novembro 2021

IGUALDADE

“Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.”  Gênesis 2.18 (ARA)

 

 

Quase tudo o que Deus criou, após fazê-lo, avaliou como “bom ou muito bom”, mas algo considerou que “não era bom”: que o homem estivesse só. Atentemos, no entanto, para o fato de que esta não é uma revelação absoluta, pois algumas pessoas são chamadas para permanecer solteiras, como Paulo. Neste dia estejamos certos de que – na perfeição de Seu propósito para a humanidade – Deus criou o primeiro casal, homem e mulher, para a igualdade, embora sendo diferentes um do outro; não para a supremacia masculina, nem tampouco para o feminismo radical, muito menos para parcerias do mesmo sexo.

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INTERCESSÃO

A oração de intercessão é um ato explícito de amor, graça e compaixão, expresso quando nos colocamos no lugar de alguém em suas dificuldades e nos manifestamos a seu favor, rogando a Deus como se o fizéssemos por nós próprios, tendo como modelo Jesus Cristo, que em muitas passagens da Bíblia orou intercedendo ao Pai por nós, e continua a fazê-lo no céu, como Paulo em Romanos 8.34 (ARA) reafirma: “… É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.”

 

Como filhos e filhas de Deus, somos convocados a nos parecer em tudo com Seu Filho Amado, nosso Senhor e Salvador, como o pastor e teólogo Dietrich Bonhoeffer, mártir do nazismo na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, que mesmo perseguido, preso e torturado, não deixava de orar por seus algozes, obedecendo à ordem de Jesus de “… orar pelo que vos perseguem…” exarado em Mateus 5.44.

 

Bonhoeffer escreveu: “Por meio da oração vamos até o nosso inimigo, ficamos do seu lado e intercedemos a Deus por ele. Jesus não prometeu que quando abençoarmos os nossos inimigos e lhes fizermos o bem eles não abusarão de nós nem nos perseguirão. Certamente o farão. Mas nem isso podem nos ferir ou vencer quando oramos por eles. (…) Estamos fazendo vicariamente o que eles não podem fazer por si mesmos”.

 

Por que Bonhoeffer se empenhava em amar seus inimigos e orar por seus perseguidores? Sua resposta era: “Deus ama Seus inimigos – essa é a glória do Seu amor, como cada discípulo sabe”. Se Deus perdoou nossas dívidas, como não fazer o mesmo? E se Cristo orou por Seus inimigos, por Seus perseguidores, e devemos fazer o mesmo, como não orar, até com mais razão, por aqueles que são o nosso próximo, nossos amigos, nossos irmãos?

 

Comprovando a importância deste gênero de oração feita em favor dos outros, a Bíblia registra muitas orações de intercessão de diversos tipos e por circunstâncias diversas: para que Deus suspendesse Seu juízo, restaurasse e abençoasse Seu povo, livrasse as pessoas do perigo, capacitasse as autoridades para que governassem bem, para que o poder do Espírito Santo viesse sobre os crentes, pela cura de uma pessoa, pelo perdão de pecados, pelo crescimento na vida cristã, pela obra missionária, pela salvação do próximo, para que os povos louvassem a Deus, são apenas alguns exemplos.

 

Portanto, como cristãos devemos ser intercessores, indo a Deus não por nossa causa, mas pela causa de outrem, colocando-nos na posição de sacerdotes, fazendo a mediação entre o homem e Deus para pleitear a causa humana, como Tiago 5.16 (ARA) nos conclama, exortando: “…  orai uns pelos outros (…). Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.

 

Quando era jovem, o grande evangelista Charles Haddon Spurgeon, que era denominado de O Príncipe dos Pregadores, foi chamado a pastorear a capela de New Park Street, em Southwark, Inglaterra, e uma noite, pregando sobre o martírio de Estêvão, descrito em Atos 7.54-8.3, foi repentina e rudemente interrompido por alguém do público que, de forma contestatória, gritou: “E o que Deus fez por Estêvão quando ele foi apedrejado até à morte?”, ao que Spurgeon retorquiu: “Ajudou-o a orar: ‘Senhor, não lhes imputes este pecado.’Assim como fizera com Seu Filho, Deus deu a Estêvão graça para suportar a dor e responder com o mesmo espírito de perdão a seus agressores, consciente de que estes estavam sendo usados com um propósito divino: como instrumentos para levá-lo para junto do Pai.

 

Uma das orações de intercessão mais marcantes da Bíblia é a que Moisés fez quando, durante a peregrinação no deserto, os israelitas a certa altura se revoltaram contra ele e seu irmão Arão, – o que na realidade significava uma insurreição contra o próprio Deus – o que levou o Senhor a irar-se contra o Seu povo, dizendo a Moisés em Números 14.11-12 (Bíblia Viva): “… ‘Até quando este povo me provocará? E quando crerão em mim, com todos estes sinais que fiz no meio deles? Ferirei este povo com pragas, e não serão mais meus herdeiros, e de você farei um povo maior e mais forte do que este!’”

