agosto 2010

Mordomia das Palavras, dos Relacionamentos, da Influência, do Conhecimento e Inteligência e do Pensamento

Deixando de lado a questão das mordomias do mundo, distorções néscias, inconseqüentes e pecaminosas de algo divino, cujo exercício é de nossa exclusiva responsabilidade – coisa, aliás, que o mundo faz questão de ignorar – encerrando este ciclo de estudos, vamos nos ater à questão da verdadeira mordomia, abordando sucintamente as mordomias das palavras, dos relacionamentos, da influência, do conhecimento e da inteligência, e do pensamento, começando com a:

Mordomia das Palavras

Jesus, ao censurar severamente os fariseus em Mateus 12.36-37, disse: Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado.” Assim, devemos nos concentrar e limitar-nos a pronunciar palavras que agradem a Deus (Salmo 19.14); palavras construtivas e edificantes (Efésios 4.29); palavras temperadas com sal (Colossenses 4.6); palavras oportunas (Provérbios 25.11); palavras espirituais (Colossenses 3.16,17). Desta forma estaremos sendo bons mordomos das palavras.

Mordomia dos Relacionamentos

O apóstolo Paulo em 1 Coríntios 16:10-24 faz um retrato vívido e completo do que deve ser a mordomia dos relacionamentos. Em primeiro lugar Paulo valoriza as pessoas, pois ele não era apenas um ganhador de almas, mas também um fazedor de amigos, um líder que tinha a capacidade de mobilizar pessoas para se envolverem na obra de Deus. Dinheiro e oportunidades não têm nenhum valor sem as pessoas. O maior patrimônio da igreja não é a sua parte imobiliária, mas as pessoas. Jesus investiu todo o seu ministério em pessoas e se elas estiverem preparadas, Deus irá suprir ambos: dinheiro e oportunidades, e Sua obra será realizada. Paulo valoriza, elogia e destaca o trabalho das pessoas. Será que nós temos o hábito de valorizar adequadamente o trabalho das pessoas? De elogiar as pessoas? De encorajar as pessoas? De edificar as pessoas? Precisamos ser bons mordomos dos relacionamentos que o Senhor nos proporciona.

Mordomia da Influência

Em Mateus 5.14a,16, Jesus, num trecho do maravilhoso Sermão do Monte, diz: “Vós sois a luz do mundo… Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Como cristãos, temos o dever de produzir influência positiva nas pessoas, como a Bíblia nos ensina: somos a carta de recomendação de Cristo (2 Coríntios 3.1-6); somos o bom perfume de Cristo (2 Coríntios 2.14-17); somos evangelistas (Atos 20.22-24); nossa influência pode perdurar depois de nossa morte (Mateus 26.13). Devemos exercer no nosso lar, em nosso trabalho, em nossa igreja e na sociedade uma influência cristã sadia. Não há como ficar neutro: ou influenciamos positivamente ou negativamente as pessoas. Cuidemos, pois, como influenciamos os outros. Sejamos bons mordomos do poder de influir.

Mordomia do Conhecimento e Inteligência

A Palavra de Deus nos diz em Provérbios 20.15: “Há ouro e abundância de pérolas, mas os lábios instruídos são jóia preciosa.” E em 1 Coríntios 1.5 lembra aos cristãos: porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento;” Se eventualmente um dia estivermos a ponto de nos exaltar por conta de nossa erudição ou capacidade de executar algo, lembremos que todo o nosso conhecimento e inteligência provêm de Deus, que assim nos dotou exclusivamente para a Sua honra e a Sua glória, e não para que nos vangloriássemos deles. Seja na igreja, no lar, no trabalho, onde quer que estejamos, vamos sempre dar graças a Ele por nos ter capacitado para que O sirvamos de todo o nosso coração, de todo o nosso entendimento e no limite de nossas capacidades, como bons mordomos do conhecimento e inteligência com que nos presenteou.

Mordomia do Pensamento

Paulo em Filipenses 4.8 ensina:Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” E em 1 Coríntios 2.16, afirma: “…Nós, porém, temos a mente de Cristo”. Ter a mente de Cristo é pensar como Ele e ter o nosso pensamento dominado por Ele. O só saber que Deus conhece os nossos pensamentos, já deveria ser suficiente para zelarmos por eles, filtrando-os cuidadosamente. Temos deveres para com nosso pensamento: ocupá-lo com coisas elevadas e construtivas (Filipenses 4.8), fartá-lo da Palavra de Deus (Salmo 119.11), recordar as bênçãos recebidas de Deus (Efésios 1.3), ser dominado pelo amor (Romanos 5.5), ser permeados pela fé (Hebreus 11.6) e estar em constante renovação da mente (Romanos 12.1,2). Devemos dar graças a Deus pela capacidade que ele nos deu de pensar, refletir, imaginar, raciocinar e usar esta aptidão para a glória de Deus. E que sejamos bons mordomos do nosso pensamento, reconhecendo o senhorio divino sobre ele.

