Fanatismo

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Fanatismo

O fanático é um indivíduo profundamente frustrado, preconceituoso, desencantado como o mundo e com as pessoas, que perdeu toda a esperança, cujas referências saudáveis de vida se esvaíram por entre as densas trevas da revolta, da dor, do inconformismo por vezes violento, do egocentrismo exacerbado. E então se apega doentia e irracionalmente a algo que represente uma convicção de mudança do status quo que não aceita. É a pessoa que muitas vezes, falando em nome de Deus que é amor, que é todo bondade, que sintetiza todo o bem do universo, distorce o bem supremo e o transforma em mal, pois permitiu-se ser dominado pelo maligno, o inimigo de Deus e de nossas almas.

Assim, o fanático vive em um estado de fervor excessivo, exagerado, insensato e teimoso por algo ou por um tema que o motiva, e que usualmente é de natureza religiosa ou política, que mais recentemente passou a envolver também questões relacionadas com times de futebol, partidos políticos, videogames e pessoas famosas.

Winston Churchill dizia que o fanático “é um sujeito que não muda nem de ideia, nem de assunto”. O escritor, historiador e editor brasileiro Jaime Pinsky, afirma que “fanáticos são indivíduos que possuem uma certeza absoluta e incondicional a respeito do que consideram suas verdades”, e de forma intolerante não admitem discussões. O escritor israelense Amós Oz, fundador do movimento pacifista Paz Agora, em seu livro “Contra o Fanatismo”, escreve: “O fanatismo é mais antigo que o Islã, mais velho que o cristianismo, que o judaísmo, que qualquer Estado, governo ou sistema político, que qualquer ideologia ou fé no mundo”, o que mostra que trata-se de um mal ancestral.

O fanatismo está atualmente tão difundido pelo mundo, que o termo passou a ser empregado como desacato, como quando alguém quer criticar a outrem por conta de seu apego que considera exagerado a alguma coisa ou a alguém, como por exemplo: “fulano é fanático por surfe”, e ele é apenas um atleta dedicado que gosta do que faz; “beltrano é crente fanático”, e muitas vezes não se trata de fanatismo, mas de fidelidade e compromisso com Cristo, e assim por diante. Por isso é importante – antes de designar uma atitude como de fanatismo, ou alguém como fanático – verificar se não se trata apenas de dedicação intensa, que é essencial a qualquer atividade humana. É preciso, no entanto, distinguir até mesmo esse tipo de comprometimento daquela dedicação mais elevada que é o zelo, a diligência, o cuidado, a devoção, produzidos em nós pelo Espírito Santo, e que é indispensável quando se trata de servir a Deus, como o apóstolo Paulo em Romanos 12.11 (NVI) exorta: “Nunca lhes falte o zelo, sejam fervorosos no espírito, sirvam ao Senhor”, agregando uma recomendação fundamental que em 1 Coríntios 14.40 (NVI) coloca a questão na ótica correta: “Mas tudo deve ser feito com decência e ordem”.

Mas, em oposição à saudável e equilibrada dedicação à obra de Deus, satanás incute e incentiva no cristão o fanatismo doentio, que vem de encontro a seu propósito maléfico de provocar a falência de ministérios, a destruição de famílias, os conflitos nas igrejas, e por causa dessa moléstia insidiosa, milhões de pessoas pelo mundo têm abandonado a fé cristã.

O apóstolo Paulo, em 2 Timóteo 1.7 (ARA), escrevendo a seu jovem filho na fé, ensinou: “… Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação. Este último termo no original grego sofronismou, tem sido traduzido pelos comentaristas bíblicos como comedimento, moderação, equilíbrio, disciplina, domínio próprio, significando a sanidade da santidade, uma espécie de autocontrole que permite que uma pessoa seja um líder justo e equilibrado, sem fanatismo, porque antes de mais nada é servo de Cristo, e vive sob Seu controle perfeito e soberano. Portanto, a moderação, o equilíbrio e o domínio próprio são as armas com que o cristão conta para não deixar-se dominar pelo fanatismo.

Em João 5.34 (ARA), a afirmativa de Jesus, dizendo que “Eu, porém, não aceito humano testemunho…”, complementada no verso 37 pela frase “O Pai, que me enviou, esse mesmo é que tem dado testemunho de mim”, é taxativa: se Jesus, que é Deus, só aceitava o testemunho do Pai, como poderíamos nós acatar o testemunho humano que se apresenta discordante da Palavra, na forma ou no conteúdo, por mais incisivo e convincente que pareça ser? Desta forma, a Palavra de Deus é o único instrumento confiável de autenticação, o único selo que nos é lícito respeitar, a única referência que chancela a palavra humana. Assim sendo, qualquer um que se apresente proclamando palavras ou cometendo atos que não provenham da vontade santa de Deus, está na verdade sendo usado pelo maligno para confundir e arrastar para as trevas aqueles que não estão firmados em Cristo Jesus. Os fanáticos, geralmente transformados em falsos mestres – quase sempre desconhecem a Palavra de Deus, e Paulo admoesta seu discípulo em 1 Timóteo 1.6-11 (ARA), dizendo que eles “… perderam-se em loquacidade frívola, pretendendo passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações. Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo, tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina, segundo o evangelho da glória do Deus bendito, do qual fui encarregado”.

Senhor, amado Deus, nunca permita que sejamos desleixados em nosso zelo pelas Tuas coisas, mas que jamais nos deixemos dominar pelo fanatismo. Sabemos que nossa vida terreal se desenrola em um campo batalha entre o bem e o mal, que o tempo de que dispomos de preparação para a eternidade é curto, e também sabemos que Cristo não suporta o cristão morno. Por isso, Senhor, ajuda-nos a manter nosso espírito em ponto de ebulição, servindo-O a todo o tempo, proclamando a Tua sã doutrina a todos que colocares em nosso caminho,  e nunca deixando de aproveitar qualquer oportunidade que Tu nos ofereça de tudo fazer para a Tua glória. Em nome de Cristo Jesus. Amém.

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2 Comentários
  • Neide

    13 de abril de 2015 at 15:32

    O que é antifanatismo pois Deus nos exorta a voltar ao primeiro amor.Tudo com ordem e decência mas sinto muito em uma conversa não tem como só sei conversar sitando Deus Jesus seus feitos em minha vida.Sou fanática? Eu tava com uma amiga tomando sol na praia ela me perguntou.Neide eu oi um pouco distraída ela falo qual é o seu protetor mas que depressa virei para ela e disse Jesus.Ela não o sola o fator eu disse há 15.

    • Nanny & Winston

      13 de abril de 2015 at 15:58

      Prezada Neide, você é uma pessoa muito abençoada por reconhecer aquilo que o Senhor tem feito em sua vida. Seguramente isto não é fanatismo, e o apóstolo Paulo em Filipenses 4.8, exorta: “… tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”.
      Que Deus continue a derramar copiosas bênçãos sobre você!

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