 

Mas Moisés, numa demonstração de grande desprendimento e amor pelos seus compatriotas, apesar de suas atitudes reprováveis, respondeu de maneira ousada ao Senhor nos versos 13-19: “… O que os egípcios pensarão quando ouvirem isto? Eles bem conhecem o poder que o Senhor mostrou ao salvar o Seu povo. Também contaram isto aos habitantes desta terra, que sabem que o Senhor está com Israel e conversa face a face com o Seu povo. Eles veem que o Senhor vai adiante deles numa coluna de nuvem de dia, e numa coluna de fogo de noite. Agora, se matar de vez todo o Seu povo, as nações que ouviram falar da Sua fama dirão: ‘O Senhor não conseguiu levar seu povo até a terra que prometeu com juramento, e por isso matou toda essa gente no deserto.’ Ó, por favor, mostre o grande poder da sua misericórdia, perdoando os nossos pecados e mostrando a firmeza do seu amor. Perdoe, apesar de ter dito que não permitiria que o pecado ficasse sem castigo, e que o Senhor pune o pecado dos pais nos filhos até à terceira e quarta gerações. Peço então que, por causa do seu maravilhoso amor, o Senhor perdoe os pecados deste povo, da mesma maneira como vem perdoando desde a terra do Egito até agora.” E o Senhor então, graciosa, misericordiosa e amorosamente responde a Moisés no verso 20: “Está bem, vou perdoar este povo como você pediu.”

 

Tal como Moisés, na qualidade de Seus filhos e filhas também temos o direito de ponderar humilde e respeitosamente com Deus, sempre que sentirmos que nossa causa é justa, desprendida e isenta de personalismo, porém reconhecendo sempre a Sua soberania, como Jesus mesmo fez em Mateus 26.39 (ARA), rogando: “… Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres.” E se a nossa intercessão estiver alinhada com os Seus divinos propósitos, temos boas chances de ser atendidos, pois o Senhor não é um Deus irredutível, inflexível, que não se deixa comover e demover.

 

Precisamos também estar conscientes de que a intercessão é uma batalha espiritual que se desencadeia quando buscamos o Pai para que Ele interfira e frustre os planos malignos do diabo, ao atacar um dos Seus. Mas sabemos que Cristo já derrotou o inimigo de nossas almas na cruz do Calvário há mais de 2.000 anos atrás, por isso nada temos a temer, pois como Paulo nos assegura em Romanos 8.37 (ARA), “… somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou.”

 

Após ter retornado ao Pai, Jesus enviou o Espírito Santo para habitar nos crentes, como Paulo afirma em 1 Coríntios 3.16 (NVI):  Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?” Então Jesus continua a interceder no mundo usando-nos, pois da mesma forma como estamos em Cristo junto ao Pai, o Filho está na terra por meio do Espírito Santo em nós, dirigindo-nos, admoestando-nos, controlando-nos, protegendo-nos, intercedendo por nós e nos auxiliando em nossa intercessão, como Paulo afirma em Romanos 8.26-27 (NVI): “… o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.“

 

Na condição de discípulos de Cristo, somos canais de Deus na terra para a proclamação da Sua Palavra, para a manifestação da Sua vontade soberana, para cooperar na Sua obra redentora e para interceder pelo próximo. A Palavra de Deus revela a Sua vontade, e a nossa intercessão, quando gerada pelo Espírito Santo, e portanto em consonância com o propósito divino, leva à realização da promessa, ao redirecionar circunstâncias contrárias ao Seu plano perfeito.

 

Quando intercedemos em obediência à Palavra de Deus que Jesus representa, profere e exemplifica, movidos pelo Espírito Santo, chegamos diante de Deus Pai em total sintonia com Jesus e com o Espírito Santo, e esta é a intercessão agradável a Ele, aquela que Ele ouve e atende.

 

Philip Yancey em seu livro “Oração – Ela Faz Alguma Diferença?”, coloca a questão da intercessão também sob a ótica da transformação da atitude do próprio intercessor, confessando: “Agora vejo a intercessão como uma ampliação de minha consciência. Quando oro por outra pessoa, estou orando para que Deus me abra os olhos e eu possa vê-la como Ele a vê e depois entro na corrente do amor que Deus já direciona a essa pessoa. (…) Resumindo, a oração permite-me ver os outros como Deus os vê (e me vê): como portadores da imagem de Deus, embora com suas falhas e seus dons individuais exclusivos. Passo a vê-los através dos olhos de Jesus, como filhos queridos que o Pai quer abraçar”.

 

Pai de Amor, graça e misericórdia, fortalece-nos a fé para que consigamos nos assemelhar mais, dia após dia, a Teu Filho, que Se submeteu a um sacrifício tão terrível, cruento e doloroso, dando a Sua vida por nós que nada merecemos a não ser condenação; e além disso, como se essa imolação, por si só, já não fora suficiente, dotado de um amor único, inconcebível, intercedeu e ainda intercede por nós junto a Ti. Ajuda-nos para que, espelhados nEle, aprendamos a amar mais, a nos doar mais, a tolerar mais, a pensar mais nos outros que em nós mesmos, a interceder mais por nossos amigos e por nossos inimigos. Que a nossa vida terreal seja vivida exclusivamente para a Tua glória, e que possamos aprender a amar a Ti e ao próximo com toda a nossa mente e a nossa alma. E que tudo o que façamos seja em nome e pelo amor de Jesus. Amém.

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AMOR ABSURDO

“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” Romanos 5.8 (ARA)

 

 

 Deus nos ama – não porque sejamos bons, malgrado nossas muitas imperfeições e apesar de que éramos Seus inimigos – e esse amor absurdo chega a tal ponto, que motivou-O a enviar Seu Filho para morrer por nós, como prova irrefutável de Seu amor incondicional. Maravilhemo-nos hoje com a dimensão espantosa desse amor que pela morte de Cristo modificou nossa relação com Deus – justificando-nos – e que pela ressurreição mudou nosso estado – santificando-nos – dando assim continuidade ao processo de salvação que possibilitará que um dia O vejamos face a face e nos tornemos semelhantes a Ele!

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