dezembro 2021

CAMINHO ESTREITO OU ATALHO LARGO?

“… Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma…”. Jeremias 6.16 (ARA)

 

 

 

 

Cada um de nós segue o seu caminho na vida, mas é necessário discernir se trata-se de uma via que Deus aprova e controla, porque as Suas veredas são sempre perfeitas, muito mais elevadas que os nossos caminhos no mundo, e a esse respeito o rei Salomão em Provérbios 15.24 (ARC) pondera: “Para o sábio, o caminho da vida é para cima, para que ele se desvie do inferno que está embaixo”. Hoje nos certifiquemos de estar verdadeiramente trilhando a antiga vereda estreita a que Jesus se referiu em Mateus 7.13 -14 – que conduz à vida – e nos afastemos dos espaçoso atalhos que levam à perdição.

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O VERDADEIRO NATAL

Sete séculos antes daquele evento fantástico, inigualável na história da humanidade, único em toda a sua extraordinária dimensão e impacto no mundo, assim é descrita a primeira vinda de Jesus, o Primeiro Natal, em Miquéias 5.2-5: E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Portanto, o SENHOR os entregará até ao tempo em que a que está em dores tiver dado à luz; então, o restante de seus irmãos voltará aos filhos de Israel. Ele se manterá firme e apascentará o povo na força do SENHOR, na majestade do nome do SENHOR, seu Deus; e eles habitarão seguros, porque, agora, será ele engrandecido até aos confins da terra. Este será a nossa paz…”. E esta paz é aquela que Paulo em Efésios 4.7 assim descreve: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”. Por isso, em Cristo não precisamos mais temer castigo, conflito ou culpa, porque a Sua paz inigualável nos dá total segurança, ainda que as guerras continuem ocorrendo aqui e ali.

 

Ano após ano tradicionalmente nos reunimos na noite do dia 24 de dezembro, comemos, bebemos, trocamos presentes, mas será que temos refletido profunda e consistentemente sobre o que significa realmente o Natal? Provavelmente não. Uma coisa, no entanto, é inegável: a nossa forma de celebração, que diz respeito a uma questão de tão fundamental magnitude espiritual e divina, não pode estar baseada simplesmente em aspectos de ordem material e humana.

 

Ao contrário, apesar de tão envolvidos pelo materialismo da presente era em que vivemos, devemos voltar no tempo e relembrar a profunda pureza, a infinita grandeza, a relevância e o significado do Primeiro Natal, criado por Deus como preâmbulo de todo o processo da nossa salvação. E se nos propomos a comemorar este magnífico evento como um memorial do advento do Salvador, como Deus aprovaria nosso agir senão tendo como modelo aquele acontecimento de mais de 2.000 anos atrás que impactou o céu e mudou os rumos da humanidade? Que características fundamentais e marcantes podemos discernir e aprender com o Primeiro Natal para podermos aplicar nos dias de hoje?

 

A primeira delas é a absoluta centralidade de Deus. Só o Deus Todo-Poderoso poderia ter concebido e executado um plano de tal perfeição, magnificência, amor, sabedoria e repercussão no tempo e no espaço, ao enviar a este planeta decaído Seu Filho Amado para – ao ser sacrificado em nosso lugar – garantir-nos a salvação e a vida eterna.

 

Mas talvez o que marque de forma mais clara a ação maravilhosa de Deus sejam as 365 profecias da vinda do Messias contidas em Sua Palavra no Antigo Testamento e fielmente cumpridas no Novo Testamento, algumas delas só se realizando cerca de 1.400 anos depois de proferidas. Por exemplo, em torno de 700 anos antes do Primeiro Natal, já era anunciado pelo profeta Isaías o nascimento do Messias, enquanto o profeta Miquéias, também nesse tempo, profetizava até sobre o local do Seu nascimento – a cidade de Belém da Judéia, como vimos no início desse texto.

 

Assim, durante séculos Deus esteve anunciando a chegada de Jesus Cristo com detalhes minuciosos sobre a Sua vinda, vida, genealogia, divindade, ensinamentos e obra, demonstrando que tudo controlava de forma perfeita, soberana e exclusiva. E é este o Natal teocêntrico, cristocêntrico – e jamais antropocêntrico, – que devemos celebrar.

 

A segunda característica do Natal é o despojamento da vida de Jesus desde o Seu nascimento: o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, o Criador e dono do universo, viveu Sua vida em total desprezo pela posse material, abdicando do infinito tesouro celeste que era Seu por direito, preferindo viver na terra na singela condição de uma flor ou de uma ave a quem o Pai provê toda a necessidade, ao invés de usufruir da pompa de um monarca humano.

 

E apesar de ser quem era, a primeira rejeição a Ele, o único justo que já existiu na face do planeta, ocorreu já na chegada de Seus pais a Belém, quando não encontraram sequer um humilde aposento de uma hospedaria para abrigar a chegada à terra do Filho Unigênito de Deus, já prefigurando o que aconteceria em Sua vida terreal, onde só Lhe foi concedido lugar na cruz do Calvário.

