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Sabedoria e Simplicidade

 “Naquela ocasião Jesus disse: ‘Eu te louvo, Pai, Senhor dos céus e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos, e as revelaste aos pequeninos.’”  Mateus 11.25 (NVI)

Jesus foi rejeitado pelos rabinos e sábios, enquanto o povo simples O aceitava; recebeu o desdém dos intelectuais que O desprezavam, ao passo que os humildes O acolhiam. Ele não estava condenando os intelectuais, e sim a presunção da sabedoria do mundo, e relacionava a fé à modéstia e não à ignorância. Se hoje o Senhor colocar em nosso caminho um “sábio pelos padrões do mundo”, oremos por ele, e lembremos que não é a inteligência que fecha a porta do seu coração ao Evangelho, e sim a falta de humildade, pois a arrogância não faculta o acesso à Palavra de Deus, e sim a simplicidade.

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Saber e Fazer

Há um antigo e conhecido provérbio oriental que diz que “saber e não fazer, ainda não é saber”, e nessa mesma linha de raciocínio, o grande escritor Johann von Goethe dizia que “não basta saber, é preciso aplicar; não basta querer, é preciso fazer”.

 

Será que nós cristãos fazemos, aplicamos, tudo aquilo que pretensamente conhecemos sobre os ensinamentos de Jesus? Provavelmente não, até porque alcançar a nossa meta comum de nos tornarmos assemelhados a Ele é incrivelmente difícil, e há uma distância abissal intransponível que nos separa da perfeição do Senhor. Dura caminhada, portanto, nos está proposta. Mas é preciso persistência, mirando o exemplo do próprio Jesus, que tudo suportou, abandonando a glória celestial, a honra terreal, escolhendo o caminho da cruz. E é nesse sentido que o autor de Hebreus 12.1 (NAA) nos estimula para que “… livremo-nos de todo peso e do pecado que tão firmemente se apega a nós e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta…”.

 

E o que mais nos diz a Palavra de Deus sobre essa questão tão essencial?

 

Certamente nenhum cristão consciente de suas responsabilidades, em busca da santificação, discorda da exortação de Tiago 1.22-25 (NAA): “Sejam praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando a vocês mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se àquele que contempla o seu rosto natural num espelho; pois contempla a si mesmo, se retira e logo esquece como era a sua aparência. Mas aquele que atenta bem para a lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte que logo se esquece, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar”.

 

Porém o peso de nossas imperfeições é grande, e como pesada âncora que trazemos pendurada ao pescoço, arrasta-nos para baixo, tendendo a fazer-nos afundar no mar de pecaminosidade em que vivemos no mundo.

 

O que nos traz um certo consolo é o que Paulo confessa na conhecida passagem de Romanos 7.15,18-20 (NAA): Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim, mas não o realizá-lo. Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.

 

O que fazer então, se desejamos ser cristãos fiéis, empregando a Palavra de Deus como Ele requer de nós, e não apenas ouvindo-a ou lendo-a episodicamente e logo voltando a ter atitudes reprováveis?

 

Algumas normas de conduta devem passar a fazer parte do nosso dia a dia, são realmente indispensáveis, verdadeiras condições sine qua non se desejamos ser verdadeiros praticantes da Palavra: precisamos, antes de mais nada, ser ávidos por recebê-la e colocá-la em prática, sempre manifestando transbordante alegria e gratidão em nossos corações, com toda a nossa vida expressando Cristo em nós como testemunho de que realmente somos crentes, assim nos identificando com aqueles a quem Jesus referiu-se em Mateus 7.24-26 (NAA), ao afirmar que “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela não desabou, porque tinha sido construída sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia”.

 

Aplicar a Palavra de Deus, portanto, é uma importante decisão pessoal que o autêntico cristão com humildade deve tomar, certo de que, acima de tudo, ela produz repercussões eternas, mas para isso é crucial dispormo-nos a trabalhar incansavelmente, dia após dia, para que a verdade lance raízes profundas e irremovíveis em nós, e possamos ser plenamente frutíferos na Obra do Senhor.

 

Paulo compara a doutrina cristã a um espelho no qual Deus se apresenta à nossa vista mostrando que “… todos nós, com o rosto descoberto, contemplando a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, que é o Espírito” (2 Coríntios 3.18 – NAA).

 

E como podemos cooperar para que o Espírito Santo que habita em nós opere a transformação de que necessitamos? Perseverando firmemente na busca do conhecimento de Deus e na aplicação da Sua Palavra perfeita, para sermos felizes em tudo o que fizermos, porque a bem-aventurança do crente, como afirma Calvino, só pode ser encontrada no agir, e não no frio ouvir.

 

Em outras palavras, é muito importante ouvir a Palavra e estudá-la diligentemente, mas, mais importante ainda é obedecê-la, colocá-la em prática, permitindo que o Espírito Santo produza a metanoia, a renovação da mente e o quebrantamento que nos alinha com a vontade de Deus, essenciais para o nosso progresso cristão.

 

Somente obedecendo humilde e fielmente à Palavra, aplicando-a em nós próprios e em favor dos outros,  poderemos efetivamente cumprir o propósito para o qual Deus nos colocou no mundo, sendo quem Ele nos predestinou a ser, e então contribuindo – como servos fiéis e úteis – para a Sua Obra da maneira como Ele planejou antes dos tempos eternos, pois só então saber e fazer se complementam.

 

Senhor, concede-nos sabedoria, diligência, perseverança e fidelidade para conhecer-Te melhor por meio da Tua Palavra, para aprendermos tudo aquilo que Tu desejas nos ensinar visando sua aplicação em nossa vida e na vida de todos aqueles que colocares em nosso caminho durante nossa peregrinação terreal, para que assim o façamos para o louvor da Sua glória,  pelo que nós que esperamos em Cristo oramos agradecidos em Seu nome. Amém.

 

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