fevereiro 2010

Fé e Memória

Lá se vão mais de 2.000 anos do advento de nosso Salvador, e é interessante verificarmos quanta coisa temos em comum com os Seus discípulos! Parece que na essência do ser humano nada mudou.

Somos assemelhados a eles não tanto pela disposição de abandonar tudo e segui-lO, menos ainda quem sabe pela santidade ou até mesmo pelo despojamento material que estejamos dispostos a assumir, mas sim pela falta de fé e de memória!

Em Mateus 14.14-21, o apóstolo relata que: “Desembarcando, viu Jesus uma grande multidão, compadeceu-se dela e curou os seus enfermos. Ao cair da tarde, vieram os discípulos a Jesus e lhe disseram: O lugar é deserto, e vai adiantada a hora; despede, pois, as multidões para que, indo pelas aldeias, comprem para si o que comer. Jesus, porém, lhes disse: Não precisam retirar-se; dai-lhes, vós mesmos, de comer. Mas eles responderam: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. Então, ele disse: Trazei-mos. E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a relva, tomando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou. Depois, tendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes, às multidões. Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobejaram recolheram ainda doze cestos cheios. E os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças.”

Logo adiante, no capítulo seguinte do texto bíblico, o mesmo Mateus agora em 15.32-38 diz: “E, chamando Jesus os seus discípulos, disse: Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanece comigo e não tem o que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça pelo caminho. Mas os discípulos lhe disseram: Onde haverá neste deserto tantos pães para fartar tão grande multidão? Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendes? Responderam: Sete e alguns peixinhos. Então, tendo mandado o povo assentar-se no chão, tomou os sete pães e os peixes, e, dando graças, partiu, e deu aos discípulos, e estes, ao povo. Todos comeram e se fartaram; e, do que sobejou, recolheram sete cestos cheios. Ora, os que comeram eram quatro mil homens, além de mulheres e crianças.”

Como podem os discípulos, antes da segunda multiplicação dos pães e peixes, não terem se lembrado da primeira multiplicação ocorrida pouco tempo antes, um milagre que deveria ter sido tão marcante, tão impressionante até mesmo para o mais incrédulo dos mortais, e não terem imaginado que Cristo poderia repeti-lo? E a ordem de Cristo: “dai-lhes, vós mesmos, de comer”, proferida por Ele em 14.16c, ao ser precedida pela resposta dos discípulos, ponderando que “Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes”, não configuraria outra cabal demonstração da pequena fé humana?

Pouco depois, novo episódio, no capítulo 16, versos 9 e 10, nova demonstração de falta de memória e de fé dos discípulos, e Jesus os admoesta: “Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens e de quantos cestos tomastes? Nem dos sete pães para os quatro mil e de quantos cestos tomastes?

E nós, quando surge algum problema, quando enfrentamos circunstâncias desafiadoras para as quais não temos solução, será que nos lembramos das maravilhas que Deus tem feito em nossas vidas? Será que nossa fé é suficiente para confiarmos no Senhor e no seu agir, certos de que Ele pode, quando e se assim julgar oportuno, repetir as maravilhas já feitas outras vezes, os milagres que nos impressionaram tão vividamente por instantes, mas que acabamos esquecendo? Ou que pode realizar novas maravilhas, da forma extraordinariamente criativa que só Ele consegue?

Irmãos, se frente aos desafios da existência, nossa fé fosse um pouco maior e nossa memória funcionasse melhor, por certo ansiedade e insegurança seriam palavras que não teriam significado para nós.

Que o Senhor nos ajude na nossa falta de fé, que Ele nos conceda uma semana plena de bênçãos e que nunca nos esqueçamos que Ele de nós nunca se esquece. Agradecidos oramos em nome de Jesus. Amém.

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