A Grande Luz

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A Grande Luz

Helen Keller – por causa de uma doença ainda pouco conhecida no século XIX – com dezoito meses de idade ficou cega e surda, e só aprendeu a falar aos sete anos, mas tornou-se uma mulher extraordinária. Além de célebre conferencista, escritora e filósofa, ao desenvolver precioso trabalho em favor das pessoas portadoras de necessidades especiais, demonstrou que nem mesmo deficiências sensoriais são obstáculo para uma pessoa constituir-se em  bênção para os outros. O Reverendo William Stidger, famoso pregador e escritor cristão, conta em seu livro “Há Sermões em Histórias”, como conheceu Helen Keller, ao comparecer a uma de suas concorridas palestras, ao final da qual houve estrondosos aplausos, acompanhados com entusiasmo pela própria palestrante. De alguma forma incompreensível para os presentes, ela havia conseguido captar todo aquele arrebatamento que tomava conta da platéia. Então alguém próximo perguntou como ela fora capaz de perceber os aplausos. “Pela vibração dos meus pés”, disse. Outro lhe perguntou qual era seu livro predileto. “A Bíblia, que é o livro mais maravilhoso do mundo!”, respondeu exultante. Questionada sobre a razão de sua preferência, disse: “Porque nas trevas em que vivo, a Bíblia me permite enxergar a Grande Luz”.

O profeta Isaias a este propósito já escrevia em Isaias 9.2, quase 2.800 anos antes: “O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz”, referindo-se às trevas do mal em que vivia Judá, e à luz que afasta a escuridão – Jesus Cristo – que no Evangelho de João 8.12 afirmou: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida”.

Jesus, a luz do mundo que afasta as trevas que inundam este planeta tão decaído, brevemente terá seu nascimento comemorado. Natal é o nome dado à festa criada no século IV pela igreja da época. Data muito contestada por muitos cristãos que alegam sua promíscua origem em festas e práticas pagãs ancestrais, torna-se ainda mais polêmica com a discutível possibilidade de ser a verdadeira data do nascimento mais importante que o mundo já viu. Mas, apesar de toda a controvérsia, queiramos ou não, essa festa está indelevelmente gravada no calendário do mundo ocidental, principalmente. Sem dúvida não podemos concordar, como cristãos, com o viés consumista adquirido pelo Natal nos últimos tempos, onde a figura do Papai Noel assumiu o lugar de Jesus como figura central. No entanto, embora saibamos que é necessário considerar que todo o dia que nasce deve ser dedicado a Cristo, devemos também pensar na época natalina como oportunidade para levar luz àqueles que vivem nas trevas. Não a luz dos pinheirinhos, ou das vitrines enfeitadas, dos shopping centers, nem mesmo a luz das casas que competem para ganhar o prêmio de mais iluminada, com a miríade de lâmpadas que ostentam em suas fachadas, mas sim a Grande Luz do Evangelho Eterno tão apropriadamente exaltada por Helen Keller.

Não há termo de comparação entre o esplendor da luz-matéria criada pelo homem, com a da luz-matéria criada por Deus, e muitíssimo menos com a da luz-Espírito Santo, que é o próprio Deus. A primeira forma de luz, que em nosso país tem origem principalmente hidrelétrica, é limitada pelas condições impostas pela natureza e pelo próprio homem – pluviosidade, funcionamento das turbinas, capacidade de transmissão e distribuição, níveis de consumo, durabilidade da usina, e assim por diante. A segunda espécie também é limitada, porém suas fontes geradoras têm existências muito mais longas, como o nosso sol, que os cientistas acreditam que deverá durar em torno de 10 milhões de anos. Porém a terceira forma de luz tem duração infinita, ilimitada, pois que sua fonte é divina, está centrada no próprio Criador. A extraordinária promessa de que um dia esta será nossa única fonte de luz, fica bem marcada em Apocalipse 22.5, com uma descrição das delícias que nos esperam na Nova Jerusalém: “Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos.”

Grandes festas sempre são datas oportunas para falar de Jesus e da Salvação, mas o Natal – quando há uma certa sensibilização das pessoas para o bem, para a doação, para a confraternização, embora freqüentemente a par da tristeza e da depressão que acomete alguns – é a melhor de todas.

Jesus – sempre consciente da necessidade de remir o tempo em sua missão aqui na terra – nunca deixou passar oportunidade de falar de quem Ele era e do amor do Pai pela humanidade. Por onde quer que andasse, deixava grande variedade de ensinos, quer seja através de parábolas, quer seja por meio de discursos como o Sermão do Monte (Mateus 5-7). Quantas vezes as oportunidades surgem e nós as desperdiçamos, deixando de evangelizar alguém por falta de prontidão, por receio ou por vergonha!

Lembremos, no entanto, que Jesus alertou em Lucas 9.26: Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos.” O apóstolo Paulo, por sua vez,  escreveu em 2 Timóteo 4.1,2 (Bíblia de  Estudo NTLH): …ordeno a você, com toda a firmeza, o seguinte: por causa da vinda de Cristo e do seu Reino, pregue a mensagem e insista em anunciá-la, seja no tempo certo ou não. Procure convencer, repreenda, anime e ensine com toda a paciência, nos estimulando a proclamar o Evangelho a toda a criatura, em toda e qualquer situação, para alcançar quem está sem Jesus, imerso na escuridão.

Pai das Luzes, que a cada dia estejamos conscientes de que Jesus, a nossa esperança, veio para ser a luz do mundo, e que a Sua luz um dia nos iluminou, com o propósito de a refletirmos em meio a este mundo tomado por densas trevas. É no nome precioso de Jesus Cristo que, agradecidos, oramos. Amém.

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4 Comentários
  • Carlos Orlandi

    30 de novembro de 2010 at 13:26

    Boa Winston!
    Deus abençoe a vida de vocês!
    Continue escrevendo.
    Pr Carlos.

  • Paulo

    2 de dezembro de 2010 at 20:50

    Acho que já está passando o tempo de levantar uma bandeira, para que a centralidade deixe de ser o tal papai noel, que só serve para estimular o consumo e deixar pessoas mais individadas, ficando todas numa escuridão total. Que brilhe a Luz de Cristo!
    Paulo Roberto Lopes da Silva.

    • Nanny & Winston

      2 de dezembro de 2010 at 22:55

      Amém. Concordamos com você, caro irmão!

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