Maduros em Cristo

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Maduros em Cristo

Recentemente os biólogos descobriram que as aves migratórias chegam a voar mais de 11.000 quilômetros em nove dias, sem pousar, e que quando estão se dirigindo para estes lugares distantes, voam muito mais alto do que em voos curtos. Os cientistas dizem que existem três razões que explicam este comportamento: primeiro, voando mais alto, elas têm uma visão melhor e orientam-se com mais facilidade, despendendo também menos energia no trecho descendente final. Segundo, voam acima de outras aves de rapina, que poderiam tentar transformá-las em alimento. E, terceiro, quanto maior é a altitude, menos denso é o ar, o que as ajuda a serem mais rápidas. Se buscamos ser maduros em Cristo, esta conduta das aves nos oferece valiosas lições: quando o nosso coração está cheio de dúvidas, vemos a situação a partir de um ponto de vista tão baixo, tão rasteiro, que quase não enxergamos o caminho, e somos facilmente tentados por Satanás. Só quando nos elevamos até camadas de ar mais puro – onde estão as promessas de Deus para nossa vida – podemos receber a visão espiritual, o discernimento e a força para alcançar os objetivos que Ele tem para nós. Trabalhar para alcançar uma meta mais alta do que aquela que sabemos que podemos alcançar, ajuda-nos a realizar mais do que se fixássemos uma mais modesta, ensinam as aves migratórias.

Pelo que deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento de arrependimento de obras mortas e de fé em Deus”. Assim o autor da carta aos Hebreus 6.1. exorta a que prossigamos para além da fase inicial de conhecimento da Palavra, avançando mais adiante dos ensinos básicos sobre Cristo e o cristianismo, deixando de perder tempo e oportunidades ao seguirmos firmemente em direção à maturidade cristã. Muitas vezes ficamos inseguros e nos questionamos: “Será que um dia serei verdadeiramente maduro em Cristo? Sou muito fraco e imperfeito, como é que eu poderei me assemelhar a Ele?” Paradoxalmente, esta atitude de sincera fraqueza pode ser positiva, e Paulo nos mostra como em 2 Coríntios 12.10: Porque, quando sou fraco, então é que sou forte.” O crente que humildemente reconhece suas limitações – que são de todos nós – terá mais facilidade em compreender a necessidade de procurar a ajuda de Deus. Mas também é necessário que sejamos perseverantes na busca da meta de sermos cristãos maduros, como Tiago 1.4 exorta: “Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.”

Mesmo depois de se entregar a Cristo, o crente só poderá experimentar o nível de comunhão que Deus deseja ter com ele, quando aceitar o propósito divino para a sua vida, que é moldá-lo à imagem do seu Filho. É desta forma que a maturidade cristã satisfaz tanto o desejo de Deus quanto o do homem. E à medida que o crescimento espiritual se processa, o cristão vai se tornando cada vez mais consciente dos deveres, responsabilidades e direitos como membro da família de Deus, assumindo sua maturidade espiritual, da mesma forma como na carne foi gradualmente adquirindo maturidade humana, como Paulo tão bem expressou em 1 Coríntios 13.11. Para crescermos em maturidade cristã diante de Deus, devemos levar em conta algumas referências básicas:

Jesus Cristo – Exemplo de Vida e de Crescimento

Deus enviou Seu filho amado ao mundo para que encontrássemos o nosso verdadeiro propósito, e Ele é o protótipo do perfeito relacionamento entre o Pai Celeste e o homem. Mesmo que saibamos ser impossível alcançar tal perfeição pura, a semelhança com Cristo é seguramente uma meta possível para o nosso crescimento espiritual.

A Analogia entre o Crescimento Natural e o Espiritual

A maturidade cristã tem sido definida como um processo semelhante ao crescimento natural, por meio do qual somos levados à plenitude espiritual, através de um relacionamento amoroso, alegre, pacífico, longânimo, benigno, bondoso, fiel, manso e controlado, com Deus e com o nosso próximo. E assim poderemos ser encontrados no mesmo espírito do apóstolo quando disse em Filipenses 3.12: para ver se poderei alcançar aquilo para o que fui também alcançado por Cristo Jesus”.

A Maturidade Física

O cristão maduro é aquele que usa seu corpo para a honra e a glória do Criador. A Palavra nos mostra que a maturidade cristã, em termos físicos, envolve muito mais que o crescimento orgânico, implicando antes na compreensão do propósito com que Deus criou nosso corpo, como podemos verificar em muitas passagens bíblicas, como no exemplo marcante de Mateus 5.29-30.

