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O TAMANHO DA NOSSA FÉ

“Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios”. Jó 2.10 (ARA)

 

 

As provações da vida – que não raro nos sobrevêm súbita e implacavelmente – são oportunidades que Deus nos dá para demonstrarmos e ampliarmos o tamanho da nossa fé. Muita gente busca na religião um salvo-conduto contra o sofrimento e a dor, acreditando que por crerem em Deus estarão protegidas de problemas, e quando vêm as tribulações rebelam-se contra o Senhor, como fez a mulher de Jó. Neste dia aprendamos com a exemplar fidelidade de Jó, homem correto e justo que, mesmo tendo sua vida destruída e sem atinar com as razões de seu sofrimento, manteve-se firme na fé em Deus!

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QUASE CRISTÃO

De volta de sua terceira viagem missionária, como é relatado no livro de Atos 21.27-26.32, Paulo é preso e obrigado a defender-se das acusações que eram feitas contra ele, primeiramente pelos judeus vindos da Ásia, depois pelo Sinédrio, a seguir pelo governador Félix, depois por seu sucessor Pórcio Festo, e finalmente pelo rei Agripa, para quem relata sua trajetória desde quando era um cruel perseguidor dos seguidores de Jesus até a sua conversão após aquele evento extraordinário tão conhecido que ocorreu na estrada de Damasco. Muitíssimo impressionado pelo que ouvia, Agripa, em 26.28 confessa: “… Por pouco me persuades a me fazer cristão”.

 

Por sua atitude perante a verdade incontestável de Cristo, podemos então qualificar Agripa como um quase cristão, aquele que sente alguma atração pelo cristianismo, tende a crer em seus princípios, mas não tem a coragem necessária para dar aquele decisivo passo de fé com repercussões eternas para a sua própria vida, – e quiçá daqueles que o teriam como exemplo, talvez sua família e seus súditos, – ao aceitar a Jesus como seu único e suficiente salvador.

 

É provável que alguns de nós tenhamos obtido resposta semelhante quando tentamos evangelizar alguém revelando-lhe as verdades e as realidades inequívocas da Palavra, e frustrados vermos aquela boa, correta e honesta pessoa a quem desejávamos ver salva, recusar tão esplêndido, valioso e sublime convite.

 

Ainda assim, não devemos deixar de tentar ser ouvidos, e a resposta de Paulo a Agripa no verso 29 é um ótimo exemplo para nós quando apresentamos o plano de salvação de Deus a algum não cristão: “… Assim Deus permitisse que, por pouco ou por muito, não apenas tu, ó rei, porém todos os que hoje me ouvem se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias”.

 

O testemunho pessoal sincero pode ser um poderoso instrumento de Deus ao revelar a profundidade do nosso cuidado cristão para com o outro e penetrar no coração mais empedernido, como o depoimento de Paulo, que mostrava que lhe era mais importante a salvação destas pessoas que estar livre dos grilhões que o prendiam injustamente. Que em nossas orações roguemos ao Pai para que tenhamos o mesmo desejo ardente do apóstolo, – acima de qualquer preocupação pessoal – de ver as pessoas se entregarem a Ele e serem salvas.

 

O quase cristão é alguém que afirma crer em Deus, geralmente porque tal noção lhe foi inculcada na mente quando criança e as pessoas de bem com quem se relaciona assim o fazem também, mas não conhece o Senhor em espírito e em verdade. Amiúde é uma pessoa que age com honestidade e correção, é benquista e, por vezes, figura proeminente na sociedade em que vive, mas seu limitado foco de vida está centrado apenas no mundo e em seus valores.

 

Confunde as coisas de Deus com crenças esotéricas, com sortilégios, superstições e práticas religiosas de todo tipo, compondo para si uma “salada” espiritual tão diversificada quanto falsa, inútil e deveras danosa para o seu futuro eterno.

 

Enxergando a vida pelas toscas, desfocadas e distorcidas lentes da mundanidade que o cerca, suas prioridades não incluem os verdadeiros valores eternos do espírito, mas sim os da matéria corrompida e corruptora de uma existência fugaz, questão da qual não se dá conta, a menos que algo muito imprevisto e grave sobrevenha em sua vida, capaz de despertá-lo para a realidade.

 

Foi para este tipo de pseudocristão que Paulo se dirigiu em Efésios 4.13-15, admoestando para a unidade da fé que todos os verdadeiros cristãos, purificados de toda e qualquer doutrina espúria, devem alcançar, “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo…”.

 

O prestigioso pregador puritano do século XVI, Henry Smith, certa vez disse com propriedade: “Quase doce, é não ter sabor; quase quente, é ser morno; quase cristão, é ser como Mica (Juízes 17), que se considerava religioso porque tinha em casa um sacerdote; quase cristão é ser como Ananias e Safira, que entregaram uma parte mas esconderam a outra; quase cristão é ser como os filhos de Eli, que furtavam os sacrifícios, é ser como a figueira que com sua folhagem ocultou a ausência de frutos, ou ser como as virgens que tinham consigo lâmpadas sem óleo”.

 

Atualmente, mesmo nas igrejas podemos frequentemente encontrar pessoas que ainda não são verdadeiros cristãos, os assim chamados cristão nominais, que apenas na aparência seguem a Jesus, mas que na realidade têm seus corações totalmente escravizados às coisas do mundo, aos ditames da carne.