Dá-nos, ó Pai, a consciência permanente de que tudo provém de Ti. Assim, que nossas palavras sejam usadas para glorificar-Te; que nossos relacionamentos sirvam para edificar nossos irmãos; que nossa influência seja positiva sobre nosso próximo; que  o conhecimento e a inteligência com que nos aquinhoasTe estejam a Teu serviço; e que nossos pensamentos, noite e dia, sejam aqueles que Tu desejas que tenhamos. Em nome de Jesus. Amém.

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Mordomia dos Talentos e Dons, do Tempo e das Oportunidades

Nas duas semanas anteriores pudemos aquilatar exemplos da grandeza do amor de Deus para conosco, apesar da nossa total falta de merecimento. Convenhamos: o crente é o único entre os homens que tem alguém a quem agradecer no universo. O ímpio pode até agradecer a Deus, mas não como quem agradece a um Pai que pela Sua graça abençoa Seus filhos para que possam glorificá-Lo com suas vidas.

Se formos avaliar cuidadosamente tudo o que Ele graciosamente nos concede, constataremos o quanto somos abençoados material e espiritualmente, e a muita alegria e gratidão que deveríamos sempre ter em nossos corações por tudo o que Ele fez, faz e ainda fará em nossas vidas.

O professor e escritor cristão Ian Howard Marshall afirma: “Se nossa experiência cristã não nos leva à alegria, faremos bem em perguntar se é genuína… A alegria cristã é a atitude natural do crente”. Indiscutivelmente a marca de um cidadão do Reino é a alegria! Somos do Senhor, e Deus nos proveu de um maravilhoso “lar” – a Sua criação – onde temos tudo o que precisamos para viver materialmente; deu-nos também um corpo para O servirmos, para usufruirmos e interagirmos com o que Ele criou; e dotou-nos da capacidade de utilizar os dons e talentos que são dádivas Suas, para a Sua honra e glória.

Portanto, não há alternativa: precisamos ser administradores corretos, bons mordomos, daquilo que na verdade é propriedade Sua. Apreciemos agora algumas outras mordomias que é função nossa exercer com responsabilidade e alegria:

Mordomia dos Talentos e Dons

Todos podem e devem ser úteis na obra de Deus, pois Ele conferiu talentos e dons a todas as suas criaturas. Os talentos representam habilidades naturais ou espirituais, tempo, recursos e oportunidades que cada pessoa recebe de Deus para utilizar em Seu serviço. Os talentos não são para serem escondidos, mas sim administrados, e este é o sentido real da mordomia cristã. Quem tem talentos e não os usa, logo estará sem nenhum: Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado”, alertou Jesus em Mateus 25.29.

Dom é presente, é dádiva de Deus a seus filhos, a quem muito ama. Assim como os talentos, o dom, ainda que seja único, é algo muito precioso, e não pode ser desperdiçado. Paulo em Efésios 4.8 disse sobre Jesus: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens .” Dons espirituais e sua mordomia são manifestações do Espírito Santo na vida do cristão. Lembremos que os dons espirituais, não são de propriedade humana, pois somos apenas mordomos na casa de Deus. Jesus, o nosso Senhor, requer de nós fidelidade no uso dos talentos e dons, e para isto precisamos dedicar coração, alma e mente à Obra daquele que espera que sejamos bons mordomos dos talentos e dos dons que nos confiou.

Mordomia do Tempo

Em Efésios 5.15,16, Paulo admoesta: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus.” Precisamos lembrar que nossa vida na terra é passageira, efêmera, e que se não focarmos a Vida Eterna como meta, estaremos provocando o maior desperdício de nossas curtas existências. Mas como remir o tempo, aproveitando-o ao máximo? A palavra de Deus tem recomendações a respeito: considerar que há um tempo determinado para cada coisa (Eclesiastes 3.1-11); usar sabiamente o tempo de que dispomos (Salmo 90.12); não procurar acumular tesouros na terra, mas sim no céu (Mateus 6.19-21); lembrar sempre de Deus (Eclesiastes 12.1); fazer o bem (Gálatas 6.10); não procrastinar (Isaias 55.6); planejar e estabelecer prioridades (2 Reis 19.25); ser pontual (Esdras 6.8) e não desperdiçar o tempo com coisas fúteis, desnecessárias e inúteis (1 Pedro 4.2). O dito popular diz que tempo é dinheiro, mas na verdade ele é mais precioso do que dinheiro, por isso devemos ser bons mordomos do tempo, aproveitando bem tudo o que Deus, pela sua graça, nos oferece.

Mordomia das Oportunidades

Em Colossenses 4.5, o apóstolo Paulo nos adverte: “…aproveitai as oportunidades”. Ao longo de nossa existência surgem várias oportunidades que vêm e que passam; algumas poucas se repetem, mas a maioria é única. Deus nos oferece a todo o momento oportunidades de: ser salvo (Isaias 45.22), ter vida útil (Salmo 90.12), servir (Gálatas 6.7-10), evangelizar (Ezequiel  3.18,19), desenvolver e utilizar dons e talentos (Mateus 25.14-30) e  usar a profissão para servir a Deus (Efésios 6.4-9).

