janeiro 2021

PODER CURADOR, RENOVADOR E SANTIFICADOR

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”. 1 João 1.7 (ARA)

Desde os seus primórdios, uma das marcas essenciais da Igreja de Cristo sempre foi – ao lado do ensino e da adoração – a comunhão, a vida cristã em comum com os irmãos. Mas para termos comunhão verdadeira é preciso que andemos na luz de Cristo, vivendo segundo a revelação da Sua Santa Palavra, compreendendo profundamente o sacrifício que Ele fez por nós, para então podermos experimentar o poder curador, renovador e santificador de Seu sangue, que nos limpa de todo pecado, nos aproxima mais de nossos semelhantes e de Deus, e nos prepara para entrar na presença do Senhor Todo-Poderoso!

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REFLEXÕES SOBRE A EXISTÊNCIA HUMANA – GLORIFICAÇÃO

A glorificação do cristão é o resultado final e completo da sua conformação à imagem de Jesus Cristo. Deus nos fez à semelhança de Seu Filho e ser glorificado é outra maneira de dizer que o crente será “configurado” ao caráter de Cristo, como propósito último, definitivo e perfeito para cada um daqueles que entregaram suas vidas a Ele.

 

Uma alvissareira promessa relativa à nossa glorificação é feita por Paulo em Filipenses 1.6, quando afirma que “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus”, mostrando que o grande plano de Deus para a nossa salvação, – que estende-se da eternidade passada à eternidade futura, – com toda a certeza será por Ele cumprido fielmente.

 

Para isto o Senhor Jesus Cristo transformará à semelhança de Seu próprio corpo glorioso os corpos de todos que os creem nEle, como revela em Filipenses 3.20-21: “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.”

 

Pela fé, como crentes nossas almas já foram transformadas, e por fim nossos corpos serão renovados para adequá-los a nossos espíritos regenerados. Não sabemos quando isto se dará, mas temos a certeza de que acontecerá exatamente segundo os planos excelsos do nosso Criador, e o só pensar nisto nos deve trazer regozijo, gratidão e força para enfrentar as provações desta vida terreal e os inimigos que nos espreitam e rugem à nossa volta.

 

Que maravilhosa promessa: sermos como Jesus é agora, e não mais estarmos sujeitos às enfermidades, às tristezas e às agonias que a carne nos impõe. A Bíblia nos ensina que um dia estaremos com Cristo e seremos completamente semelhantes a Ele em Seus atributos de amor, alegria, paz, longanimidade, misericórdia, sabedoria, fé, graça, bondade, auto-controle e humildade. Nunca mais teremos corações fatigados, olhos molhados, costas doridas, semblantes contristados!

 

A glorificação é a etapa final da obra redentora de Cristo em nós, e acontecerá quando Ele vier pela segunda vez para ressuscitar os corpos de todos os que são Seus, – os de hoje e os de todos os tempos – reunindo-os aos seus respectivos espíritos, ao mesmo tempo que transformará os corpos dos Seus que ainda estiverem vivos, concedendo a estes um novo corpo ressurreto semelhante ao Seu.

 

A redenção de Cristo, portanto, será completa, pois não envolverá apenas a nossa parte imaterial – alma e o espírito, mas também a material – o corpo – para que sejamos totalmente libertos dos efeitos da Queda e restaurados ao estado de perfeição com o qual fomos originalmente por Ele criados, como Paulo afirma com tanta convicção que já considera como fato consumado em Romanos 8.30: “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou”.

 

No Novo Testamento, 1 Coríntios 15.12-58 é o trecho mais significativo a respeito da ressurreição e da glorificação, ao asseverar no versos 22 e 23 que “… todos serão vivificados em Cristo”, e, “Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.” Nos versos 35-50, Paulo ainda informa sobre questões relativas à ressurreição do corpo, e nos versos 51-52 conclui ensinando que nem todos os cristãos morrerão, e aqueles que permanecerem vivos por ocasião da volta de Jesus terão seus corpos instantaneamente transformados em corpos ressurretos inalteráveis, indestrutíveis: “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.”