 

Mas Jesus continua nos amando e ainda deseja adentrar aos nossos corações, porém muitas vezes – tal como ocorreu em Seu nascimento – não encontra acolhida, não Lhe é oferecido lugar. Que melhor oportunidade podemos encontrar para viver – a partir deste Natal e por todos os dias de nossa jornada terreal – uma existência despojada de tudo o que é supérfluo, fútil, desnecessário, egoísta e inútil e que ocupa tanto espaço físico, emocional e espiritual em nossa vida, ao mesmo tempo em que acolhemos a Jesus como o centro do nosso ser e todo aquele que Ele colocar em nossa vida como nosso próximo, para juntos compartilharmos o infinito amor e as incontáveis bênçãos que tem para os Seus?

 

Seria possível, por exemplo, nos dias que vivemos falar de um Natal sem presentes? Observemos que no Primeiro Natal o único a receber presentes materiais foi o Messias a quem os reis magos ofertaram ouro, incenso e mirra. Contudo, o maior presente do mundo foi Ele quem nos deu: Deus no corpo daquele frágil e indefeso bebezinho vindo entregar-se ao cruel martírio, o Santo colocando-se voluntariamente à mercê da impiedade humana, e assim, por amor resgatando da morte eterna seres como nós, pecadores sem qualquer merecimento. Por isso, se nos move o menor resquício de amor e gratidão Àquele que nasceu, viveu e morreu por nós, devemos retribuir com a única dádiva que Ele espera de nós: a nossa própria vida a Ele dedicada, com tudo o que temos e somos.

 

A terceira marca da vinda de Jesus é o louvor e a gratidão a Deus: o anúncio de Sua vinda, um dos mais extraordinários acontecimentos da história da humanidade, foi paradoxalmente delegada pelo Senhor a humildes pastores que naquela noite cuidavam dos cordeiros que iriam ser sacrificados, e foram os primeiros a ver o Cordeiro de Deus que tiraria os pecados do mundo com o Seu próprio sacrifício por nós na cruz!

 

Foi então que um anjo do Senhor desceu no local onde eles estavam, a plácida paisagem campestre iluminou-se prodigiosamente com a glória de Deus, e isto provocou-lhes muito temor, mas o anjo tranquilizou-os dizendo nas palavras de Lucas 2.10-14 (NTLH): “Não tenham medo! Estou aqui a fim de trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo! Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês – o Messias, o Senhor! Esta será a prova: vocês encontrarão uma criancinha enrolada em panos e deitada numa manjedoura. No mesmo instante apareceu junto com o anjo uma multidão de outros anjos, como se fosse um exército celestial. Eles cantavam hinos de louvor a Deus, dizendo: – Glória a Deus nas maiores alturas do céu! E paz na terra para as pessoas a quem ele quer bem!”

 

Enquanto o Céu louvava o Cristo encarnado com glória e esplendor jamais vistos, o mundo O ignorava, desconhecendo totalmente a Sua chegada, como muitos ainda continuam fazendo. Que nossas atitudes, como cristãos verdadeiros, não apenas no Natal, mas em todos os dias de nossa vida, sejam como aquelas que, emanadas dos mensageiros celestiais, coroaram a primeira vinda de Jesus, e sem receio e com muito amor proclamemos o Salvador a todos os que pudermos, entoando incessantemente hinos de louvor e gratidão a Deus pelo infinito e imerecido amor que nos dedica outorgando-nos o maior presente do mundo!

 

Senhor, nós que somos Teus sabemos que a cada Natal precisamos resgatar o propósito verdadeiro deste memorial, enxergando-o não apenas como evento humano, mas sim profundamente espiritual como foi o Primeiro Natal, buscando ávida, insaciável e perseverantemente a Jesus de todo o nosso coração enquanto podemos achá-Lo, inspirando-nos nos reis magos e nos pastores; adorando-O em espírito e em verdade prostrados a Seus pés, como os magos do Oriente; entregando totalmente nossos caminhos a Deus, que nos protegerá do inimigo, como livrou ao menino Jesus da sanha de Herodes; por fim, transformando cada dia de nossa vida em um novo Natal. Ajuda-nos, Pai, em nome de Jesus. Amém.

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“Todos os que creram pensavam e sentiam do mesmo modo. Ninguém dizia que as coisas que possuía eram somente suas, mas todos repartiam uns com os outros tudo o que tinham.” Atos 4.32 (NTLH)

 

 

Os crentes da igreja primitiva tinham recém recebido a plenitude do Espírito Santo e com ousadia proclamavam a Palavra de Deus, eram transformados, e entre eles predominava a força do amor fraternal. Por isso não esqueciam daqueles que tinham carências de várias ordens, necessitando por isso do auxílio da comunidade cristã. Que hoje, tal como os primeiros cristãos, estejamos com os corações abertos para assumir a responsabilidade de ajudar o irmão carente, e seja despertado em nós um irresistível desejo de compartilhar, movidos não por qualquer lei humana, mas sim pelo agir amoroso do Espírito Santo!

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