A vida é a mais preciosa das oportunidades que Deus deu ao homem, pois é ao longo da existência que Ele nos oferece todas as demais. Vamos pedir a Deus sabedoria e visão para enxergar e aproveitar as oportunidades que Ele nos concede, e como bons mordomos das oportunidades, agradeçamos a Ele e O louvemos por aquelas bem aproveitadas.

Nosso Deus, Pai e Senhor, dá-nos a capacidade de bem empregar os talentos, os dons, o tempo e as oportunidades que Tu graciosamente nos concede. No nome de Jesus Te pedimos e agradecemos. Amém.

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Mordomia da Criação e do Corpo

No dias de hoje, como nos de Ló, os homens comem, bebem, compram, vendem, plantam e edificam, dia após dia crendo que a vida se resume a estas coisas.

Neste contexto, não é de estranhar que nos deparemos com notícias como esta: Cachorros de Paris Hilton vivem na maior mordomia:  seus 13 cachorros vivem da mesma forma que a dona. Eles moram em uma réplica da mansão da patricinha com decoração canina e luxos como brinquedos que imitam sacolas de grifes como Dior, Prada e Louis Vuitton. Paris também lançou uma linha de roupinhas fashion para cães e aproveitou o twitter para divulgar as peças, com fotos de seus “filhos” vestidos.”

Enquanto isso, o Conciso Dicionário de Teologia Cristã define mordomia cristã como “o manejo responsável dos recursos do reino de Deus que foram confiados a uma pessoa ou a um grupo.”

Uma abissal diferença de foco e de valores, não, irmãos? A constatação óbvia é a de que muitas pessoas ainda não sabem que tudo o que somos e o que temos pertence a Deus. Mas nós que sabemos, devemos viver como bons mordomos, administrando bem aquilo que é do Senhor. Jesus, em Lucas 12.42-44,  proferiu a conhecida parábola para nos alertar: Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Verdadeiramente, vos digo que lhe confiará todos os seus bens. Nossa vida, família, casa e bens são do Senhor e devemos administrar tudo isto vivendo intensamente para Deus com tudo o que Ele nos confiou.
Paulo diz que os crentes são “despenseiros dos mistérios de Deus” (1 Coríntios 4.1,2). Portanto, a mordomia cristã inclui tempo, talentos, posses e até a própria pessoa (Lucas 12.42). Somos bons mordomos quando damos tudo o que temos e o que somos a Deus.

Vamos agora pensar um pouco sobre como devemos exercer mordomia sobre a Sua criação e sobre nosso corpo:

Mordomia da Criação

Deus criou o mundo e viu que tudo era tudo muito bom: fez a terra verde e fértil, os pássaros voando no céu e os peixes nadando nas águas; fez os animais povoarem a terra, as estações se alternarem, o sol brilhar e aquecer a terra; fez a lua se mover no firmamento, a chuva regar o solo, as plantações crescerem, as plantas florescerem e darem frutos e sementes. Toda a criação funciona como um todo harmônico e o planeta contém tudo aquilo de que precisamos. Deus criou os seres humanos e os instruiu a cuidar da terra e de todos os seres vivos. Somos responsáveis diante de Deus pela administração do nosso planeta, cuidando dele para que as pessoas possam viver com qualidade. Toda a vez que usamos os recursos naturais, temos a responsabilidade de manter o equilíbrio que Deus criou nos ecossistemas da terra. Precisamos ter consciência de que somos responsáveis pelo modo como vivemos, pois Ele espera que sejamos bons mordomos da Sua criação.

Mordomia do Corpo

O apóstolo Paulo em Romanos 12.1 escreveu: Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Deus nos fez jóias de Sua criação, e por isso nosso corpo é precioso, e cuidar dele é um dever, pois é com ele que servimos fisicamente ao Senhor em nossos ministérios. Precisamos, portanto, tratá-lo com os cuidados necessários para que se mantenha saudável e forte, por meio de alimentação equilibrada,  higiene adequada, limpeza da casa e das roupas, visitas periódicas ao médico em caráter preventivo, vacinações, exames de rotina, tempo suficiente de sono, lazer, exercícios físicos permanentes, mas devemos também usar trajes decentes, fugir da prostituição (1 Coríntios 6.15-18), manter conversas sadias (Efésios 5.1-7) e não nos envolvermos com fumo, bebida e drogas, assim sendo bons mordomos do nosso corpo.

Amados, na próxima semana continuaremos a nos debruçar sobre este assunto essencial para nós cristãos.

Senhor, que o homem se conscientize de que malbaratar, destruir, perverter, usar mal as Tuas dádivas, é um terrível pecado e um equívoco fatal. Ó Deus, ensina-nos a ser bons mordomos de tudo o que nos confiaste. Em nome de Jesus. Amém.

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