Deus, por isso resultam em erros, infelicidade, discórdias e frustrações. O homem carnal não pode experimentar vida cristã abundante e frutífera, porque confia em seus próprios esforços para vivê-la.

Parece não estar informado ou simplesmente encontra-se esquecido a respeito das questões relativas ao amor de Deus, ao seu perdão e ao seu poder, como a Palavra expressa em Romanos 5.8-10: “… Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida…”.

Geralmente sua experiência espiritual é descontínua, descompromissada, cheia de altos e baixos, e assim deixa de receber o poder do Espírito Santo para viver a verdadeira vida cristã, o que é exemplificado por Paulo em 1 Coríntios 3.1-3, falando à igreja de Corinto e apontando as fraquezas, distorções e pecados decorrentes da carnalidade ali reinante: “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?”

O homem carnal apresenta algumas das características que o identificam como um cristão que não confia plenamente em Deus: ignorância de sua herança espiritual, incredulidade, desobediência, falta de amor a Deus e aos outros, vida pobre de oração, falta de desejo de estudar a Bíblia. Paralelamente demonstra atitudes legalistas, pensamentos impuros, ciúmes, inveja, preocupação, desânimo, espírito de crítica, frustração, falta de propósito na vida. A pessoa que se diz cristã algumas vezes precisa fazer um exame de consciência, balizando e ajustando cuidadosamente sua conduta com o que a Palavra determina, como aponta, por exemplo, 1 João 3.9: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus”.

Jesus prometeu vida abundante e frutífera como resultado da plenitude, isto é, do controle e do poder do Espírito Santo na vida do crente. Vida cheia do Espírito é vida dirigida por Cristo, que vive Sua vida em nós e através de nós, no poder do Espírito Santo, e é assim que Paulo ora pelos Romanos 15.13: “E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo”.

Ser cheio do Espírito significa ter uma experiência pessoal com o próprio Deus, mediante a participação efetiva da virtude, da operação, do fruto, dos dons e do ministério do Espírito Santo; significa render-se incondicionalmente a Deus e ser usado por Ele com a disposição de pagar qualquer preço; significa atingir uma condição tal, que Deus pode dirigir sem reservas a sua vida, a partir de uma disponibilidade integral para o Seu serviço; significa viver a plenitude da graça, do gozo e da autoridade do Espírito, tão bem exemplificados em Atos dos Apóstolos; significa dar absoluta prioridade ao Espírito nas coisas referentes ao corpo, à alma e ao espírito; significa viver exclusivamente para Deus, sem a adoção de hábitos monásticos ou de reclusão ascética, mas buscando sempre “… as coisas lá do alto…”, como Paulo exorta em Colossenses 3.1; em suma, significa ser um homem espiritual, ou seja, aquele em quem o Espírito Santo exerce todo o Seu poder com amor, graça e misericórdia.

Pai Eterno de amor infinito, somos Teus, por isso desejamos ser homens e mulheres espirituais, cristocêntricos, vivendo por Ti e para Ti ao longo de toda a nossa jornada terreal, servindo-Te da maneira que desejas, sempre fiéis à Tua Palavra que espelha a Tua bondade, graça e amor infinito, porque sabemos que só assim estaremos sendo fiéis à Tua vontade perfeita. É no nome santo, precioso e que está acima de todo nome de teu filho amado que oramos profundamente agradecidos. Amém.