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O PREÇO DE SEGUIR A JESUS

Jesus tem sempre um amoroso, gracioso e permanente convite em Seus lábios para que O sigamos, pois foi para isto que Ele veio ao mundo, mas espera que parta de nós a iniciativa de buscá-Lo dia após dia por meio da oração e da obediência a Ele, conscientes do custo que tal atitude implica. No entanto, Seus primeiros discípulos foram especialmente chamados por Ele, não foram eles que tomaram de início a iniciativa de segui-lO mas, sem qualquer vacilo O acompanharam, como constatamos em Mateus 4.18-22: Caminhando junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram. Passando adiante, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes; e chamou-os. Então, eles, no mesmo instante, deixando o barco e seu pai, o seguiram.

 

Somente Pedro e André já conheciam a Jesus, que anteriormente havia falado com eles e pregado naquela região, como narra o Evangelho de João 1.35-42, por isso quando foram chamados não houve hesitação em segui-Lo: não tinham sido hipnotizados ou qualquer coisa do gênero, ao contrário; estavam absolutamente convencidos de que deviam ir após o Mestre e que assim o fazendo, suas vidas mudariam radicalmente.

 

O fato de Jesus tê-los convocado para o serviço com objetividade, profundidade, graça e poder, é refletida mais tarde em Sua ordenança sobre o Ide registrado em 28.19, e aponta para a condição de que estes Lhe haviam sido dados pelo Pai, pois embora toda a nação de Israel tivesse sido chamada, somente os quatro foram os primeiros escolhidos, os resgatados entre todo o povo. Por isso Cristo Se manifestou a eles de uma forma diferente daquela que Se revelou ao mundo. Quando Cristo, como Mestre, instaurou Sua sublime escola, uma de Suas primeiras atitudes foi indicar auxiliares que seriam empregados no trabalho de instrução aos outros, e concedeu-lhes dons para isto. Mais adiante, como vemos em Mateus 10.3-4, chamou a outros que comporiam o grupo dos doze discípulos: Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu”.

 

Ao longo da formação daqueles homens para auxiliá-Lo em Seu ministério, Jesus foi-lhes ensinando qual seria o custo de segui-Lo, como em Mateus 10.16-22, quando os enviou ao mundo: Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas. E acautelai-vos dos homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas; por minha causa sereis levados à presença de governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. E, quando vos entregarem, não cuideis em como ou o que haveis de falar, porque, naquela hora, vos será concedido o que haveis de dizer, visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós. Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os matarão. Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.

 

Aqueles que desejam seguir a Cristo precisam deixar tudo para segui-Lo, abandonando todas as coisas às quais têm apego, amando a Ele mais do que a seu pai, à sua mãe, à esposa e aos filhos, renunciando a seus interesses pessoais por amor a Ele, pois servi-Lo exige uma completa e dócil entrega de si mesmo e de tudo o que se tem. Seus primeiros discípulos não levantaram objeções quanto aos seus compromissos com os trabalhos que executavam no dia a dia, nem com as responsabilidades para com suas famílias, nem com as dificuldades do ministério para o qual estavam sendo chamados, nem com o despreparo pessoal para dar conta das novas funções; simplesmente obedeceram, e como Abraão, saíram sem saber para onde estavam sendo enviados, contudo encontravam-se profundamente e completamente confiados nAquele a quem seguiam.

 

Quando Jesus ordenou a Pedro e a seu irmão André que deixassem a sua pescaria para converterem-se em pescadores de homens, e auxiliarem as pessoas a encontrarem a Deus, sabiam que estavam abandonando um negócio terreal produtivo para serem espiritualmente produtivos. Todos nós cristãos fomos convocados para sermos pescadores de almas ao seguirmos o exemplo de Cristo e Seus ensinamentos e os colocarmos em prática, pescando para Cristo aqueles que nos estão próximos, seja permanentemente, seja esporadicamente. Só desta maneira seremos também espiritualmente produtivos como deseja nosso Pai.

 

Contudo, se os primeiros discípulos de Jesus já haviam sido pré-escolhidos pelo Pai para o serviço ao Filho, assim como muitos dos que vieram posteriormente, alguns pareciam ingenuamente tentados a segui-Lo sem atentarem a priori sobre as sérias implicações que tal compromisso impunha. Como foi o caso daquele homem rico citado em Mateus 19.16-21 que procurou a Jesus e que, como os judeus daquele tempo, cria que a realização de um único ato pessoal meritório poderia garantir a salvação: E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom só existe um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. E ele lhe perguntou: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a tua mãe e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Replicou-lhe o jovem: Tudo isso tenho observado; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me.

 

No entanto, ao ouvir de Jesus o que lhe custaria ganhar a vida eterna, ou seja, qual seria o preço de seguir a Jesus, o jovem rico mudou de ideia e então afastou-se entristecido porque para ele as propriedades que tinha valiam muito mais. Sua riqueza era o seu deus, o seu ídolo, e não iria deles abrir mão, e embora tivesse falsamente afirmado seguir todos os mandamentos, na verdade estava violando o maior de todos que está claramente explícito em Mateus 22.37: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.

 

Isto não significa que o cristão deva se desfazer de todos os seus bens, uma vez que temos a responsabilidade de sustentar nossos familiares, de prover-lhes habitação apropriada e de todas as necessidades fundamentais, assim como nós mesmos precisamos nos manter para não sermos um fardo para os outros. Entretanto, devemos estar dispostos a obedecer a Deus em tudo o que nos solicite, desta forma evitando que aquilo que é material se interponha entre Ele e nós, além de impedir-nos de usar de forma egoísta o que nos concede.