A Maturidade Mental

Não podemos permitir que nossa mente seja poluída por pensamentos impuros e por vezes destrutivos, vigiando cuidadosamente aquilo que deixamos que nela penetre. Em 1 Pedro 1.13 o apóstolo exorta: “Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios…”, ensinando que devemos ser disciplinados na maneira de pensar. Permitir que nossa mente seja conspurcada por pensamentos deletérios, é o mesmo que dar permissão ao pecado para instalar-se em nosso coração.

A Maturidade Social

A maturidade cristã do nosso ser inclui não apenas as áreas física e mental, mas também a social, aí envolvendo a família, o trabalho, a escola, o casamento, os amigos, os vizinhos, os irmãos na fé, entre outros. A Bíblia trata deste assunto em incontáveis momentos, como no Salmo 101, em Efésios 4, 5 e 6, em Tiago 4.4-5, passagens que devemos estudar e aplicar em nossa vida.

A Maturidade Espiritual

Não fomos libertados do pecado apenas para sermos salvos, fomos salvos para sermos servos de Jesus Cristo, tal qual Paulo, Tiago e Judas se identificam, e como lemos em Romanos 6.18: “…e libertos do pecado, fostes feitos servos da justiça.” Fomos criados para glorificar a Deus, e a salvação nos dá pleno conhecimento deste nosso propósito de vida, em meio à vitória, à alegria, e à liberdade que proporciona. O Novo Testamento dá grande ênfase e mostra a urgência quanto à necessidade do crescimento espiritual, e mais de noventa por cento de seu conteúdo destina-se a exortar neste sentido. As cartas de Paulo foram escritas para promover mais de Cristo em cada cristão, como em Efésios 4.13: até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo”.

A Dieta Espiritual Correta

Há um programa de TV que orienta as pessoas para que corrijam suas dietas alimentares para terem mais saúde física, qualidade de vida e longevidade. Chama-se “Você é o que você come”. Esta afirmativa é dirigida para o corpo, mas vale também para o espírito. Tanto para um quanto para o outro, o que vale não é a quantidade de comida ingerida, mas a sua qualidade nutricional. E para o espírito este alimento balanceado é constituído de passar dos princípios básicos da vida cristã para os conceitos mais complexos, ser capaz de discernir plenamente entre o certo e o errado, aceitar responsabilidades na obra de Deus e moldar em si mesmo o caráter de Cristo.

As Motivações para Crescer

Todo crescimento é um empreendimento desafiadoramente difícil. Acostumados ao ritmo acelerado da vida atual, muitos cristãos podem achar que a maturidade cristã pode ser rápida e facilmente alcançada, que basta sentar no banco da igreja para “assistir”, como dizem, ao culto na igreja, ou no sofá da casa para “assistir” à reunião do grupo familiar, que assim a maturidade virá como num passe de mágica. Grande equívoco: a maturidade cristã deve ser conquistada palmo a palmo, às vezes em terreno difícil, através do investimento em dedicação, tempo, alimentação apropriada – que é o estudo e a meditação na Palavra de Deus – e pelo agir do Espírito Santo, para que o crescimento seja natural e contínuo. E todo este conhecimento só tem sentido se aplicado no cotidiano e na obra do Senhor. Lembremo-nos do que Paulo em Gálatas 6.7 alertou que colheremos aquilo que semearmos, e que Jesus prometeu em Apocalipse 22.12: “E eis que cedo venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.”

Senhor nosso Deus, ajuda-nos a crescer segundo o Teu soberano propósito para nós. Sabemos que sem Ti nada somos, que longe de Ti nada podemos, que carecemos da Tua graça para termos comunhão conTigo. Auxilia-nos a sermos mais assemelhados ao Teu divino filho, Jesus Cristo, no nome santo de quem oramos e agradecemos. Amém.

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4 Comentários
  • marco antonio poli

    31 de maio de 2011 at 9:31

    Obrigado, o texto é lindo nos resta colocar em pratica!

    Abraços!!

    Marco

    • Nanny & Winston

      31 de maio de 2011 at 11:47

      Caro Marco,
      Nós é que agradecemos por sua participação sempre tão gentil e bem vinda!
      Grande abraço e fique com Deus.

  • zenilda

    31 de maio de 2011 at 12:17

    Queridos Nanny e Winston
    Que mensagem maravilhosa, e ela veio de propósito prá mim neste momento.
    Estou buscando o amadurecimento em Cristo, para voar o mais alto possível, de onde eu possa ver sòmente as promessas e objetivos que Deus tem pra minha vida, amém!!!
    Abraços

    • Nanny & Winston

      2 de junho de 2011 at 21:06

      Querida Zê,
      Deus tem um plano…Lembra? Sim, amiga e irmã, Deus tem um plano maravilhoso para a sua vida. Confie, entregue e descanse no Senhor. Ele é fiel!

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