Agindo como Jesus

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Agindo como Jesus

A vida na terra nos impõe com frequência duras lutas, e não são poucas as vezes que o cristão sincero se pergunta: o que faria Jesus se estivesse em meu lugar? De que forma enfrentaria esta situação? Então compulsa a Sua Palavra, que responde de maneira bem objetiva em 1 Pedro 2.21: “… para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos”.

Jesus nos alertou que, como Seus seguidores, no mundo passaríamos por aflições, mas o que significa seguir os Seus passos quando arrostamos duras provações? Sabemos que o primeiro grande e abençoado desafio de consequências eternas que enfrentamos na nossa jornada terreal é o novo nascimento, mas ele só se completa com o segundo, que é obedecer a Jesus dia após dia, atendendo humildemente ao que Ele ordenou em João 13.15: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.

Seguir a Jesus é dar o máximo de si para ser como Ele, é ser obediente ao Pai como Ele foi, é tê-Lo como Senhor de nossas vidas, é ter cada decisão, cada sonho e cada expectativa sendo passada pelo crivo da Palavra, porque o objetivo do cristão deverá ser, em qualquer circunstância e acima de tudo, honrá-Lo e glorificá-Lo em todas as coisas, como Paulo ensina em 1 Coríntios 10.31 e 1 Timóteo 1.17. Seguir a Cristo, portanto, implica colocar em prática no cotidiano as verdades expressas na Sua Palavra, vivendo como se o próprio Senhor caminhasse ao nosso lado, ditando o caráter de nossa conduta, como o evangelista instrui em 1 João 2.6, afirmando peremptoriamente: “…aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou”.

É oportuno então nos perguntarmos, fazendo sincera reflexão: estamos verdadeiramente seguindo os passos de Jesus? Estamos fazendo o que Ele faria se estivesse em nosso lugar? Até onde estamos nos deixando guiar, influenciar, conduzir prioritariamente pelas coisas materiais, pelos princípios que vigem nas relações pessoais do mundo, regidas sempre pela ausência da graça? Estamos nos submetendo ao que Tiago 1.27 instrui, ao asseverar que “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”?

O que Cristo, através de Seu magnífico e perfeito exemplo nos ensina, portanto, é que sobretudo nos amemos uns aos outros, que a fé cristã verdadeira se traduz por um procedimento afetuoso, em especial com relação aos mais fragilizados, razão pela qual João nos diz que é a nossa conduta, quando assemelhada à de Jesus, a única que pode nos conferir a segurança de a Ele pertencermos. Esta é, portanto, a solução para todos os nossos enfrentamentos na vida: copiar o modelo que Ele nos deixou no Evangelho.

George Müller foi um magnífico e inspirador exemplo de verdadeiro cristão que, no século XIX, na cidade de Bristol, Inglaterra, por certo fez o que Jesus faria. Depois de uma juventude mundana na Prússia, por fim converteu-se a Cristo e passou a servir ao Senhor com fidelidade ímpar, guiado e amparado pela poderosa mão de Deus.

Atendendo ao chamado do Pai, foi para Bristol com a esposa, e lá, sem contar com recursos financeiros, passaram ambos a dirigir um Lar de Órfãos. A primeira atitude de George foi orar a Deus pedindo 1.000 libras para a manutenção da entidade, e cinco meses depois foi atendido, podendo então abrigar na casa 30 meninas órfãs.

Pouco tempo depois, mais três casas na mesma rua foram preparadas para receber mais 130 crianças, a demanda continuou a crescer, e George, sempre orando, chegou à conclusão de que deveria desenvolver um projeto para acolher 300 crianças, mas para isso precisaria dispor de 10.000 libras; então continuou a orar, e mais uma vez o Senhor respondeu, de tal forma que ele pode adquirir um sítio fora dos limites da cidade, tendo conseguido um preço de compra muito abaixo do que estava sendo pedido, e aí construiu o sonhado Lar para 300 crianças.

Durante os 63 anos em que decidiu confiar totalmente em Deus  para o suprimento de suas necessidades, George Müller cuidou mais de 10.000 crianças, e todo o dinheiro – que segundo o que foi calculado atingiria, em valores de hoje, quase R$ 400 milhões – e todos os funcionários contratados, vieram como resultado direto das cerca de 50 mil orações de que há registro, sem que George tivesse feito qualquer dívida, apelo ou pedido.

O ministério para o qual Deus o havia chamado continuou frutificando, e depois de mais de sessenta anos, haviam sido criadas 117 escolas pelas quais passaram mais de 120.000 jovens e órfãos e – com uma equipe de assistentes que chegou a contar com 112 pessoas – distribuiu 275.000 bíblias completas em vários idiomas e sustentou 189 missionários em diversos países, deixando um legado de amor cristão, fé e obras que é exemplo para todos nós.

Senhor, Amado Deus, gostaríamos muito de agir como Jesus, mas nossa pecaminosidade renitente, nosso egoísmo inato, as coisas do mundo e o maligno, constituem-se em poderosos adversários, por isso sem a Tua ajuda, Pai, nada poderemos fazer. Sim, queremos seguir os passos de Teu Filho, queremos agir como Ele em todas as circunstâncias com que nos defrontamos nesta vida, mas a nossa força é desprezível, nosso entendimento é precário, nossa capacidade de aplicar a Tua Palavra exígua. Então clamamos, Senhor: vem em nosso auxílio, dependemos desesperadamente de Ti, santifica-nos em Cristo Jesus preparando-nos para toda a boa obra, e que tudo o que fizermos seja exclusivamente para a Tua glória. Assim oramos em nome dAquele que está acima de todo nome. Amém.

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2 Comentários
  • Adalberto Camargo

    22 de abril de 2016 at 23:41

    A liberalidade e o pensar no próximo, temas também tratados no post anterior – Não viver em vão; foram as principais atitudes deste casal, que se colocou em último lugar diante de Deus… por isso Ele abençou tanto seu ministério! Eles pensaram em primeiro lugar nos órfãos. Bateram à porta de Deus [em oração], pediram [com os motivos corretos, aprovados por Ele], confiaram nÊle, e tudo lhes foi dado! Por isso prosperaram! Não ajuntaram riquezas na terra, onde as traças e a ferrugem destruíssem, e onde os ladrões arrombassem e roubassem. Pelo contrário, ajuntaram riquezas no céu, onde as traças e a ferrugem não podem destruí-las, e os ladrões não podem arrombar e roubá-las. Pois onde estavam as suas riquezas – no fazer o bem ao próximo, aí estava o coração desse casal (Mateus 6.19-21). Por isso Deus os honrou e respondeu suas orações… e o resultado foi impressionante e poderoso para a restauração de muitas vidas…

  • Nanny & Winston

    23 de abril de 2016 at 16:34

    Tudo o que você escreveu, caro irmão e amigo, é profundamente verdadeiro. Oxalá Deus nos ajude em nossa falta de fé, e possamos, apesar de nossas tantas limitações, seguir este extraordinário exemplo!

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