 

Jesus e Seus discípulos seguiam rumo a Jerusalém, e três pessoas naquele dia se propuseram a seguir ao Mestre, mas nenhum deles estava disposto a pagar o preço de segui-Lo, e porque eram homens mundanos, rejeitaram-nO sem titubear. Seu suposto e ansioso desejo de seguir o Mestre era impetuoso porém fraco, superficial, imaturo. Eram ainda muito dependentes das coisas do mundo, que valorizavam acima de tudo, o que os levou a repudiar suas próprias intenções iniciais ao perceberem que o custo de seguir a Jesus era alto demais para as suas pretensões que, no fundo, eram meramente carnais, oportunistas, frágeis e irresponsáveis, como é tudo o que não é motivado pelos valores celestiais.

 

Sobre eles o Evangelho de Lucas 9.57-62 faz um relato e registra as respostas que Jesus deu a cada um: “Indo eles caminho fora, alguém lhe disse: Seguir-te-ei para onde quer que fores. Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. A outro disse Jesus: Segue-me! Ele, porém, respondeu: Permite-me ir primeiro sepultar meu pai. Mas Jesus insistiu: Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. Tu, porém, vai e prega o reino de Deus. Outro lhe disse: Seguir-te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa. Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus”.

 

Cristo jamais prometeu coisas terreais grandiosas para aqueles que O seguem, ao contrário, eles devem de antemão considerar que podem enfrentar condições de pobreza material e desprezo humano, pois se o Filho do Homem não tinha aqui no mundo onde deitar a cabeça, Ele que é o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, que dirá aqueles como nós que nada mais somos do que “… palha que o vento arrebata…”, como Isaías 41.2 declara?

 

Lucas 9.59-60 não informa se o pai do segundo homem convidado a seguir a Jesus já havia falecido, se padecia de uma doença terminal ou talvez fosse idoso e o filho sentia-se na obrigação de cuidar dele até o fim de sua vida. Mas Jesus proclamou que o verdadeiro discipulado requer decisão e ação imediatas, e embora não tenha ensinado que os que desejam segui-Lo abandonem suas responsabilidades familiares, talvez este homem estivesse apenas postergando a decisão de seguir o Mestre e usou a seu pai como desculpa. Contudo, nenhum discípulo autêntico de Jesus pode esquecer que o Reino de Deus e a Sua justiça devem ser buscados em primeiro lugar, por isso precisam ser prioritários em nosso pensamento e em nossa vida.

 

O terceiro homem estava disposto a seguir a Cristo, mas pediu um pouco de tempo para falar com seus amigos e parentes sobre isso. Na verdade ele estava considerando que seguir a Jesus era incômodo, perigoso, era como enfrentar a morte, por isso precisava se despedir daqueles que nunca mais iria ver. O que ele parecia ter no coração, no entanto, era a prioridade nas questões terrenas, incompatível com a obediência e o desempenho do dever como seguidor de Cristo, que então o repreende dizendo que aquele que tem o firme propósito de segui-Lo e receber as bênçãos inefáveis dos que assim o fazem, não pode olhar para trás, para uma vida terrena tão limitada e sem futuro eterno, quando o Reino de Deus está disponível ao que crê a ponto de entregar-se sem reservas a Ele.

 

Amado Pai Eterno, sabemos que Jesus deseja de nós dedicação total, nunca uma entrega parcial; que não temos o direito de escolher entre os Seus propósitos perfeitos e soberanos e a nossa mera conveniência humana, carnal e pecadora; que por isso devemos aceitar tanto a cruz como a coroa, assim o julgamento como a misericórdia. Senhor Bendito, que tenhamos sempre em nossas mentes e corações o incomparável privilégio de podermos arcar com o custo de seguir a Jesus, deixando para trás tudo o que possa nos desviar do sublime propósito que Ele tem para nós. Assim oramos agradecidos no Seu nome que está acima de todo nome. Amém.

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PAZ

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”. Romanos 5.1 (NVI)

 

 

 

 

O primeiro grande benefício para aqueles que foram, pela fé, declarados justos perante Deus em consequência da obra de Jesus Cristo na cruz, é ter paz com o Pai, o que não significa meramente desfrutar de um sentimento de serenidade e calma, mas muito mais: é poder gozar desta paz inefável pela plena reconciliação com o Criador, superada a inimizade, a condenação e o juízo por meio da Sua maravilhosa graça. Regozijemo-nos hoje porque Jesus, por Seu amor incompreensível nos concede isso, mas acima de tudo nos introduz à própria presença de Deus, e Se coloca como garantia perante o Pai, até a Sua gloriosa volta!

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EMOÇÃO OU VONTADE?

“… amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”. Mateus 5.44 (ARA)

 

 

 

Só poderemos obedecer a este mandamento se estivermos em Cristo, e para isso não dependemos da emoção, mas sim da vontade, que o Senhor nos capacita a empregar. Mas Jesus nunca ordenou que amássemos nossos inimigos da mesma maneira que amamos nossos entes queridos, pois a palavra grega que usa nesta passagem é ágape, que aqui significa infinita boa vontade. Que hoje lembremos que Jesus, além de estabelecer esta espécie de amor como a base das nossas relações sociais, também nos mandou interceder por nossos inimigos, porque essa é a forma mais eficiente de nos predispormos a amá-los.

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