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A VERDADEIRA FELICIDADE

Ser feliz é o objetivo de vida da esmagadora maioria das pessoas por todo o mundo, desde sempre. A procura da felicidade é legítima, saudável, afinal Deus nos criou à sua imagem e semelhança para sermos felizes, e a prova dessa assertiva é que os dois primeiros seres humanos, Adão e Eva, eram plenamente felizes até que foram tentados, confiando mais no diabo do que em Deus, assim se voltando contra o Ser Supremo que os havia criado.

 

Aí reside a gênese da triste infelicidade humana que, a partir do primeiro ato de desobediência do homem a Deus, provocou o afastamento das criaturas de seu Criador, o que só o sacrifício vicário de Jesus na cruz viria a superar, pela graça que nos foi concedida de nascer de novo, agora como filhos adotados da família de Deus, e Paulo em Romanos 5.19 confirma que, embora tenhamos herdado a culpa de Adão, pela obra de Cristo fomos perdoados: “Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos”.

 

Deus nos ama apesar de sermos como somos, e criou esse planeta maravilhoso, – que na origem não tinha qualquer imperfeição, – para ser o nosso lar, para que vivêssemos em paz e nos deleitássemos com tudo o que existe nele: mares, rios, florestas, montanhas, praias; com tudo o que necessitamos para nosso alimento, frutos, sementes, peixes, verduras, legumes, animais, e com todas as condições para a existência de nossa vida: oxigênio, água, sol, calor, frio, chuva, terra para plantar, e muito mais para atender a todas as nossas necessidades físicas, mentais e emocionais, porém não as espirituais, porque só Deus é a fonte de todo o bem, de todos os valores do espírito que, por isso, só são encontráveis nEle.

 

Tudo Deus fez perfeito por amor a nós, para que sejamos felizes, e quem não se sente feliz numa cálida noite de verão observando a maravilhosa abóbada celeste cravejada de estrelinhas pulsantes que nos envolve? Ou quando no meio de uma floresta verdejante nos deparamos com uma linda cachoeira jorrando água cristalina de uma altura enorme? Não nos sentimos afortunados repousando no macio gramado que margeia um rio de águas límpidas e murmurantes? Quem não se sente feliz observando um lindo pôr-do-sol sobre o mar tingido de vermelho? Ou ouvindo o canto mavioso de um sabiá? E como descrever o doce e suave sussurro do vento quando passa pelas folhas das palmeiras e acaricia doce e suavemente os nossos ouvidos? São incontáveis as bênçãos que Deus nos proporciona para que sejamos felizes, o que levou Davi a louvar de forma tão sublime no Salmo 19.1: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”.

 

Deus foi pródigo em nos proporcionar momentos preciosos de felicidade que para que deles usufruamos, mas que, no entanto são fugazes, porque repentinamente as necessidades, os problemas, os compromissos e outras demandas da vida surgem, fazendo-nos despertar dos instantes de enlevo que estávamos vivenciando, quebrando o encanto que nos envolvia e colocando de novo em primeiro plano nossa realidade factual com seus tantos desencantos, contrariedades e tristezas.

 

Que jamais nos esqueçamos de que nosso Deus de infinita graça, amor e misericórdia criou este maravilhoso mundo em que vivemos porque nos ama apesar de sermos como somos, e quer revelar-Se a nós através da grandiosidade, da perfeição e da beleza da Sua Criação, mas principalmente porque deseja para nós a maior de todas as felicidades, uma felicidade imorredoura, permanente e eterna: conhecê-lO, amá-lO e então entregarmos agradecidos e confiantes nossa vida em Suas mãos.

 

Não é sem motivo, portanto, que Paulo proclama na carta que dirigiu à igreja de Éfeso, – e cujo teor é extensível aos crentes de todas as épocas, – esse extraordinário louvor: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado…”.

 

Infelizmente as pessoas costumam buscar a felicidade em lugares onde ela não está, futilmente desperdiçando o precioso tempo de vida de que dispõem numa insana tentativa de alcançá-la em coisas efêmeras: no dinheiro, na posse de bens materiais, no poder, no sexo, na fama, nos vícios. É por esse motivo que Paulo em Efésios 5.15-17 sabiamente adverte: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor”. Sim, somente na vontade do Senhor há permanência, há verdade, há futuro e há vida abundante.

