Boas Novas

Boas Novas

Nesta seção você poderá ler textos de autores cristãos, especialmente escritos para este blog, trazendo notícias alvissareiras para o povo de Deus dos dias de hoje, ecoando Isaias 52.7: “Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!” A cada mês um artigo será publicado e você poderá comentá-lo, trazendo sua contribuição para a questão apresentada.

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Ao Único

Por Rev. Juarez  Marcondes

“Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. O único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém!” (I Timóteo 1.17; 6.16).

Quem é o nosso Deus? Podemos conhecê-lo? Podemos esgotar o conhecimento a seu respeito?

Quando estudamos teologia, a pressuposição básica é que existe um Deus. E quando a teologia em questão é cristã e evangélica, assumimos que é possível conhecer a este Deus, porque Ele se revela por meio da Sua Palavra.

Deus é incompreensível, porém é cognoscível, ou seja, possível de ser conhecido. Não podemos esgotar o conhecimento a respeito de Deus, como assinala a Escritura Sagrada: “Porventura, desvenderás os arcanos de Deus ou penetrarás até à perfeição do Todo-poderoso” (Jó 11.7).

Como parte do aprendizado se dá por meio de comparações, no tocante a Deus, faltam-nos elementos de comparação, como declara o profeta: “Com quem comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com Ele?” (Isaías 40.18).

Nada obstante, o verdadeiro sentido da existência humana está em perseverar no conhecimento de Deus, uma vez que o próprio de Deus se dá a conhecer. Jesus afirmou: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17.3). Portanto, a eternidade da vida não se estabelece por um prolongamento do tempo e fora dele, mas, sim, pelo conhecimento do verdadeiro Deus.

Tal conhecimento ganha expressão máxima na revelação suprema de Deus por meio do Seu Filho, nosso eterno Salvador, Jesus Cristo. “O Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em Seu Filho, Jesus Cristo” (I João 5.20). Quanto mais estreitados forem os nossos laços com Cristo, maior será o nosso conhecimento do Deus Altíssimo.

Por outro lado, é impossível esgotar o conhecimento de Deus. Ele é muito maior do que a nossa capacidade de compreendê-lo. “Finitum non possit capere infinitum” (o finito não pode compreender o infinito).

O Culto que prestamos a Deus é marcado pelo reconhecimento da infinitude de Seu Ser. Deus é caracterizado por profundidade, plenitude, variedade, e uma glória que excede a nossa compreensão, revelado de maneira gloriosa e harmoniosa sem qualquer contradição.

Prestar reverência e louvor ao único que é digno de tal honra é o dever de todo o que confessa o nome de Cristo, tributando glória ao Deus vivo e verdadeiro, agora e pelos séculos do séculos.

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É Preciso Largar O Pecado Para Não Morrer

Por Gerson Foltran

A história é muito antiga, mas, nem por isso,  menos curiosa. Algumas tribos africanas utilizam um engenhoso método para capturar macacos. Como estes são muito espertos e ariscos,  e, ainda,  vivem saltando nos galhos mais altos das árvores, os nativos desenvolveram o seguinte sistema: pegam uma cumbuca de boca estreita e colocam dentro dela uma banana. Em seguida, amarram-na ao tronco de uma árvore freqüentada por macacos, afastam-se e esperam.  Não demora muito e um macaco logo aparece, guloso e curioso. Desce, olha dentro da cumbuca e vê a banana. Rapidamente enfia sua mão, apanha a fruta, mas como a boca do recipiente é muito estreita, ele não consegue retirar a banana.

Surge, então,  um dilema: se largar a banana, sua mão sai pela abertura  e ele pode ir embora,  livremente. Mas se não soltar a banana, continua preso na armadilha. Depois de um tempo, os nativos voltam e, tranqüilamente, capturam os macacos que teimosamente se recusam a largar as bananas. O final é meio trágico, pois os macacos são capturados para servirem de alimento.

Você deve estar achando inacreditável o grau de estupidez dos macacos, não é? Afinal, basta largar a banana e ficar livre do destino de ir para a panela. Fácil demais… O detalhe deve estar na importância exagerada que o macaco atribui à banana. Ela já está ali, na sua mão… parece ser uma insanidade largá-la.

Essa história é engraçada, porque muitas vezes fazemos exatamente como os macacos. Você nunca conheceu alguém que está totalmente insatisfeito com o emprego, mas insiste em permanecer mesmo sabendo que pode estar cultivando um enfarto? Ou alguém que trabalha e não está satisfeito com o que faz, e ainda assim faz apenas pelo dinheiro? Ou casais com relacionamentos completamente deteriorados que permanecem sofrendo, sem amor e compreensão?

Ainda,  pessoas infelizes por causa de decisões antigas, que repelem  um novo caminho que poderia trazer de volta a alegria de viver? A vida é preciosa demais para trocarmos por uma banana – que, apesar de estar na nossa mão, pode levar-nos direto à panela.

E a sua vida cristã, como está? Você não pode largar alguns pecados aparentemente saborosos, que se incorporaram à sua existência, quase um vício? Mentiras oportunas, companhias atraentes, lugares atrativos, ganhos fáceis … e por aí vai.

