George Whitefield – O Pregador ao Ar Livre

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George Whitefield – O Pregador ao Ar Livre

A vida de Whitefield foi um milagre: nascido na Inglaterra em 1714, foi dado à luz em uma taberna. Antes de completar 3 anos, seu pai faleceu, e na pensão mantida por sua mãe, fazia a limpeza dos quartos, lavava roupa e vendia bebida no bar. Embora ainda não fosse salvo, interessava-se grandemente pela Bíblia, que lia até alta noite. Custeou os próprios estudo servindo como garçom em um hotel, e na escola já era conhecido como orador por sua eloqüência natural e espontânea.

Apesar de sua fragilidade física, que desde a mocidade provocava-lhe doenças, dores e sofrimentos, levando-o a muitas vezes desejar partir e estar com Cristo, Whitefield pregou durante 35 anos nos Estados Unidos, Grã-BretanhaIrlanda mais de 18.000 sermões, tornando-se o evangelista mais conhecido do século XVIII, quebrando as tradições estabelecidas a respeito da pregação e abrindo caminho para a evangelização em massa, sendo que na Universidade de Oxford, cooperou com os irmãos John e Charles Wesley, participando com eles no “Clube Santo”.

Enquanto jovem sua sede de Deus o tornou consciente de que o Senhor tinha um plano para sua vida, e para preparar-se jejuava e orava regularmente, separando o dia em 3 partes: 8 h sozinho com Deus e em estudos; 8 h para dormir e fazer as refeições, 8 h para o trabalho entre o povo.

Ardia nele um zelo santo de ver todas as pessoas libertas da escravidão do pecado. Foi chamado de “príncipe dos pregadores ao ar livre”, porque pregava em média dez vezes por semana, e isso fez durante um período de 34 anos, em grande parte sob o teto construído por Deus – os céus abertos. A pregação de Whitefield era feita de forma tão vívida que parecia quase sobrenatural. Sobre outra característica de suas pregações, alguém assim escreveu: “Quase nunca pregava sem chorar, e sei que as suas lágrimas eram sinceras. Ouvi-o dizer: ‘vós me censurais porque choro. Mas, como posso conter-me, quando não chorais por vós mesmos, apesar das vossas almas mortais estarem à beira da destruição? Não sabeis se estais ouvindo o último sermão, ou não, ou se jamais tereis outra oportunidade de chegar a Cristo’”.

O segredo da grande colheita de almas salvas em seu ministério, não era a sua maravilhosa voz nem a sua grande eloqüência; não poder-se-ia dizer também que o povo tivesse o coração aberto para receber o Evangelho, uma vez que havia na época grande decadência espiritual entre os crentes. Também não foi por falta de oposição, pois repetidas vezes pregou nos campos porque as igrejas fecharam-lhe as portas; às vezes nem os hotéis queriam aceitá-lo como hóspede; certa ocasião foi agredido a pauladas, atiraram-lhe torrões de areia, destruíram a mesa que lhe servia de púlpito e arremessaram contra ele o lixo da feira; de outra feita, apedrejaram-no até ficar coberto de sangue, e em outra oportunidade as autoridades ameaçaram prendê-lo se pregasse. O segredo dos frutos de seu ministério era o seu louco amor para com Deus, que o fez consagrar a vida completamente a Cristo, e considerava-se um “peregrino” errante no mundo, procurando almas.

Whitefield morreu nos Estados Unidos em 1770, da forma que desejara: no meio de uma série de pregações. Antes de pregar sua última mensagem, sentindo-se muito mal, Whitefield orou: “Senhor, se ainda não completei minha carreira, deixa-me ir falar por ti mais uma vez no campo, selar tua verdade e voltar para casa e morrer!” Sua oração foi respondida. Seu último discurso foi no meio da tarde, num campo, em cima de um barril. Seu texto foi: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé” (2 Coríntios 13.5). No começo falou com muita dificuldade, com voz rouca e dicção pesada. Frase após frase saía sem muito nexo, sem atenção a objetivo ou oratória. Mas, de repente, sua mente se acendeu e sua voz de leão bradou mais uma vez, alcançando as extremidades da sua enorme audiência, ao falar da ineficácia de obras para alcançar a salvação. A voz de Whitefield trovejava: “Obras! Obras! O homem alcançar o céu por obras! Eu pensaria antes em alcançar a lua subindo numa corda de areia!” Esta foi a exortação final do grande pregador: a luz que brilhou na sua alma queimou com ardor até o fim da sua vida.

Depois do sermão, passou a noite na casa de um pastor, e ao subir para o quarto de dormir, virou-se na escada e, com a vela na mão, proferiu uma curta mensagem aos amigos que ali estava e insistiam para que pregasse. Às 2 horas da madrugada acordou; faltava-lhe o fôlego. Pronunciou então suas últimas palavras na terra: “estou morrendo”. No seu funeral, John Wesley o homenageou como um grande homem de Deus, e efetivamente Whitefield foi um exemplo do cumprimento das palavras de Jesus em João 14.12: ”Na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque vou para meu Pai”.

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