 

O rei Salomão foi o homem mais rico e poderoso de sua época (em torno de 900 anos a.C.), construtor e proprietário de uma quantidade enorme de edifícios, palácios e outras construções, dono de um harém com mais de 1.000 mulheres, sendo 700 princesas e 300 concubinas (amantes), e sua reputação cruzava todas as fronteiras, fazendo-o famoso em todo o mundo conhecido de então por sua sabedoria, riqueza e poder.

 

Apesar de toda a sua glória, o rei Salomão não era feliz, e descobriu que tudo aquilo que possuía era apenas e tão somente ilusão, revelando em Eclesiastes 1.2 que “… tudo é vaidade”. Mas então, sábio e culto como era, no epílogo do livro, no capítulo 12, verso 13, conclui finalmente que “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem”.

 

Em outras palavras, Salomão chegou à conclusão no final da vida, após usufruir de todos os prazeres e benesses possíveis, que para alguém ser feliz é indispensável conhecer a Deus e andar obedientemente nos Seus caminhos. Deus não revelou ao homem como compreender todas as frustrantes futilidades da vida, mas facultou-lhe até mesmo desfrutar delas, desde que com sabedoria, como uma dádiva por Ele concedida. Conhecer a Deus é muito fácil porque Ele Se deixa alcançar através de Sua Palavra, a Bíblia, e andar nos Seus caminhos significa simplesmente aplicar a Sua Palavra no dia-a-dia!

 

Deus colocou a eternidade no nosso coração, e muitas vezes sentimos um vazio no peito que nada consegue preencher: nenhum prazer do corpo, nenhum objeto, nenhuma comida ou bebida, nenhuma pessoa, não existe nada que seja material, mundano ou terreno e consiga ocupar plenamente este vácuo imenso. Porque? Por que o oco que sentimos é muito grande, tão gigantesco que é do tamanho de Deus e só Ele pode preenchê-lo. Por este motivo, somente Deus, através de Jesus Cristo, Seu Filho, pode saciar toda a nossa sede e fome de bem-aventurança.

 

Muitas vezes as pessoas procuram a felicidade onde pensam ou desejam que ela esteja, naquilo que está mais próximo e acessível, no mundo, e não onde efetivamente está, nas coisas do alto, em Cristo Jesus. Só Ele era verdadeira e plenamente feliz, e só quando estamos nEle e Ele em nós podemos ser igualmente felizes.

 

E muitos cientistas, sociólogos e psicólogos têm descoberto esta verdade que vai além dos limites da religião. Segundo o dr. James R. Hine, da Universidade de Illinois, EUA, existem cinco coisas essenciais para se alcançar a felicidade: a saúde do corpo e da mente, a certeza de amar e de ser amado, a maturidade emocional, propósitos elevados para a vida, e a fé inabalável de que nossos esforços são auxiliados e dirigidos por um poder que está acima e além de nós próprios, ou seja, por um Deus Todo-Poderoso que detém o controle de tudo.

 

Em Sua missão na terra, Jesus, o Filho de Deus, concedeu saúde física, mental, emocional e espiritual, derramou o amor de Deus sobre os que criam nEle, exortou os homens para que buscassem ideais elevados, abençoou aqueles que tinham fé e deixou para nós um testamento inigualável: o Evangelho.

 

Lá encontramos Seu maravilhoso Sermão do Monte, que trata das bem-aventuranças ou da verdadeira felicidade, onde Ele apresenta a proposta da vida no Reino de Deus, e faz uma revelação detalhada do caminho da existência feliz que podemos viver.

 

O famoso pegador e servo de Deus, Dr. Martyn-Lloyd Jones, em seu antológico livro Estudos sobre o Sermão do Monte, pg. 28, afirma: “O indivíduo perfeitamente capaz de obedecer a todas as determinações do Sermão do Monte é aquele com a mente esclarecida quanto ao caráter essencial de um crente. Nosso Senhor ensinou que essa é a pessoa que realmente é “abençoada”, isto é, “feliz”. Alguém já sugeriu que poderíamos exprimir essa questão como segue: esse é o tipo de homem que deveria ser congratulado, esse é o tipo de homem a ser imitado, pois somente ele é o homem verdadeiramente feliz”.