Se você não ‘largar a banana’ estará irremediavelmente preso ao pecado, sem direito à alegria da vida eterna com Deus.

ORAÇÃO: Sacode, Senhor, de nossa vida, o comodismo que nos liga ao erro e ao pecado. Acorda-nos para a realidade da Tua Verdade. Concede forças para lutar contra o mal. Alimenta nossa energia espiritual pela palavra de Teus anjos. E sustenta a nossa decisão de querer a transformação. Pedimos lembrando o nome de Jesus e escudados em Sua mensagem salvadora. Amém.

TEXTO BÍBLICO: Atos 4.32-37

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Minha Vida Secreta

Por Roberto Oliveira

Nos últimos tempos ficou muito fácil (e talvez prazeroso) ter uma vida secreta. Os computadores propiciam quase total privacidade. As metrópoles propiciam anonimato. As instituições protegem o sigilo individual, desde bancos a motéis, como direitos constucionais. As liberdades individuais são (e devem ser) defendidas com unhas e dentes pela sociedade democrática e pluralista do ocidente. Desde a promulgação da constituição americana (1787), vivemos a era da felicidade individual, do individualismo narcisista. Narciso não sabia, mas adorava a sua própria face, uma experiência individual privada. Como sabem da mitologia greco-romana, esta experiência foi tão forte e determinante para ele que definhou e morreu contemplando a sua própria face refletida nas águas de um poço.

Com isto, podemos ser e fazer coisas sem o conhecimento público, sem prestar contas a ninguém: só eu sei e controlo. Isto permite cultivar vários tipos de desejos interiores que podem se perpetrar em ações ou ficar somente no campo das fantasias. Estes prazeres individuais podem tomar dimensões enormes, e vir a mover nossa vida tanto para o bem como para o mal. Podemos cultivar prazeres secretos de tal forma que vivemos ansiosos por desfrutá-los como um vício.

À medida que você lê esta megatendência da individualidade secreta, já pode perceber que estamos diante de uma realidade tentadora de vivermos um personagem externo e outro interno. Como diz psicólogo cristão suíço Paul Tournier, um “personagem e uma persona”. Como é de se imaginar, isto pode criar uma dicotomia perigosa, onde o personagem externo é amoldado a expectativas do meio, enquanto a persona interna se desvia a todo o tipo de fantasias, ambições, lascívias e luxúrias, criando um conflito pessoal enorme.

Perfeito entendedor da natureza humana, Jesus se referiu à vida secreta de maneira positiva: falando de oração, ele recomenda que nos recolhamos na individualidade privada do nosso quarto, fechemos a porta, oremos “a seu Pai, que está em secreto”. A surpresa desta narrativa é que “o seu Pai, que vê em secreto, o recompensará” (Mateus 6:6), isto é – Ele tem acesso completo ao nosso secreto – tudo o que na intimidade pensamos, imaginamos, fantasiamos e sentimos. Que delícia!

Também entendedor da fraqueza humana, Jesus também se refere ao lado negativo desta possível dicotomia, quando vergasta os fariseus chamando-os de “sepulcros caiados” – por fora muito ajeitados, pintados, bonitos, mas por dentro cheios de matéria em decomposição e ossos (Mateus 23:27). Aí está um perigo que se tornou maior nos últimos tempos – uma completa desarmonia entre o secreto e o social, o privado e o externo, a persona e o personagem. Isto representa a miséria humana carregada de falência, mentira e dissimulação. É a tentação do século.

Reconhecendo esta incrivelmente atrativa tendência à hipocrisia, o filósofo e teólogo Agostinho (354 a 430 DC) no norte da África pregava do púlpito os seus pecados, e os confessava públicamente. Sua maior obra, “Confissões” era justamente a busca da harmonização da vida secreta com a pública, e se tornou um clássico tanto da teologia cristã como da literatura mundial. Se algum pastor fizesse isto hoje, talvez o conselho se reunisse e o despedisse. Mas ele o fez ousadamente, e a muitos inspirou a revelar o interior lascivo de tal forma a tratá-lo como objeto da graça incondicional de Deus.

O que Deus deseja é integridade no íntimo. Depois que Davi deu asas a seus desejos íntimos – adulterando com Bate-Seba e matando seu esposo – confrontado pelo profeta Natã, chegou a esta verdade revolucionária, expressa em belo Salmo de confissão: “Eis que desejas que a verdade esteja no íntimo; faze-me, pois, conhecer a sabedoria no secreto da minha alma” (Salmo 51:6). Esta é uma verdade revolucionária porque é o mais íntimo, mais pessoal e mais secreto que revela a força da vida de uma pessoa. Íntimo integro, muita força. Íntimo dissonante, fraqueza.

É por isto que Davi nesta experiência grita com toda veemência e fervor: “Purifica-me com hissôpo (planta medicinal da família das Labíadas, que era usada para purificar os leprosos), e ficarei puro. Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável (Salmo 51:7,10).

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