 

E como será nosso corpo ressurreto? Nos versos 42-44 e 48-49, Paulo explica que tal qual a semente é lançada na terra para se transformar em planta de aspecto primoroso, perfeito, nosso corpo após a morte aguardará a ressurreição para ser transformado à semelhança do corpo de Cristo. “Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder. Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. (…) Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e, como é o homem celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial.”

 

Desta forma, nosso corpo ressurreto será uma expressão da soberania de Deus ao nos criar segundo a Sua imagem e semelhança, legítima coroa da Sua criação como deveria ser o homem por Ele concebido no Jardim do Éden antes da Queda. Quando Paulo diz que nosso corpo será ressuscitado em glória, em oposição à desonra anterior, mostra que ele voltará a manifestar a beleza e a beatitude celeste perdida, como Jesus prometeu em Mateus 13.43, dizendo que “… os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai”; que ressuscitará em poder, contrastando com a fraqueza consequente da Queda, permitindo que façamos tudo o que estiver de acordo com a Sua vontade; que será um corpo espiritual, um corpo físico adequado ao caráter e à atividade do Espírito Santo, um corpo semelhante ao de Jesus demonstrado após a Sua ressurreição, um corpo perfeito que podia ser tocado, que se alimentava normalmente, formado por carne e ossos, como Ele insistiu em mostrar aos discípulos em Lucas 24.39: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho”.

 

Igualmente em 1 João 3.2 o evangelista sustenta que quando Jesus voltar nos concederá novos corpos, dizendo que “… Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é”, deixando-nos a plena convicção de que viveremos como crentes ressuscitados em corpos imunes às doenças e à passagem do tempo, plenamente adaptados à vida em nossa verdadeira pátria, concretização maravilhosa da afirmação anunciada em 2 Pedro 3.13 de que “… segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça”.

 

Quando lemos em 2 Timóteo 2.10 que “Por esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com eterna glória”, fica-nos a deslumbrante e firme crença de que o estado de glorificação é eterno, e que por isso habitaremos com Jesus na Nova Jerusalém celestial para sempre, como está relatado em Apocalipse 21.1-8.

 

Por meio do livro de Apocalipse, Deus nos permite também ter a convicção de que a glória celestial nos facultará vê-Lo em e por meio de Cristo, que seremos abençoados pelo amor permanente do Pai e do Filho, e que desfrutaremos do descanso de nossa lida terreal predita em 14.13: “… Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham”.

 

O Senhor igualmente nos certifica em Apocalipse 7.15-17 que O serviremos de dia e de noite no Seu Santuário, que jamais teremos fome ou sede, que não mais seremos castigados pelo sol inclemente, que seremos apascentados e guiados às fontes da água da vida, e que toda lágrima nos será enxugada. Além disso, pelo texto de 7.9-10 e 19.1-5, compreendemos que Deus nos concederá a graça de louvá-Lo e adorá-Lo eternamente, e em 19.6-9, que teremos perfeita comunhão com o Cordeiro e os Seus santos.

 

E assim, Apocalipse 22.5 nos promete que pelos séculos dos séculos, a luz de Deus brilhará sobre nós, e viveremos em glória eterna com Cristo, o que certamente é muito mais do que tudo o que merecemos ou almejamos, mas que só é possível pela graça igualmente eterna do nosso Criador.

 

Senhor Deus, a glorificação é a magna, indescritível, extraordinária esperança que temos de um futuro eterno radioso ao Teu lado. Vivemos presentemente em um mundo corrupto entregue nas mãos do inimigo de nossas almas, mas a perspectiva abençoada de habitarmos conTigo no lar celestial, livres do pecado e mais assemelhados a Cristo, nos conforta, nos dá alento e coragem para prosseguirmos focados em Jesus, fazendo nossas as palavras de Paulo em Filipenses 1.21: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro”. Assim inteiramente confiados, é no Seu poderoso nome que oramos agradecidos. Maranata! Amém.

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