 

No Reino Eterno a condição social ou econômica e o poder mundano não têm valor, porque ali vige a submissão fiel do coração, e não apenas a religiosidade, sectarismo ou observância de liturgias: a verdadeira felicidade, capaz de resistir até às condições mais difíceis da vida, tem o Senhor como centro, portanto é cristocêntrica e se baseia na obediência a Ele, na prática da Sua Palavra e na fé nEle. Por isso, apesar de que todos buscam a felicidade, só a alcançarão aqueles que a procuram nas coisas do céu, como Jesus ensinou em Mateus 5.3-12 (NTLH), nas conhecidas Bem-Aventuranças contidas no Sermão do Monte, ensinando que:

 

“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”. (v. 3)
Ser humilde de espírito é ter a consciência plena de que nada somos, de que nada temos, que tudo vem de Deus e tudo existe para a Sua glória, por isso vivemos em total submissão a Ele, inteiramente dependentes de sua graça e misericórdia.

 

“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”. (v. 4)
Nosso choro como verdadeiros crentes é de ordem espiritual, pois lamentamos profundamente nossos pecados, abominando a nossa própria miserabilidade, e é então que devemos nos voltar contritos para Cristo, que nos consola.

 

“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra”. (v. 5)
Sermos mansos significa termos uma postura com relação ao próximo como a que Jesus tinha: suave, gentil e humilde, jamais revidando um ataque sofrido injustamente, sempre usando de paciência, tolerância e complacência para com todos.

 

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”. (v. 6)
Assemelharmo-nos completamente a Cristo é o nosso anelo mais proeminente como crentes autênticos, e implica no desejo de sermos santos, exemplificando as bem-aventuranças no viver cotidiano, exibindo o fruto do Espírito em cada uma das ações e atitudes, é conhecermos a Deus e desfrutarmos de Seu maravilhoso companheirismo.

 

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”. (v. 7)
Sendo pecadores contumazes como somos, nada merecemos senão condenação, mas se estivermos verdadeiramente arrependidos seremos verdadeiramente perdoados pela graça, amor e misericórdia de Deus. Se Ele tem misericórdia de nós que pecamos contra ele, é imprescindível que perdoemos aqueles que transgredirem contra nós, sendo igualmente misericordiosos para com eles.

 

“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”. (v. 8)
Termos o coração limpo significa vivermos para a glória de Deus em todos os aspectos e momentos de nossa vida, tendo isso como alvo supremo, desejando a Deus, almejando conhecê-lO, amá-lO e servi-lO todos os dias da nossa existência, pois só assim estaremos aptos a vê-lO.

 

“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”. (v. 9)
Sermos pacificadores é agirmos como pessoas que não pensam nem falam mal de outras pessoas quando elas são ofensivas, mentirosas e traiçoeiras, pois compreendemos que elas não passam de pobres vítimas de satanás. Nosso objetivo único deve ser a glória de Deus, por isso fazemos todo o sacrifício necessário, suportando humilhações, ofensas e injustiças para que ela predomine, como Jesus o fez, buscando sermos reproduções do Príncipe da Paz onde quer que estejamos.

 

“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus”. (v. 10)
Assim como Jesus Cristo foi perseguido por ser justo, porque por Sua conduta luminosa desvelava as trevas em que viviam as pessoas do mundo, nós também o seremos se nascermos de novo e passarmos a nos assemelhar a Ele. E a prova final de que somos verdadeiros crentes e cidadãos do Reino dos Céus reside no fato de estarmos sendo perseguidos por causa de Cristo e da Sua justiça.

 

“Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”. (vv. 11,12)
É dessa forma maravilhosa que Jesus convida-nos a segui-lO exultantes pela vida afora, apesar de todos os problemas, dificuldades e desafios do presente, assegurando que, apesar deles, é possível sermos felizes no mundo. Mas, que, acima de tudo, aguarda-nos uma vida futura na eternidade, plena de verdadeira, extraordinária e inimaginável felicidade se nos mantivermos fiéis a Ele quando, ao Seu lado para sempre, estaremos vivendo em perenes paz, amor e alegria!

 

Ó Pai Amado, dá-nos discernimento, graça e sapiência para que vivamos a vida cristã neste mundo segundo o que Paulo em Filipenses 1.21 declarou de forma definitiva: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro”, porque, confessa no verso 23, “… estar com Cristo, é incomparavelmente melhor”. Então, Senhor, permita que seja derramada como bálsamo suave em nossos corações a Tua bendita consolação de Apocalipse 21.4: “E (Deus) lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”. É no Santo Nome de Jesus que assim oramos com profunda gratidão. Amém.

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