 

Então é aí que nos deparamos com os piores tipos de igrejeiros, aqueles que se acreditam salvos mas que na verdade estão enganando-se a si próprios, que buscam a Deus mas agem como se Ele fosse um mero ídolo a quem recorrem nas situações sobre as quais não têm controle, e tentam usá-Lo ao seu bel-prazer, como se o Deus Todo-Poderoso estivesse à disposição deles como o “gênio da lâmpada” da mitologia árabe!

 

Se amamos verdadeiramente a Deus acima de todas as coisas e a nós mesmos porque fomos criados à Sua imagem e semelhança, é obrigatório empreender um passo de fé decisivo e buscarmos ser cristãos plenos, autênticos, exemplares, como Ele deseja que sejamos. Afinal, foi com este sublime propósito que fomos pelo Senhor criados, e é neste sentido que Jesus determina em Mateus 5.48: “… sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”.

 

Mas, como sermos cristãos verdadeiros, e que características diferenciais existem entre o discípulo de Jesus apenas nominal e o genuíno?

 

O quase cristão não adora e louva a Deus, ou se o faz, só emprega os lábios e não entrega todo o seu ser a Ele; não conhece a Palavra ou a conhece só de ouvir falar e não a pratica; diz que ama e obedece a Deus, mas só ama a si próprio e é movido somente por impulsos carnais que produzam prazer; sustenta que sabe o que deve fazer para Deus e para o próximo mas não aplica o que afirma saber, crê mas não confia, ora mas não se humilha, confessa seus pecados mas não se arrepende, perdoa mas não se esquece, é abençoado mas não abençoa, realiza o bem sem admitir os interesses pessoais que o movem; ser quase cristão é estar perdido e não se conscientizar de que precisa ser transformado e conduzido pela poderosa mão do Pai para os Seus caminhos.

 

Enfim, o quase cristão é aquele a quem Jesus, em Lucas 6.46, dirige a pergunta que não quer calar: “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?”.

 

Não há nada mais desagradável que um cristão nominal autossuficiente, nem frio nem quente, dotado de uma postura tão desagradável e repugnante que obrigará o Cristo ressuscitado a lançá-lo fora, como nosso Senhor afirma em Apocalipse 3.15-16 ao reprovar a igreja de Laodiceia: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca…”.

 

E, por outro lado, como ser um cristão verdadeiro, completo? Em primeiro lugar, amando a Deus acima de todas as coisas, obedecendo ao principal mandamento que Jesus preceitua em Marcos 12.30: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força”. Deus deve ocupar um lugar de suprema importância na vida do cristão cabal, e nenhum amor pode rivalizar com o amor que ele dedica ao Senhor.

 

Em segundo lugar, Jesus continua a ensinar, agora em Marcos 12.31, “Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes”. Em outras palavras, se pretendemos ser cristãos autênticos, temos que amar a Deus mais do que a nós mesmos e ao semelhante como a nós mesmos, ou seja, o foco do nosso amor deve ser, antes de mais nada, Deus, depois o próximo, para que nos constituamos em verdadeiros cristãos. O amor que aqui está em pauta é o amor ágape, e significa mais que afeição mútua, expressando a valorização altruísta do ser amado, como é o imerecido amor de Cristo por nós, e como deve ser o amor demonstrado pelo cristão completo a Deus e ao próximo.

 

Em terceiro lugar, a nossa fé, que rompe as peias da mundanidade demoníaca que persistem em tentar escravizar o cristão, e que o apóstolo em 1 João 5.1-4 assim descreve: “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos, porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”.

 

Por fim, o verdadeiro cristão usa de sinceridade em tudo o que pensa, diz e faz, pois tem um coração virtuoso cheio de amor por Deus e pelo próximo, que se manifesta por meio das atitudes que sabe que agradam ao Senhor e que fazem dele mesmo exemplo de discípulo, de servo útil e fiel de Jesus, como Paulo em Filipenses 2.15 exorta: “… para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo…”.

 

Senhor bendito, ajuda-nos a ser cristãos completos e não apenas quase cristãos, em todo tempo manifestando o amor a Ti e ao nosso próximo, a fé inabalável que deve nos mover e nos dar a certeza da ressurreição e da vida eterna ao Teu lado, justificados pela Tua graça e redimidos em Cristo Jesus, por meio de quem temos paz conTigo. Ó Pai, que a sinceridade seja uma marca indelével das nossas atitudes, sempre comprometidas pelo desejo ardente de fazer a Tua vontade ao procurar agradar-Te em todas as coisas, como princípio indutor da prática do bem e da abstenção de todo o mal. É assim, Pai, que a Ti oramos agradecidos , no doce e santo nome de Jesus. Amém.

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PROFUNDA E AUTÊNTICA INTIMIDADE

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. João 1.12-13 (ARA)

 

Jesus “veio para o que era seu…” (v. 11), muitos O rejeitaram, porém alguns O acolheram, creram nEle, e foram estes a quem o Salvador deu o direito de tornarem-se filhos de Deus. Que neste dia tenhamos bem presente que são estas atitudes opostas que diferenciam o verdadeiro cristão do ímpio: enquanto este descrê e repudia o Filho, aquele amorosamente O recepciona e rejubila-se. Embora todos os homens sejam criaturas de Deus, só aqueles que aceitam o chamado e se convertem em Seus filhos ao crer no nome de Jesus Cristo, podem entrar para a família de Deus numa relação de profunda e autêntica intimidade com o Pai!

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