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SEGURANÇA

Em tempo algum houve tanta preocupação com a segurança como nos dias de hoje: faz-se seguros de veículos, de vida, de viagem, de saúde, contra incêndio, contra acidentes, DPVAT, residencial, previdência complementar, empresarial, odontológico… Existem no Brasil, classificados oficialmente, 89 ramos de seguro! Em caráter extraoficial, “podemos contar” ainda com guardadores de carros ou flanelinhas, guardas de quarteirão, seguranças de bancos, de transportes de valores, de shows, de estádios de futebol, de boates, de edifícios comerciais, de prédios públicos, de famosos… até as igrejas contratam seguranças. Ufa! Poder-se-ia depreender que vivemos tempos de tranquilidade, que estamos livres de perigos e de incertezas, que as pessoas não têm mais nada a temer, não é? Provavelmente se um ET desembarcasse por estas bandas e fosse informado de quantos tipos de seguro e de segurança há por aqui, imaginaria que vivemos no país mais protegido do universo. Mas nós que habitamos este país tropical, sabemos que o clima permanente que sentimos é de absoluta insegurança, como demonstram algumas manchetes que nos acostumamos a ver nos periódicos: “Insegurança à noite alcança 65% dos brasileiros”, “Um em cada três brasileiros sofre com insegurança alimentar”, “Violência e insegurança limitam o crescimento da economia brasileira”, “Pesquisa revela insegurança do brasileiro em relação ao futuro”, são apenas uma pequena amostra da realidade que vivemos.

Algumas pessoas de posses, sentindo-se naturalmente visadas, contratam seguranças e dirigem carros blindados, outros aprendem artes marciais, muitos instalam câmeras de video, cercas eletrificadas e alarmes de última geração em suas casas e edifícios, mantém ferozes cães de guarda nos jardins, outros ainda portam armas de fogo, mulheres carregam spray de pimenta na bolsa, mas também há aqueles que portam patuás pendurados no pescoço ou guardados nos bolsos, e frequentam “terreiros” de umbanda ou de candomblé em busca de suposta proteção…

Mas tudo isto é vão, ninguém jamais estará seguro se não estiver sob as poderosas, amorosas e misericordiosas mãos de Deus, pois não encontramos a verdadeira segurança na ausência de perigos, mas sim na presença do Senhor!

O conhecido hino Segurança e Alegria (Blessed Assurance), que tem letra de Fanny Crosby e melodia de Phoebe Knapp, traduzido para o português pelo Rev. George Mind, inicia com grane regozijo a frase que comemora a segurança verdadeira do crente: “Que segurança tenho em Jesus, pois nele gozo paz, vida e luz…”.

O pregador e escritor irlandês do século XIX Charles Henry Macintosh certa vez afirmou: “Ao concentrar-me em mim mesmo só vejo a minha condição de nudez e miséria; ao concentrar-me em Deus vejo somente conforto e segurança!”.

Há quase 3.500 anos, Moisés, em Levítico 25.18, ensinava ao povo de Deus: “Observai os meus estatutos, guardai os meus juízos e cumpri-os; assim, habitareis seguros na terra”, mostrando que somente obedecendo à bendita Palavra que o Senhor nos legou, confiando nEle, tudo entregando em Suas poderosas mãos e, agindo com o equilíbrio, a sensatez e a sabedoria que Ele nos exorta a cultivar, encontraremos a autêntica segurança.

O próprio Deus, há mais ou menos 2.700 anos, em Isaías 32.18-19 por boca do profeta e condicionada a nos permitirmos ser guiados pelo Espírito, fez esta promessa tranquilizadora: “O meu povo habitará em moradas de paz, em moradas bem seguras e em lugares quietos e tranquilos, ainda que haja saraivada, caia o bosque e seja a cidade inteiramente abatida”.

No século VI a.C., Salomão em Provérbios 3.26 escreveu com sabedoria: “… o SENHOR será a tua segurança e guardará os teus pés de serem presos”, e em Provérbios 29.25: “Quem teme ao homem arma ciladas, mas o que confia no SENHOR está seguro”, mostrando que aquele que teme apenas ao seu semelhante terá receio até de sair à rua, em contraste com o que teme a Deus, isto é, que cultiva respeito, reverência e confiança nAquele que pode até fazer com que o mal provocado por outrem se converta em bem para os que nEle confiam, assim concedendo real segurança.

Jesus Cristo em Sua sublime oração sacerdotal, em João 17.12,20, nos garante a segurança que todo o verdadeiro cristão deve sentir: “Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. (…) Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra…”.

Provavelmente entre 64-68 d.C., o apóstolo Paulo, apesar de preso em uma masmorra fétida e insalubre de Roma, abandonado por vários amigos, esperando para ser executado, nunca deixou de sentir-se seguro, como demonstra em 2 Timóteo 1.12, dando-nos uma estupenda demonstração de fé, de esperança e de amor a Cristo, absolutamente confiante no dia de Sua volta: “… fui designado pregador, apóstolo e mestre e, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia”.

Mas não nos iludamos: somente após superar nossos desafios, os desafios que o Senhor nos propõe, é que estaremos mais próximos dEle, portanto mais seguros, sentindo mais paz, mais harmonia, mais alegria, porque o aperfeiçoamento, a santificação, nos proporcionarão todas  estas coisas, além de nos garantirem que as questões materiais também nos serão supridas. É preciso compreender que sem transformação interior, sem santificação, sem aperfeiçoamento espiritual, não poderá haver verdadeira paz, verdadeiro amor, verdadeira felicidade, verdadeira segurança, tudo o que só encontramos em Cristo Jesus.

Sem Cristo, só resta a inevitável insegurança, o sentimento íntimo de quem vive exclusivamente na dimensão terreal, apartado de Deus e de Seus valores. Alguns buscam a segurança no dinheiro, nos bens visíveis, materiais, nas riquezas, nos polpudos saldos bancários, outros nos conchavos com os poderosos de plantão, nas ilusões do mundo. Mas não tarda o dia em que tudo isto se revelará da forma como de fato é: pura quimera, total engano que como neblina se dissipa sob o poder da luz do sol da verdade.

Em Mateus 6.19-21, Jesus nos mostra que se o nosso coração estiver focado nas riquezas do mundo, nas coisas materiais, nunca nos sentiremos seguros, porque estaremos alicerçados em coisas falíveis; ao contrário, se nosso coração estiver concentrado nas riquezas do céu, da vida eterna com Ele, nossa segurança será plena, total, completa, porque nossas fundações estarão ancoradas na rocha inabalável, que é Cristo: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”

Pai Amado, ajuda-nos a priorizar a nossa visão vertical da vida, a focar a Ti acima de tudo, ao invés de deixar-nos cooptar pelo mundo que nos cerca, oprime e influencia, fazendo-nos valorizar e viver nossas vidas num plano meramente horizontal, ilusório e enganoso. Que tenhamos sempre presente em nossos corações que segurança verdadeira somente é possível em Cristo, em nome de quem oramos agradecidos e confiantes. Amém.